segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Capítulo 23


Capítulo 23
Demi olhou o relógio que havia frente ao balcão de devoluções pela enésima vez nesse dia. Finalmente, o ponteiro das horas quase roçava ás seis. Por si só o tédio do trabalho nas devoluções não foram tão ruim, todavia ainda sentia os músculos das costas e dos braços tão doloridos pelo dia anterior que quase que não podia suportar o esforço de carregar os livros no carro e voltar a colocá-los nas estantes. No caminho a Vera Wang, fez uma parada rápida numa farmácia para comprar um frasco de Advil.
Quando o relógio marcou oficialmente às 6:01, colocou a pilha de livros sobre a mesa, pegou sua bolsa e praticamente saiu correndo até o vestíbulo da entrada.
Assim que chegou ao alto da escadaria, pôde ver o Mercedes preto esperando-a. O chofer saiu e rodeou o veículo para abrir a porta. Não havia ninguém dentro.
— O senhor Jonas se reunirá com você no seu destino — explicou-lhe o homem.
— Ah, está certo — assentiu, enquanto se acomodava no assento traseiro. Era estranho estar ali sem Joe e esperava que fosse um trajeto curto.
Então, olhando pela janela, viu que Blanda descia a escadaria com sua bolsa Birkin ao ombro e falando pelo celular. Demi se agachou, na esperança que não a visse.
O carro se pôs em movimento e, em questão de uns poucos minutos, deteve-se em frente ao hotel Four Seasons. Demi se perguntou se Jess estaria outra vez esperando-a. Ao pensar nessa primeira noite com Joe, em quanto a desconcertou a lingerie e a tola que se sentia com os sapatos de salto, surpreendeu-se a comprovar tudo o que tinha acontecido num espaço de tempo tão breve. O chofer abriu-lhe a porta.
— O senhor Jonas pediu que se dirija ao balcão da recepção que dê seu nome — informou-lhe.
— Está certo. Obrigada.
Entrou no distinto saguão, impressionada novamente elo elegante e vasto espaço.
Quando se aproximou do balcão da recepção, sentiu que suava de nervosismo. Ela puxou o decote de seu vestido sem mangas de quadros azuis. — Bem-vinda ao Four Seasons. No que posso ajuda-la? —Perguntou-lhe um jovem com um amplo sorriso e uns olhos brilhantes que fizeram sua pergunta parecer mais sincera que rotineira.
— Meu nome é Demi Lovato. Acredito que alguém deixou algo para mim.
— Ah, sim. — O jovem colocou a mão por debaixo do balcão e pegou uma chave eletrônica.
— Apartamento 2020. Desfrute de sua estadia, senhorita Lovato.
Ela pegou o cartão e atravessou o vestíbulo para os elevadores.
Ouviu uma mistura de idiomas estrangeiros a seu redor. A maioria das pessoas caminhavam depressa, decididas; alguns vestidos de gala, outros vestiam trajes de negócios... Viu alguns turistas com bermudas e camisetas, mas eles eram a exceção.
O elevador anunciou sua chegada ao vigésimo andar com um som delicado. Demi saiu no corredor silencioso. A temperatura parecia estar dez graus mais baixa que o do vestíbulo e sentiu que arrepiavam os pelos. Colocou o cartão na porta e entrou uma vez mais no apartamento 2020.
— Bem-vinda senhorita Lovato.
Demi virou para o lugar de onde vinha o duro sotaque do Leste Europeu. Decepcionou se em descobrir que não era Jess que estava esperando-a, e sim uma loira muito alta com os lábios pintados de bordeaux e uns frios olhos azuis.
— Sou Greta e a auxiliarei esta noite. O senhor Jonas deixou sua roupa no quarto. Por favor, troque o mais rápido possível e me chame se necessitar de alguma coisa. Vestia o uniforme do hotel: blazer e saia azul 
marinho com meias e um par de sapatos com um salto razoável. Naquela mulher, o traje parecia mais militar que elegante. 
— Você... trabalha para o Joe? — perguntou ela.
— Não. Sou uma empregada do hotel. O senhor Jonas é um hóspede extremamente apreciado e nos esforçamos ao máximo por satisfazer todas suas necessidades.
— OK... Obrigada — respondeu ela.
Rogou ao céu que não precisasse de nenhuma ajuda. A última coisa que desejava era de que aquela mulher a vestisse.
Fechou a porta do quarto. Desta vez não havia bolsas de lojas sobre a cama, a não ser um espartilho de cetim preto e uma saia de couro preta com um complicado sistema de laços para fechá-la. "OH, não! — pensou Demi com preocupação. — Não vou conseguir pôr isso sozinha."
E então, no chão, aos pés da cama, viu uns sapatos de verniz pretos com uns saltos de vinte centímetros, plataforma e umas amplas tiras de couro com fivelas para prendê-las ao redor do tornozelo. Pareciam mais instrumentos de tortura do que algum tipo de calçado. Despiu o vestido que usava e o dobrou antes de deixa-lo sobre a cama. Ao ver o espartilho e saia, deu-se conta de que não poderia usar lingerie. Desabotoou o sutiã, baixo as calcinhas e as tirou.

Deixou tudo em cima do vestido.
Totalmente nua, estremeceu e olhou o espartilho com receio. Decidida a vestir-se sozinha, analisou o desafio que tinha entre mãos. Teria que afrouxar os laços o suficiente para colocá-lo pela cabeça e então os puxaria com força para fechá-los. Possivelmente a garota-propaganda do Terceiro Reich no quarto ao lado tivesse que lhe atar os laços no final, mas isso seria tudo. Então, ela percebeu o quanto tinha julgado mau a tarefa. A dor nos ombros tornou impossível esticar os braços até as costas. Angustiada, virou-se para a saia de couro. Ao menos isso sim poderia colocar e desejava estar mais vestida o possível antes de pedir ajuda. Mas aquele objeto não tinha parte de trás, à exceção da dúzia de laços que a prendia.

Não havia mais remédio; não poderia vestir aquilo sem a ajuda de outro par de mãos. Procurou no quarto uma toalha ou um robe ou algo com o que cobrir-se. Como não encontrou nada, puxou a pesada colcha e puxou o lençol branco que havia sob a manta. Enrolou-se nele como se fosse uma toga e se aproximou da porta.
— Greta? — chamou. Ela ouviu os saltos da mulher sobre o chão de mármore antes de vê-la. — Sim? — respondeu com os braços cruzados.
— Preciso de um pouco de ajuda, por favor.
A expressão do rosto dela não era de aborrecimento, mas sim algo do tipo o que você estiva fazendo até agora?
— Começaremos com a saia — comentou com decisão, como se já tivesse analisado assunto.
— Você tem certeza? Ah, ok. Demi pensou que ia morrer de vergonha. Como ia fazer sem colocar o bumbum nu no rosto dela? Greta já estava trabalhando com a saia, soltou todos os laços, de forma que ficou aberta numa só faixa de couro.
— Vire-se. De a volta para mim e tire o lençol— ordenou. Envergonhada, Demi obedeceu.
A mulher a envolveu com o couro da frente para trás, e logo começou a atar os laços. Suas mãos se moviam com agilidade. Mesmo assim, o processo pareceu durar muito tempo e Demi se sentiu aliviada ao notar o último puxão dos laços.
— Perfeito — exclamou Greta quase para si mesma. — Agora o espartilho. Levante os braços.
Demi obedeceu, embora com certo esforço.
— Já posso abaixá-los? — perguntou, quando a parte dianteira do espartilho ficou no seu lugar e sentiu que já tinha alguns laços ajustados.
Greta resmungou algo que pareceu ser permissão para baixar os braços e Demi o fez com alívio.
Pôde sentir como ia atando os laços da base das 
costas até os ombros. Então, os puxou tão forte que lhe cortou a respiração.
— Está muito apertado — queixou-se.
— Tem que ser apertado — respondeu Greta sem disfarçar seu desprezo. — Agora os sapatos.
Os sapatos! O terrível processo de entrar na saia e no espartilho fizeram que esquecesse por completo o calçado assustador. Olhou para baixo. Era impossível se curvar para afivela-los vestida desse modo. Sentia-se como se estivesse usando uma camisa de força. Greta ficou de joelhos e sustentou um sapato para que Demi deslizasse o pé dentro. A diferença de altura entre um lado de seu corpo e o outro a obrigou a se inclinar e se apoiar nos ombros da mulher para poder equilibrar-se.
— O outro pé — disse-lhe Greta.
Colocou o pé esquerdo e se levantou devagar. Tinha aumentado tanto de altura que todo o quarto tinha uma perspectiva diferente.
Quando a mulher se ergueu, Demi descobriu que agora era uns centímetros mais alta do que ela.
— Meu trabalho acaba aqui — anunciou Greta.
E dizendo isto, deixou-a sozinha no apartamento.
Demi estava com medo de se mover. Sentiu que poderia tropeçar e ficar caída no chão como um besouro de barriga para cima sem poder levantar-se. Mas no final a curiosidade provou ser um poderoso motivador e, devagar, avançou cambaleante para o espelho de corpo inteiro.
— OH, Meu deus! — ofegou. Jamais teria se reconhecido. Seu corpo, apertado e alongado, parecia poderoso e erótico, como se estivesse saído de uma das fotografias do Joe. Sua pele clara em contraste com o cetim preto parecia brilhar como madrepérola e a saia curta combinada com os saltos muito altos fazia que suas pernas parecessem longas e poderosas.
Virou-se e olhou por atrás. Ofegou. Os laços deixavam buracos que mostravam tentadores indícios de pele extremamente branca em comparação com o couro preto. Pensou na expressão que sempre tinha achado tão ridícula: sexo andante. Mas isso era exatamente o que parecia, e como se sentia. Ouviu a porta do quarto sendo aberta e fechada em seguida.
— Onde você está se escondendo? — chamou Joe.
O coração começou a bater a toda velocidade, cambaleou até o quarto e retornou a sala de estar.
Ele estava irresistivelmente bonito, o tipo de homem que poderia conduzir uma mulher de um metro e oitenta vestida de couro. Vestia uma calça preta e uma camisa também preta e estava levemente bronzeado, como se tivesse passado todo o dia ao ar livre. Ela se perguntou o que teria feito desde a última vez que o viu e se sentiu possessiva, algo que nunca tinha experimentado antes.
— Você está sensacional — disse sorridente. — Chegue mais perto. Demi caminhou lentamente, nervosa com medo que tropeçasse e caísse. Em todo momento sentiu seus olhos fixos nela.
Quando esteve perto o suficiente, Joe pegou a sua mão e a levou a uma sala com uma grande mesa de jantar de mármore. Havia duas taças junto a um balde de gelo que esfriava uma garrafa de vinho branco.
— Tem fome? — perguntou.
— Não muita — admitiu.
A ideia de comer com aquela roupa não lhe parecia muito atraente.
— Quer beber alguma coisa?
— Não, obrigada. Estou bem.
— Acredito que deveria tomar um pouco de vinho — sugeriu-lhe, enquanto abri a garrafa e servia-lhe uma taça. Demi a pegou e bebeu. Estava fraco e delicioso e descobriu que, depois de tudo, sim gostava. 
— Você não vai beber?
— Não — respondeu, enquanto a observava.
Ela bebeu um pouco mais e quando ficou com a taça pela metade, ele a tomou. — Vire-se, Demi — ordenou. Fez o que pedia e se apoiou na mesa para aliviar a pressão nos pés. Sentiu que soltava os laços da parte atrás da saia até que ficou aberta e seu bumbum descoberto. Passou as mãos pela pele, rodeando a curva de cada nádega antes de as deslizar até o centro para separá-las.
— O que está você está fazendo? — perguntou, enquanto se movia para afastar se do seu toque.
— Fique quieta, Demi. E não me faça pedir duas vezes. Agora abre as pernas. Nervosa, separou mais os pés.
— Incline sobre a mesa — ordenou. Demi obedeceu.

De novo sentiu que suas mãos abriam o seu bumbum. Parecia tão humilhante que foi a primeira vez que considerou a possibilidade de detê-lo, mas uma sensação de choque paralisou seus pensamentos e toda sua atenção se centrou na pressão que sentiu no ânus quando ele colocou algo duro dentro.
— O que está fazendo? — perguntou, enquanto se esforçava por não virar-se e meter a mão usando toda a fibra de sua força de vontade.
Sentiu que voltava a fechar a saia com aquele objeto ainda dentro dela. Demi pôs a mão para trás e puxou os laços, mas ele a afastou com um tapa. Puxou os laços, amarrou-os de novo e a fez virar-se. Ela quase ofegava de ansiedade.
— Relaxe, Demi. É só um dilatador anal — tranquilizou-a. — Não vai machucar você. Você só vai sentir uma sensação estranha até que se acostume. Ele devolveu a taça de vinho e ela a acabou num gole.
— Quer que o tire?
— Sim — respondeu.
— Então o farei. Quando você me fizer gozar.
Demi o olhou com curiosidade. Pretendia que mantivesse relações com ele assim? Joe desabotoou as calças e deixou que caíssem ao chão, em seguida abaixou os boxers brancos. Seu membro estava duro. Ela se perguntou quando tinha começado a ficar ereto. Quando ele entrou no quarto? Quando tinha visto seu bumbum exposto, tal como ele tinha planejado, naquele traje? Quando ele tinha metido aquele objeto duro dentro dela? 
— Ajoelhe — ordenou. E então Demi ficou sabendo como ele queria que o fizesse gozar.
— Nunca fiz isto antes — advertiu, enquanto se colocava na posição.
— Fico feliz por você me dizer. Já sabe que eu não gosto de surpresas. Iremos devagar. Lambe-o como se fosse um sorvete, um que estivesse derretendo — indicou.
Ela colocou as mãos nos quadris e fez o que ele pedia. Pôde cheirá-lo e saborear o doce toque salgado de sua pele e a intimidade esmagadora desse ato bastou para que esquecesse a pressão no traseiro.
— Agora enfia isso na boca — disse ele, enquanto fechava as mãos no seu cabelo.
Demi o rodeou com os lábios e Joe apoiou uma mão por debaixo do queixo. Com uma leve pressão, indicou que deslizasse a boca para frente e para trás.
— Use a língua — disse e ela se concentrou em deslizá-la por todo o comprimento de seu membro enquanto o acariciava com os lábios.
Um estranho som veio dele e a excitou tanto como teria feito qualquer carícia. Moveu-se mais rápido e em seguida seus movimentos já não controlavam o ritmo, mas sim eram feitas com as investidas da pélvis dele entrando e saindo de sua boca.
Quando pensou que ia afogar se, Joe se deteve e a boca dela se encheu de um fluido salgado e quente. Sobressaltada, tragou instintivamente e então se separou para poder cuspir o resto. Tossindo envergonhada, cobriu a boca e lhe deu as costas.
Joe deitou no sofá macio, puxou-a para seu lado e a abraçou.
— Foi incrível — disse. E de repente tudo estava bom, melhor que bom. Ele beijou seu cabelo.
— Agora vou cumprir minha parte do trato 
— acrescentou— Deite-se de bruços sobre o sofá. Demi tinha esquecido do dilatador anal, mas agora que o mencionava, voltou a ser consciente da pressão, mais suave agora, mas sem dúvida presente. Deitou-se como ele pediu e apoiou o rosto na curva do braço. 
— Abra as pernas — ordenou Joe. Quando o fez, em vez de tirar o dilatador anal, sentiu seus dedos deslizarem por debaixo dela indo para frente para esfregar o clitóris. Enquanto a acariciava com uma mão, retirou-lhe o dilatador com a outra. A justaposição de sensações confundiu seu corpo e, quando introduziu um dedo no ânus, provocou-lhe um espasmo de prazer. Quando o orgasmo acabou, ficou quieta. Ouviu-o levantar-se e caminhar pela sala.
— Demi — disse quando retornou. — Se levante.
Com pernas trêmulas, conseguiu ficar em pé, embora teve que esticar o braço para ele para que a ajudasse. Uma vez em pé, Joe se agachou e desabotoou os sapatos. Demi os tirou aliviada e viu que levantava seu vestido. Desabotoou o espartilho e lhe entregou a peça. Demi ficou impaciente e quando o algodão suave cobriu seu corpo, sentiu-se como se estivesse envolta em uma manta quentinha. Joe a rodeou com o braço e a levou de volta para o sofá. Demi se sentou e ele se acomodou a seu lado.
— Tenho algo para você — disse e estendeu-lhe uma caixa azul esverdeada, envolta com um laço branco. Ela reconheceu o pacote. Era da Tiffany'S.
Desfez o laço com cuidado e abriu a caixa. Dentro encontrou uma corrente de ouro com um pequeno cadeado também de ouro pendurado, com as letras gravadas T & CO e o ano 1837. Era elegante e bonito, algo que Selena usaria sem problemas, mas totalmente diferente de alguma coisa que ela pensaria em usar.
— É bonito — disse, quase temendo tocá-lo.
Joe o tirou da caixa e o pendurou em seu pescoço.
— Vem, Olha. Pegou sua mão e a levou até um espelho.
Ele ficou atrás dela, com as mãos em seus ombros. Seus olhos se encontraram no espelho e Demi ficou espantada pela intensidade de seu olhar.
— Sabe o que significa isto? — perguntou.
Estava prestes a reconhecer que não, que não sabia. Mas então recordou as palavras de Selena: "Conheci uma garota que usava uma coleira... como uma de cão. Disse-me que, na comunidade, isso indicava a outros que tinha um dono...".
— Sim — sussurrou.
— Diga-me — ordenou.
— Significa que sou tua — respondeu.
— Exatamente — assentiu em voz baixa— Sua buceta é minha e sua bunda, e seus seios... para eu fazer o que quiser, quando quiser, onde quiser. — Como se desejasse dar mais ênfase a suas palavras, rodeou-a com os braços e lhe tocou os seios, então abaixou a mão e a fez estremecer. — Agora o seu corpo é mais meu do que teu, você entende? 
Demi concordou com os olhos fixos no espelho, no pingente. Joe a fez virar-se e beijou-lhe a testa delicadamente.
— Tenho outra coisa — acrescentou em voz baixa. — Espere aqui.Desapareceu pelo corredor e retornou com outra caixinha. Essa era preta e levava um laço também preto. Entregou-a e, sem fazer nenhuma pergunta, Demi a abriu. Dentro encontrou um pequeno objeto de aço inoxidável em forma de lágrima grande, com uma pequena base plana. Olhou para Joe confusa.— É um dilatador para seu bumbum.
Seu rosto ruborizou e ela fechou a caixa.
— Leva-o sempre com você. A qualquer momento mandarei uma mensagem para você pedindo que o introduza. E quero que o faça. Além disso, terá que usá-lo em todas as reuniões na biblioteca. Comprovarei que está usando-o depois de cada uma delas, para me a segurar de que obedece minhas instruções. Se não o fizer, será severamente castigada.Ele sorriu e acariciou o cabelo dela.
Demi se surpreendeu ao perceber que suas palavras a deixou molhada.
— O carro está esperando lá embaixo para levar você para casa.
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Oi meninas, como vocês estão?Desculpa mas não vou começar a maratona hoje, porque to passando mal, mas amanha se eu estiver melhor eu começo, eu achei o Joe nesse capitulo um desgraçado, usou a Demi para o próprio prazer e mandou a garota embora, e vocês o que acharam? Beijos.

domingo, 27 de setembro de 2015

Capítulo 22


Capítulo 22
Já estava no meio da tarde quando Demi entrou no seu apartamento como se estivesse flutuando numa nuvem. Selena olhou por cima do sofá. Tinha um caderno de esboços no colo.
— Onde você estava? Por que não voltou para casa ontem à noite?
Estava muito preocupada com você — disse, enquanto soltava o lápis 
 Ela se inclinou para desabotoar os sapatos. Joe a mandou para a casa vestida de Prada da cabeça aos pés. Como sempre, os sapatos eram incriminadores. 
— Estou surpresa que tenha voltado para casa ontem à noite — comentou Demi. — Da maneira como ocorreram as coisas no Nurse Bettie, não o esperava.
— Não tente desviar a atenção para mim. Onde você estava? Não pode desaparecer assim, Demi.
— Eu não desapareci. Foi você que partiu, lembra?
— Sinto muito. Ultimamente tenho estado tão deprimida que eu precisava de alguma coisa para tirar Justin da cabeça.
— Por isso me deixou com aquele asqueroso no bar?
— David  não é um asqueroso. Além disso, foi ele quem me disse que você tinha saído com um cara.
— Não era um cara, era Joe. Mas de todos os modos, sinto por tê-la preocupado.
Sentiu-se comovida por Selena ter se preocupado com ela.
— O que Joe estava fazendo ali? Perseguindo você? 
 Demi encolheu de ombros e se dirigiu à cozinha. Não tinha comido nada do café da manhã e, de repente, deu-se conta de que estava morta de fome. Esticou o braço para pegar um prato da segunda prateleira do armário, mas os ombros lhe doíam tanto que ela mal conseguia levantá-los por cima da cabeça. 
— Ai! — gritou, incapaz de alcançar o prato.
— O que foi?
— Pode me baixar um prato? Selena pareceu na porta.
— Não até que me fale o que está acontecendo?
— Doem-me os braços — explicou-lhe.
— Sim, eu posso ver isto. Assim, a menos que tenha jogado uma partida de tênis a meia-noite no Central Park, eu me pergunto porquê
 Olhou- a com as mãos nos quadris. Demi não pôde evitar sorrir. De algum modo, sua relação com o Joe tinha convertido a sua mordaz companheira de apartamento em uma supermãe. 
— Se me der o prato, contarei tudo — disse.
Selena pegou o prato, passou-o e insistiu:
— Cuspa-o, Demi. Sentaram-se à mesa, comendo as sobras de arroz com frango e bebendo garrafinhas de cerveja Corona. Demi tinha colocado uma calça de moletom e uma velha camiseta da Drexel. Estava fisicamente exausta, mas tinha a mente acelerada como se estivesse na sexta marcha que não sabia que tivesse. — Ele gosta do que suponho que poderíamos chamar dominar — começou a contar.
— Fazendo o que, exatamente? — perguntou Selena.
Agora que tinha chegado o momento, estava morrendo de medo de contar a alguém o que estava acontecendo. Não sabia se Selena diria que era uma loucura, que devia afastar-se desse tipo ou se, em troca, confessaria: "Claro, eu faço coisas assim todo o momento". De qualquer maneira, Demi necessitava de uma confidente.
— Isto... bom, me deu de presente um celular e me disse que tinha que leva-lo sempre ligado e que só era para usá-lo entre nós dois. Manda-me mensagens que, na realidade, são ordens. E me diz o que tenho que vestir. Sempre devo usar sapatos de salto e um tipo específico de lingerie.
— Bom, sinceramente, Demi, não foi tão ruim um pouco de orientação sobre o seu jeito de vestir.
Ela lançou um olhar furioso antes de continuar:
— Se não faço o que me diz, ou seja, se não me visto do modo adequado, me "castiga". Agora sim ela tinha toda a atenção de Selena. À frívola, entediada e sabe-tudo da Selena de repente arregalou os olhos.
— Continua — insistiu.
— Bom, digamos que me dá... uns tapas.
Não pôde dizer nada mais. Não pôde falar do quarto. Sua companheira assentiu.
— já ouvi falar desse tipo de coisas — comentou, enquanto arrancava a etiqueta de sua garrafinha de cerveja.
— Sim? — exclamou Demi surpreendida.
— Claro. É BDSM básico.
— BD quê?
— BDSM: bondage, disciplina, sadomasoquismo. É uma subcultura bastante difundida.
— É mesmo?
— Claro. Tem muita gente que faz isto.
— Então, você não acha... estranho? 
 Selena encolheu de ombros. 
— Para mim não serve, mas, eu tenho certeza de que em pequenas doses poderia ser muito erótico. Conheci uma garota que usava uma coleira. 
— O que quer dizer?
— Usava uma colar de couro, como uma coleira de cachorro.
Disse-me que, na comunidade, isso indicava a outros que tinha um dono.
— Está de brincadeira.
— Não
 Isso fez que Demi se sentisse muito melhor. Ao menos, ela não tinha chegado tão longe. 
— Então, está-me dizendo que tudo isso é relativamente normal
— concluiu.
— OH, bom, não é muito normal — replicou Selena. — Mas enquanto você se sinta bem, a quem importa? Principalmente se
você conseguir com isso um guarda-roupa inteiro da Prada, te diria, deixe-o chicoteá-la até que se canse.
Demi corou e olhou para o seu prato. Possivelmente Selena não fosse a melhor escolha como confidente, mas era tudo que tinha no momento. E ao menos, a partir daí, podia nomear aquilo que estava enfrentando: BDSM. Teria que investigar um pouco, embora algo lhe dizia que não encontraria um livro sobre esse tema em particular na biblioteca.

                                           ***
Pela manhã quando chegou ao trabalho se encontrou com o Liam sentado no seu lugar, organizando uma pilha de livros.
— Oi — saudou Demi. — Desculpe por ontem. Espero que não tenha tido muita bagunça.
— Não, foi tudo bem. Mas Blanda quer ver você em seu escritório.
Demi teve um mau pressentimento.
— Por quê? — perguntou, enquanto deixava a bolsa atrás da mesa.
— Não sei. Mas a julgar por seu tom quando ela ligou, eu não a faria esperar muito. Aquilo não era bom sinal. Demi se dirigiu ao segundo andar.
A porta do escritório de Blanda estava entreaberta. A viu antes de entrar, levava o cabelo loiro platinado preso num coque perfeitamente descuidado, as mangas da blusa azul marinho dobradas até os cotovelos e os pulsos bronzeados enfeitados com alguns delicados braceletes de ouro. Estava tomando seu café da Starbucks enquanto folheava The New York Post “on-line”.
Demi bateu na porta.
Blanda olhou para cima e entreabriu os olhos.
— Bem, bem, bem, que amável da sua parte se dignar a aparecer 
— disse.
— Sinto por ontem — desculpou-se, nervosa por ter que pedir desculpas e se desculpar tão cedo.
Tinha ensaiado mentalmente esse momento no metro, mas tinha sido incapaz de pensar numa razão plausível pela que Joe e ela tivessem que trabalhar "fora" no dia anterior.
— Sente-se Demi — pediu-lhe Blanda.
A contra gosto, entrou no escritório. A única cadeira disponível estava cheia de revistas de noivas. Como Blanda não fez gesto de limpá-la, ela o fez e se sentou nervosa com as revistas no colo.
— Sei que quando começou a trabalhar aqui sentiu que o balcão de empréstimos não era digno de você.
— Não, não é isso. Só pensei...
— Por favor, não me interrompa. Como ia dizendo, sei que sentiu que não era digno de você por sua licenciatura com honras e tudo mais. Mas numa biblioteca deste nível, o balcão de circulação é vital. Vital. E se não posso confiar em você que esteja aqui todos os dias, não poderei mantê-la nesse posto.
— Blanda, estarei aqui todos os dias. Não voltará a acontecer.
Ela sentiu pânico. Poderiam demiti-la por faltar um dia ao trabalho? Deus, o que eu estava pensando? O que estava errado?
— Bom, terá que me provar isso E, enquanto isso, trabalhará no balcão de devoluções. Demi sentiu que empalidecia.
— Blanda, isso não é necessário. Prometo que não voltará a acontecer.
— Isto não é uma discussão aberta, Demi. Agora vá informar ao balcão de devoluções. Alguém ali vai ensiná-la como organizar o material nos carros e como colocar tudo de volta nas estantes.
Sentiu-se a beira das lágrimas, mas não queria que Blanda visse como ficou chateada. Levantou-se, voltou a deixar as revistas sobre a cadeira e se dirigiu à porta.
— Demi mais uma coisa — disse sua chefe. Ela virou-se.
— Eu realmente espero que o sua relação com Joseph Jonas seja só profissional. Embora o apoio financeiro de sua família é indispensável para esta biblioteca, não gostaria que nenhum membro da minha equipe mantivesse uma relação íntima com ele. Seria inapropriado e prejudicial. Ficou claro?
— Sim — respondeu Demi, incapaz de olhá-la nos olhos.
— Bem. E no seu horário de almoço, por favor, vá a Vera Wang e me busque uma amostra de tecido. Depois necessitarei que a leve a meu florista.Demi assentiu e partiu rapidamente.

No caminho para as escada, cruzou com a Margaret. A senhora a saudou com a mão.
— Olá, Demi. Tem estado desaparecida ultimamente. Gostaria de almoçar na escada hoje?
— Eu gostaria de poder, mas Blanda me pediu para fazer um favor.
Margaret negou com a cabeça.
— Oh, sinto muito. Vamos ficar em outro momento.
Demi se sentiu extremamente triste. Perguntou-se se a senhora pensaria que a estava enrolando ou que a estava evitando.
O celular vibrou na bolsa. Enquanto subia a escada para o balcão de devoluções, leu a mensagem:
O carro estará esperando lá fora às seis.J.
E só com isso, tudo voltou a estar bem no seu mundo.
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Oi meninas, amanha eu começo a maratona, beijos.

Opinião

Meninas vocês querem que eu faça maratona? Quero saber a opinião de vocês, por que como tem poucas pessoas que comentam, eu não sei quantas pessoas que leem e não comentam,ou quantas pessoas que ler e comentam, então queria saber quem ler a história, e o que acha que vai acontecer.
Então é isso,depois vou divulgar alguns blogs que me pediram, beijos.

Capítulo 21


Capítulo 21
Joe parou a seu lado, em frente a um quarto do apartamento que Demi ainda não tinha visto. A porta estava fechada. — Ponha estes sapatos — pediu-lhe.
Ela olhou para baixo e viu um par de sapatos com salto agulha de dez centímetros de cetim branco. Os pôs.

— Agora tire o robe — ordenou-lhe.

Depois de vacilar somente um segundo, cambaleando-se sobre os saltos, desamarrou o robe e o tirou. Joe o pegou das mãos.

— Fique de costas e feche os olhos — disse-lhe.

Ela obedeceu.

Sentiu que algo suave se deslizava sobre seus olhos e percebeu que os estava tampando com alguma coisa forrada de pele.
Instintivamente, levantou as mãos para tocá-lo.
— Mantenha as mãos de lado — ordenou-lhe com firmeza.
Demi fez o que ele dizia. O coração acelerou. — Eu sei que falamos que ao vir aqui está dando seu consentimento, mas sabe que pode sair pela porta a qualquer momento, que sempre terá uma alternativa. A maioria dos meus... pares ainda estão muito consciente dos seus limites, seus limites intransponíveis, os chamamos. Mas como tudo isto é novo para você, irá descobrir o seu caminho. Por isso, se estamos fazendo algo e me diz que pare, vou ignorar.
— Ignorar? — repetiu Demi. Perdi alguma coisa?
— Sim. Se realmente não pode continuar, terá que dizer "limite intransponível".
— Limite intransponível — repetiu, quase para si mesma.
Ouviu como girou a maçaneta e abriu a porta. Parecia incrível poder identificar sua ação por um som tão leve, mas se deu conta de que privada da visão, seus outros sentidos se aguçavam instantaneamente.
— Dá dez passos para frente — ordenou.
Caminhou devagar, concentrada em não cair com aqueles saltos.
Ele estendeu a mão e agarrou seu braço para firmá-la. Nunca teria imaginado como distante poderiam parecer dez passos.
Os sapatos que calçava faziam muito ruídos sobre o duro chão.
— Pare aqui — disse ele.
Ouviu um som metálico e estremeceu.
— Levanta os braços acima da cabeça.
Demi obedeceu sentindo-se estúpida.
— Mais abertos — ele pediu.
Sentiu que algo deslizava por seu pulso, algo suave, mas firme, como se fosse pele. Logo ouviu um clique quando seu braço ficou seguro, imobilizado e esticado acima da cabeça. E depois o outro braço.
— Não se mova — Joe advertiu. — Eu vou usar a tesoura e se você se mover posso cortá-la sem querer.
— O quê? — exclamou e se contorceu instintivamente, com o
pulso acelerado.
Então sentiu a fria folha de metal nas costas e o sussurro do tecido ao rasgar-se. A camisola de seda se deslizou por seu corpo quando a tesoura a cortou pela metade e as duas folhas roçaram a carne enquanto desciam por seu corpo.
Sentiu o ar frio do quarto sobre a pele. Só usava os sapatos de salto. Começou a sentir um formigamento nas mãos pela postura tão pouco natural.
Ouviu os passos de Joe se afastando dela e fechando a porta. E soube que estava sozinha.
Demi já não sentia os braços. Durante um tempo, tinha tentado dobrar os joelhos ou inclinar-se para frente ou para trás para fazer que o sangue continuasse a circular. Mas no final se deu conta de que quanto mais erguida e quieta permanecesse, menos tensão suportavam os músculos das costas e das pernas, que em alguns momentos lhe queimavam com a dor.
Não sabia quanto tempo tinha passado. Vinte minutos? Uma hora?
Duas?
Sua mente estava a mil por hora, debatendo se deveria chama-lo, mas alguma coisa lhe disse que não o fizesse.Apenas quando pensava que não o suportaria mais, que se desmoronaria e gritaria "limite intransponível" a todo pulmão, algo a alertou: a porta se abriu. Ouviu os passos de Joe aproximando-se e o som do metal. Alegrou-se ao pensar que ia soltar-lhe os braços. Mas em seguida se deu conta de que não, que ele limitou a baixa-los para que pudesse dobrar os cotovelos. Ainda assim, foi um doce alívio.
Embora a deixasse nessa postura mais um tempo, podia suportá-lo.
Joe estava de pé na frente dela. Sentiu que estava tão perto que se ela se inclinasse para frente poderia roçá-lo. Mas ficou completamente imóvel.Ele colocou a mão entre as pernas e seus dedos encontraram imediatamente esse doce ponto que até a noite passada ela não sabia que existia. O contraste entre as duras e agradáveis carícias de seus dedos e a dor incômoda que estava sofrendo foi tão intenso que as pernas fraquejaram.
— Fique reta — ordenou, e Demi se esforçou para manter-se erguida.
Ele retirou seus dedos de seu interior e acariciou lhe o sexo com delicadeza, brincando com seus clitóris. De repente, sentiu uma rápida e úmida carícia de sua língua e Joe voltou a mergulhar o dedo nela. Ela gemeu, doíam-lhe os braços, as pernas se esforçavam por manter o equilíbrio e o controle enquanto seu sexo palpitava com sensações que nunca teria podido imaginar.
Ele a levou até o limite da liberação e logo deixou de tocá-la. Se estivesse com as mãos livres, teria terminado ela mesma sem hesitação.
O quão desesperada era a sua necessidade. E então sentiu o inconfundível contato de seu membro roçando a entrada de sua vagina, mas apenas abriu os lábios antes de afastar-se.
— Por favor — rogou, envergonhada de si mesma, mas consciente de que aquilo estava só começando.
Joe abriu os lábios do seu sexo com as mãos, e Demi voltou a sentir a pressão da ponta do seu membro contra ela, mas não se moveu. Gemeu e se balançou contra ele.
— Eu estou aborrecido com você — disse. — Quero que me prometa que não haverá mais segredos. Não sobre sexo — acrescentou.
— Está bem — ofegou.
— Prometa.
— Eu prometo — disse, mas sua soava distante.
Seus dedos ainda estavam brincando com ela e era insuportável.

Joe soltou os pulsos rapidamente e, incapaz de manter o equilíbrio, Demi caiu sobre ele. Acariciando-a ainda com uma mão, ele a deitou no chão sentindo o duro e frio nas costas.
— Por favor — repetiu.
E dessa vez sentiu que ficava em cima dela. Em qualquer outro estado de ânimo, se sentiria envergonhada pela forma como abriu as pernas, como o agarrou e gritou quando a preencheu com seu membro e se arqueou contra ele até que sua palpitante necessidade ficou silenciada com um violento orgasmo.
Joe a alcançou segundos depois, com a boca úmida e aberta contra seu seio, murmurando coisas que Demi não conseguia entender. Depois, carregou-a em seus braços como se não pesasse nada.
Ainda com os olhos vendados, apoiou a cabeça no seu ombro e, para seu horror, começou a chorar.
Sentiu que ele esticava os braços ao redor de seu corpo e se movia rapidamente pelo apartamento. Em poucos segundos, ela se encontrou estendida na cama e com os olhos descobertos.
— Você está bem? — perguntou.
Seu belo rosto estava tenso de ansiedade. Ele a beijou na testa, levantando a franja para poder encostar a boca a sua pele pálida.
— Sim — respondeu, tentando recuperar o controle de si mesma.
— Foi tão... intenso.
— Isso é bom — respondeu. — Se não for intenso, para que faze- ló? Pelo menos, é o que eu acredito.
— Não posso acreditar que estar fisicamente desconfortável possa traduzir-se em sentir-se bem. É... estranho.
— Nem tanto, se pensar nisso. Temos que experimentar o contraste para sentir algo plenamente. Tristeza ou felicidade, trabalho ou relaxamento, solidão ou conexão com outras pessoas. O que é o um sem o outro? Nós não saberíamos.
— Sim — respondeu Demi. — Entendo perfeitamente.

Apertou-a contra ele. — Sabia que o entenderia.
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Oi meninas,desculpe por não ter postado ontem, eu tava cansada e acabei vendo show da Rihanna (que show foi aquele, muito foda) e esqueci de postar, mais tarde sem falta eu posto mais, beijos. 

sábado, 26 de setembro de 2015

Capítulo 20


Capítulo 20
Demi despertou desorientada.
O quarto estava às escuras, mas algo lhe disse que era de manhã, não de noite. Virou-se e se encontrou olhando fixamente uma parede cheia de quadros dignos de um museu, um aviso de onde estava e como tinha passado a noite.
O lado do Joe estava vazio, embora tenha dormido com ele a seu lado. Esticou o braço para o abajur da mesinha de cabeceira e a acendeu para orientar se. As cortinas faziam que ficasse difícil saber que horas eram, mas tinha a sensação de que ia chegar tarde ao trabalho. Então viu uma folha de papel dobrado sobre o travesseiro do Joe. Pegou-o.

Querida Demi,
Espero que tenha dormido bem. Quando estiver pronta, se encontre comigo na sala para tomar o café da manhã. O banheiro está à esquerda. Encontrará toalhas limpas e um roupão. J.


Ela se levantou da cama. Apesar de que estava sozinha, sua nudez a embaraçou. Joe tinha insistido em que dormisse nua e, embora ela houvesse protestado dizendo que nunca seria capaz de dormir profundamente sem usar nada por cima, a intensidade da noite a tinha deixado exausta e caiu num sono profundo, assim que apoiou a cabeça no travesseiro.
Ela entrou no banheiro e fechou a porta com o trinco. Como ela esperava, tudo estava impecável e era elegante e moderno, cheio de espelhos e mármore preto. Havia uma banheira grande e um duche, os azulejos eram brancos rodeados por um boxe de vidro.
Como ele falou, atrás da porta estava pendurada uma camisola e um Justin e combinando da La Perla. Sobre uma bancada preta, encontrou uma escova de dente ainda sem abrir, uma pilha de suaves toalhas pretas e uma bandeja de prata cheia de produtos Kiehl e Molton Brown.

Ela escovou os dentes e lavou o rosto com um sabonete de soja.
Seu cabelo estava desgrenhado, a franja torta e soube que o que realmente precisava era de um duche.
Abriu a porta de vidro. Não se parecia com nenhum outro duche em que já tivesse estado. O chuveiro estava pendurado no centro da cabine, perfeitamente redonda e plana como um crepe. Quando abriu a torneira, água caiu como se fosse chuva.
Encontrou xampu na prateleira. Sabia que se procurasse pelo banho, provavelmente encontraria um barbeador elétrico, mas não queria demorar muito. Quando ensaboou o corpo, suas mãos se demoraram nos seios e entre as pernas, onde se lavou com delicadeza.
Sentia-se dolorida, mas era uma dor que acolheu com agrado.
Seu corpo era como um novo amigo desconhecido. Quem teria dito que poderia dar tanto prazer a ela mesma e a outra pessoa. Pensar em Joe fez que sentisse um delicioso estremecimento. Fechou os olhos e visualizou seu membro e sentiu uma intensa sensação quando o tinha tido no seu interior.
É claro, fazia tempo que imaginava como seria praticar sexo pela primeira vez. Mas agora se dava conta das ingênuas e limitadas que haviam sido suas fantasias. Como poderia ter imaginado o aroma de sua pele, o modo que sentia sua boca nos seios, a pressão das mãos atrás dela quando a guiou para seu membro ou como abriu o seu corpo para ele como se estivesse oferecendo alimentos depois de uma greve de fome...?
Fechou a torneira. Aquilo era uma loucura. Tinha que voltar para a realidade. Não tinha nem ideia de que horas eram e tinha que passar em casa antes de ir trabalhar, porque a única roupa que tinha era o vestido preto que tinha usado no Nurse Bettie.
Secou-se, penteou-se e arrumou a franja. Pegou a camisola da La Perla e viu que ainda estava com a etiqueta. Arrancou-a e a vestiu. O tecido era tão suave que era como se acariciasse a sua pele. E se deu conta de como era transparente. Pôs o fino Justin e por cima e o amarrou à cintura. Finalmente, olhou-se no espelho e pela primeira vez na sua vida se sentiu verdadeiramente bonita.
— Bom dia — saudou Joe com um sorriso.
Vestia uns jeans escuros e uma camisa branca com as mangas dobradas por cima dos fortes punhos. Tinha o cabelo molhado e os olhos brilhantes e desafiadores, como sempre.
Ele estava sentado numa mesa de café da manhã. Era estreita e preta e brilhava como se a cobrisse com uma capa de gelo. Ele estava numa ponta, com um laptop, rodeado por pratos de bolo, fruta fresca, muffins e uma jarra de café.
Serviu-lhe uma xícara quando se sentou em frente a ele.
— Isto está... muito bom — comentou ela, sentindo-se repentinamente envergonhada. — Mas vou chegar muito tarde ao trabalho. Tenho que ir — afirmou.
— Já liguei para a Blanda — anunciou.
— Você fez o quê?
— Eu disse à Blanda que você não iria hoje porque íamos trabalhar fora do escritório.
— Não tem o direito a fazer isso. Não pensou que talvez eu quisesse ir trabalhar?
— Você não tem direito a querer nada. Você está se comportando pessimamente, e vai ter que ser castigada. À luz do dia, essa conversa parecia muito menos razoável que às onze da noite.
— Isto não é um jogo — protestou Demi enquanto deixava a xícara de café na mesa.
— Tem razão. Estou falando à sério. A questão é: e você? — perguntou zangado.
— O que você acha que isto significa?
— Como pôde não me dizer que era virgem?
Ela se ruborizou.
— Sinto muito, mas não parecia que era o momento certo. Quero dizer, sentia me estúpida soltando-o assim sem mais.
— Nunca teria te fodido desse modo se eu soubesse.
Ela não podia acreditar na sua arrogância.
— Como e quando me fodem, como você o chama, não é decisão sua — replicou.
— Se você é tão boa para tomar esta decisão, por que não a tomou antes? Se você tivesse confiança para decidir por si mesma, já o teria feito. Mas tem medo. Eu a ensinarei a não ter medo. Se me deixar.
Ela ficou surpresa ao sentir que seus olhos se encheram de lágrimas.
— Está tudo bem, Demi — a tranquilizou. — Será bom para você que eu assuma o controle. Você não tem que pensar em nada. Não há necessidade de entendê-lo. Não tem que pensar o que é o correto. Renda-se a mim e verá como gosta.
O ar ficou preso na garganta.
— Agora coma alguma coisa — ordenou Joe. — Precisa recuperar as forças.

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Oi meninas, vou postar só esse capitulo hoje, porque demorei muito vendo o final da novela hahaha, to chocada com o final, mais tarde eu posto mais, sendo que já é sábado, beijos.  

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Capítulo 19


Capítulo 19
Em silêncio, subiram no elevador privado até o apartamento de Joe. Apenas tinha falado desde que tinham saído do Nurse Bettie.
Fora do bar, esperava-os o carro com o chofer. Joe abriu-lhe a porta e então se acomodou a seu lado sem dizer nada. Parecia tenso e zangado e Demi se mostrou reticente a perguntar por que estava tão furioso.
Nesses momentos, no apartamento, seguiu sentindo as gélidas vibrações.
— Me siga. — ordenou-lhe, enquanto se dirigia para a parte de trás do apartamento sem sequer a olhar. Ela o seguiu desajeitadamente com os sapatos de salto sobre o duro chão de madeira.
Joe a levou além da primeira parede de fotografias; quando passaram as eróticas, chegaram a uma área que Demi não tinha visto na sua primeira visita. Depois do corredor, o apartamento se dividia em duas salas. Ela fez gesto de como fosse conhecer uma, mas ele fechou a porta rapidamente.
— Por aqui. — disse ele e abriu outra porta.
Demi entrou e viu que era seu quarto.

As paredes eram de um intenso verde militar, a imensa cama estava emoldurada por uma robusta madeira escura. Um lado do quarto estava ocupado por umas janelas que ocupavam toda a parede e davam ao rio Hudson. Outra parede estava cheia de pinturas; reconheceu umas quantas porque as tinha visto nos livros de texto da faculdade. E duvidava que fossem cópias.
Resultava-lhe familiar uma em particular, um belíssimo quadro do Marc Chagall de uma mulher cavalgando sobre um cavalo azul. Um homem montava atrás dela e rodeava a cintura dela com os braços. O rosto dele estava meio oculto pelos braços erguidos da mulher. A parte de acima do vestido vermelho caía por debaixo dos seios, deixando-os expostos.
Curiosamente, não havia nenhuma fotografia nas paredes.
Joe apertou um interruptor e uma pesada e escura cortina cobriu as janelas. Demi estremeceu com um repentino calafrio. Então, ele se voltou para ela.
— Quem era o cara que você saiu esta noite?
— Eu não saí com ninguém. Saí com minha companheira de apartamento e ali conhecemos esses dois rapazes...
Joe levantou uma mão para silenciá-la, como se só escutar isso já fora uma afronta.
— Este vestido era para que o usasse só comigo, só para mim.
Assim agora quero que me devolva isso. Tire isso. A essas altura, Demi sabia que não brincava, que não tinha ouvido mau e somente podia fazer uma coisa. Com as mãos tremulas, jogou os braços para trás e abriu o zíper. Joe a olhava com grande intensidade e muito sério, e ela compreendeu que o ato de tirar o vestido estava carregado de um grande significado.
Estremecendo-se com timidez, deixou que o objeto caísse no chão.
Ali de pé, diante de Joe, com o sutiã GAP branco e as simples calcinhas de algodão, sentiu-se envergonhada. Então pensou em como a havia tocado na última vez que se viram e sentiu uma intensa palpitação entre as pernas.
— É linda, Demi — afirmou ele, enquanto percorria o corpo de cima abaixo com o olhar. —Mas, sabe que não pode usar esse sutiã e essas calcinhas velhas comigo. Por favor, tira isso também.
O coração começou a bater com força e sentiu as palmas escorregadias de suor. Custou-lhe soltar o fecho do sutiã, que já abriu e fechou uma infinidade de vezes e, durante um minuto, não soube se seria capaz de tirá-lo. Mas, finalmente conseguiu e o deixou cair no chão.
Sentia os olhos do Joe sobre ela, mas não podia suportar olhar para ele. Tentando pensar que estava sozinha na sua própria casa, deslizou as calcinhas pelos quadris e os tornozelos e as tirou.
— Seu corpo me põe tão duro... — afirmou ele.
Demi se ruborizou tanto que inclusive sentiu que lhe formigava o rosto. O coração martelava com força no peito e se perguntou se seria possível sofrer um ataque cardíaco por pura vergonha.
— Deite na cama — ordenou.
Demi se virou para olhar a enorme cama, perguntando-se como poderia subir nela sem lhe oferecer uma clara imagem de seu traseiro nu. Joe viu sua vacilação e, como se lesse a mente dela, moveu-se a seu redor até ficar justamente atrás dela.
— Vai— insistiu.
Sem nenhum lugar onde esconder-se, Demi obedeceu.
— De barriga para baixo — ordenou.
Demi seguiu suas ordens, afundou o rosto na curva do braço com o traseiro exposto para ele. Depois de uns segundos sem ouvir nada, virou-se para olhar o que estava fazendo.
— Não se mova — disse Joe em voz baixa. Ela voltou a esconder o rosto. Passaram alguns minutos mais sem que nada acontecesse.
Demi voltou a virá-la novamente. Dessa vez, respondeu lhe dando uma palmada na bunda.
— Ah! — exclamou ela. 
—Te disse que não virasse — advertiu com voz paciente, como se falasse com uma criança indisciplinada.
Demi ficou totalmente quieta, preparando-se para outro golpe.
Passou mais um momento e nada. 
Ouviu-o mover-se pelo quarto. Logo, a cama se afundou sob seu peso.
— Abre as pernas — ordenou-lhe.
Obedeceu e passaram mais segundos torturantes sem nenhum movimento. Finalmente, sentiu que Joe lhe acariciava o traseiro no ponto onde a tinha golpeado. Deslizou a mão entre suas pernas e inundou o dedo no seu interior. Notou como se umedecia e então retirou o dedo e o voltou a introduzir dentro e fora, até que umas intensas faíscas de prazer saltaram no seu interior.
— Vire-se — disse ao mesmo tempo que retirava a mão.
Demi sentiu a ausência de seu contato, a vagina palpitava. Não havia espaço para a vergonha na sua descontrolada mente quando os seus olhos percorreram o corpo de Joe. Percebeu que sua camisa estava desabotoada e que uma ereção esticava o tecido de suas calças pretas.
Abriu-lhe as pernas e ela esperou ansiosamente sentir de novo suas mãos sobre seu corpo e no seu interior. Em troca, para seu choque e horror, ele colocou o rosto entre suas pernas.
Demi se levantou e se afastou dele. A ideia de que a visse lá abaixo era demais.
— Não te dei permissão para mover-se. Deite novamente de barriga para baixo — ordenou-lhe. 
Ela voltou a deitar-se e se virou, apoiando de novo a cara nos braços. Não a surpreendeu notar o golpe no traseiro, desta vez mais forte, fazendo-a sentir dor de verdade. E outra vez.
Ela mordeu os lábios e logo ofegou quando o dedo dele voltou a abri-la e indo até esse lugar tão sensível no seu interior. A vagina lhe convulsionou contra o dedo e ela gemeu de um modo que fez que lhe resultasse difícil reconhecer sua própria voz. Joseph retirou dedo abriu as pernas dela. Sentiu calor e umidade no sexo e se deu conta de que tinha sua boca junto a ela.
Recorreu a toda sua força de vontade para não separar-se. Mas quando começou a acaricia-la com o dedo ao mesmo tempo, esqueceu-se de mostrar resistência, esqueceu-se da vergonha, esqueceu-se de tudo, exceto das ondas de prazer tão intenso que era quase doloroso. Gritou algo ininteligível, algum tipo de comunicação animal e indigna indicando que não se detivesse, que queria mais.
Mas Joe parou e o sentiu movendo-se atrás dela na cama.
— Vire-se — ordenou. Sua voz soou rouca de desejo.
Ela deitou de barriga para cima e o descobriu nu. Seu corpo era inclusive mais bonito do que tinha imaginado. Os ombros largos e a cintura estreita eram perfeitos; era um homem inclusive mais bonito do que ela acreditava que poderia ser. Mas então se focou do que não podia desviar os olhos, era na sua ereção, grande e apontando para ela. Não era só que nunca tinha visto um homem nu, ao menos, não na vida real. Era que o membro de Joe, grosso e inchado, representava um inegável sinal de seu desejo.
Inclinou-se e Demi viu que ele estava pondo uma camisinha.
Esse foi o primeiro instante em que admitiu para si mesmo o que estava a ponto de acontecer, o que desejava que acontecesse. Quando Joe se moveu sobre ela, Demi rodeou lhe os amplos ombros com os braços e fechou os olhos. Beijou-lhe o pescoço. A seguir, baixou até os seios, brincou com os mamilos com os dentes e a língua, até que o apanhou com a boca, sugando ganancioso. A vagina dela palpitava e desejava que inundasse os dedos no seu interior como não tinha desejado nada antes.
Moveu os quadris por debaixo dele, empurrou para cima, implorando. Mas no lugar de sua mão, sentiu a ponta de sua ereção mergulhando nela. Ela ficou tensa, mas Joe se moveu lentamente, avançando com delicadeza, mais e mais profundamente, até que quase a encheu. Deteve-se então um momento e a seguir arremeteu com força. Demi sentiu uma aguda dor e logo uma cálida umidade quando seu corpo lhe deu as boas- vindas. Joe se retirou imediatamente.
— Por que você não me disse? — perguntou, segurando o seu rosto. Seus olhos estavam turbulentos com algo que ela não pôde identificar. Fúria? Confusão?
— Não queria que você parasse — respondeu-lhe.
Quando Joe apoiou a cabeça no seu ombro, ela tocou o cabelo dele, o acariciou, sentindo-se ainda mais perto daquele estranho homem do que nunca havia se sentido antes com nenhum outro ser humano. Sentia uma profunda calma, mas seu corpo ainda palpitava de necessidade.
— Não pare — pediu.
— Tem certeza?
— Sim — respondeu.
Beijou-a na boca e Demi rodeou o pescoço com os braços enquanto ele voltava a colocar-se vacilante sobre ela, mas sem penetra-la. Pode notar sua vacilação e murmurou:
— Não vou quebrar. — Embora sabia que uma parte dela já o tinha feito. Deslizou as mãos até seu bumbum para empurrá-lo para dentro.
Lentamente, Joe voltou a enchê-la e dessa vez sua vagina se adaptou a ele como se aquele fosse o lugar onde ele pertencia. Ele entrava e saia. Gemeu uma vez. E esse som desencadeou seu próprio prazer, uma sensação que se estendeu por sua pélvis e subiu por todo seu corpo. Joe se moveu então mais rápido, arrastando-a com ele.
A sensação se intensificou e em seguida, explodiu como uma onda.
— Joe! — gritou impotente, em pleno orgasmo.
Seu corpo se movia com o seu numa espécie de dança instintiva que estava além de seu controle. As investidas se tornaram mais rápidas, quase frenéticas, até que ele gritou com um rugido parecido ao de um animal. Demi se surpreendeu que seu corpo fosse capaz de lhe oferecer semelhante êxtase. Isso a fez sentir-se poderosa pela primeira vez em sua vida. E quando ele desabou sobre ela, com o escuro cabelo úmido de suor e um braço ao redor de seu torso, soube que não haveria dor que não estivesse disposta a suportar para tê-lo.
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Oi meus amores que bom que vocês estão gostando, me sinto muito feliz com isso, mais tarde posto mais,beijos.

Capítulo 18


Capítulo 18
Demi tinha esquecido que tinha prometido á Selena de saírem juntas. Naquele momento, estava desejando fazê-lo, mas agora era a última coisa que queria. Sua mente tinha estado enevoada pelo Joe. Durante todo o dia no trabalho, a única coisa que tinha podido pensar era como se tinha sentido quando a tinha acariciado entre as pernas. Reviveu a cena uma e outra vez num círculo infinito mental, enquanto processava mecanicamente os pedidos de empréstimo.
Pensou em como a tinha tocado com seus escuros olhos enquanto movia os dedos no seu interior. Apenas recordar a cena fazia que se excitasse de um modo insuportável.

Quando seu táxi parou em frente ao Nurse Bettie, Demi viu que a fila para entrar dava a volta na cidade. Entretanto, Selena correu para a entrada e ela se esforçou por segui-la com os sapatos de salto. Diante da insistência de sua companheira de que morreria, tinha decidido usar o vestido preto e os sapatos que Joe tinha comprado.
— Parece que está cheio. — comentou Demi.
Selena olhou às pessoas que esperava.
— Sim, esses pés-rapados não entrarão nesta vida. — afirmou.
Ela, então, pegou a mão de Demi, foi até à porta e entregou um pequeno cartão ou convite de algum tipo ao porteiro, que retirou a corda de veludo vermelho e as deixou passar.
— Como conseguimos entrar?
— Esta noite só entra com convite. — explicou-lhe Selena. — Eu estou na lista. Dentro, não era que só houvesse lugar de pé, mas que simplesmente não havia lugar. Demi se moveu incômoda e lamentou ter decidido colocar aqueles sapatos de salto, porque os pés já lhe doíam.
— O que está acontecendo hoje? — perguntou.
Havia um espaço junto ao palco e uma bandeira britânica de grandes dimensões pendurada da parede.
— Katrina Darling atua esta noite. — explicou-lhe Selena. Demi a olhou sem entender. — É a prima da Kate Middleton.
A prima de Kate Middleton era uma atriz de Burlesque? O mundo realmente ia direito ao inferno, como estava acostumada dizer sua mãe.
— Irei pegar algo para beber. Espera aqui.
Antes que ela pudesse oferecer-se para acompanha-la, Selena começou a abrir espaço entre as pessoas. De repente, Demi se surpreendeu ao notar que algo vibrava na sua bolsa. Então se lembrou do Iphone. Tirou o aparelho que ainda era algo totalmente desconhecido para ela e tentou averiguar se estava tocando. Viu o texto na tela.
Onde está? Estou na porta de seu prédio.
O coração começou a bater descontroladamente. Seu primeiro pensamento foi chutar-se por não estar em casa. Mas então pensou que possivelmente o fato de que ele soubesse que era capaz de sair e divertir-se por sua conta, não era uma coisa ruim.

Saí.

Escreveu desajeitadamente, apertando cada letra e cometendo enganos de modo que a aplicação de autocorreção escreveu mais palavras na tela das que ela tinha conseguido teclar.
— Ei, você me lembra alguém. Você atuou aqui na outra noite?
Demi levantou o olhar e viu um rapaz loiro bem atraente que sorria-lhe. Usava uma camiseta em que se lia: SPiN New York.
— Você falou comigo? — ela perguntou e sentiu que o telefone voltava a vibrar. 
— Sim. Atua aqui?
— Atuar? Eu? Não — respondeu, perguntando-se se aquele rapaz realmente pensava que era uma atriz de Burlesque ou se simplesmente se tratava de uma indecente paquera.
O telefone vibrou com outra mensagem:

Onde está?

Demi sorriu, e escreveu "Nurse Bettie" e voltou a colocar o telefone na bolsa.

— O que quer beber? — perguntou-lhe o rapaz.
Como por arte de magia, Selena apareceu com dois coquetéis e deu um a ela.
— E você quem é? — perguntou-lhe Selena insinuante.
— Brandon. — respondeu o rapaz
— Selena.
Demi bebeu. Era o mesmo que tinha tomado na noite que estiveram ali com Nick e seguia sendo fatal. Mas voltou a fazer a tentativa.
— Estava dizendo a sua amiga que se parece com uma das atrizes.
— explicou o rapaz.
— Certamente que sim. — assentiu Selena, ao tempo que piscava os olhos para a Demi. Sua expressão lhe pedia que seguisse o jogo. Ela olhou o palco, perguntando-se quando começaria o espetáculo. Um dos amigos de Brandon se uniu a eles e Selena conversou animadamente com os dois.
— Por que está tão calada? — interessou-se o amigo à Demi enquanto apoiava uma mão no ombro e sorria.
Era muito magro e cheirava a tabaco.
— Aqui dentro há muito barulho. — desculpou-se. — Não é o lugar ideal para falar.
— Como se chama? — perguntou-lhe com os olhos fixos nos seus seios.
— Demi. — resmungou a contra gosto.
— Genial. Eu sou David. — apresentou-se.
Ela assentiu e olhou para outro lado enquanto bebia. O ardor no fundo da garganta foi uma grata distração da indesejada companhia. Ao olhar para Selena, viu que esta não se sentia do mesmo modo. Estava inclinada para Brandon, sacudindo o cabelo e sorrindo para tudo o que ele dizia.
— Ei! — David chamou Brandon e Selena. — Audrina diz que aqui há muito ruído. Possivelmente deveríamos sair.
Demi não se incomodou em corrigir seu nome.
— Saiamos daqui. — propôs David e Selena assentiu.
— Mas se nem sequer começou o espetáculo. — protestou Demi, um pouco em pânico.
Por nada do mundo iria a nenhuma parte com aqueles caras, mas tampouco queria que a deixasse sozinha no bar. Nem sequer sabia onde estava a parada de metro mais próxima.
David riu.
— É muito graciosa. — disse lhe acariciando o braço.

Demi se separou dele e os três avançaram para a porta.
— Espera. Posso falar um segundo com você? — perguntou, puxando Selena pela blusa. Sua companheira se aproximou de Brandon para dizer algo que Demi não pôde ouvir logo se afastou para um lado com ela.
— Mas o que acontece com você? — espetou. Seus olhos cor avelã estavam brilhantes por causa do álcool. Demi se perguntou como podia embebedar-se tão rápido. — Esses rapazes são ótimos. Sabe como fiquei mal por causa de Justin. Vamos nos divertir um pouco.
— Não vou com eles e acredito que você tampouco deveria. — insistiu ela.
— Tem que relaxar. — aconselhou-lhe Selena e se dirigiu para onde os dois rapazes já esperavam perto da porta.
Demi os olhou partir, mas não se moveu. Selena se voltou para ela e indicou que ela a seguisse. Quando ela não o fez, a garota encolheu os ombros como lhe dizendo: "Você está perdendo a diversão".
Demi observou como Selena e Brandon saíam e se sentiu mortificada quando viu que David voltava de novo junto a ela.
— Qual é o problema, Audrey? Confia em mim, não vai perder nada aqui. Prometo fazer com que se divirta.
O sorriso do David não alcançou seus olhos.
— Não gostaria de ir a nenhuma parte. Mas não se impeçam por mim. Estou certa de que terá uma grande noite.
— Vamos. — disse-lhe, aproximando-se mais. — Vai me dar um cano. Não quer fazer isso, não é?

Demi desviou a olhar, desejava olhar a qualquer parte exceto para ele. Estava muito perto e deixava pouco espaço para mover-se. E então, por cima do ombro do David, viu algo que lhe fez pensar que estava sonhando.
Joe avançava direto para eles.
Sentiu que a respiração acelerava e que não podia desviar os olhos dele. Movia se pela sala como um tubarão cruzando a água, sem alterar-se pela densa multidão. Nick seguia falando, mas Demi já não o ouvia. Em questão de segundos, a grande mão de Joe esteve sobre o ombro do rapaz e o fez voltar-se.
— Dá licença. — Estalou com brutalidade e a segurou pela mão.

Capítulo 17


Capítulo 17
Demi entrou às escondidas com o copo da Starbucks na biblioteca. Não podia acreditar que estivesse desobedecendo a uma norma tão importante sobre entrar com uma bebida na Sala Principal de Leitura, mas só assim poderia passar a manhã.
Como tinha dormido umas poucas horas e cada uma delas se foram interrompidas por estranhos, e inclusive violentos, sonhos sexuais. De vez em quando, despertava empapada em suor, com a mão dentro da calcinha. Tentou descartar as lembranças de seus sonhos e todos os pensamentos da noite anterior, mas a noite se agarrava a ela como um aroma.

As carícias do Joe tinham deixado o corpo e a mente afiados. Sentia-se esquisita e sensível a tudo: sons, luz... Inclusive sabores. Fixou-se pela primeira vez na terrosa cor do café d manhã e em como cada gole acabava num toque doce, como o chocolate amargo.

Quando se aproximou de sua mesa, viu que tinha uma caixa branca em cima. Observou-a com mais atenção e reconheceu o inconfundível logotipo da Apple.
— Que demônios?
Levantou a tampa e descobriu um envelope de papel no interior.
Dele tirou um Iphone novo de última geração. E um pequeno cartão branco. Abriu-o.

Querida Demi,
Suponho que chegou a casa bem ontem à noite. A próxima vez que sair correndo assim, por favor, no mínimo, me mande uma mensagem me informando de que está bem. Ou, melhor ainda, chamarei neste telefone para comprová-lo por mim mesmo.
Sim, este telefone é seu, mas só para usá-lo entre nós dois. Quero que fique com ele e o leve sempre com você e ligado J.


Pelo visto, conseguiu descobrir que ele era provavelmente o único homem no planeta que enviava Iphones em de vez de flores.
— O que acontece, Lovato? — perguntou Liam, sobressaltando-a. — Nada. — respondeu. — Você sabe como funciona esta coisa? — Entregou-lhe o Iphone.
— Sei respirar, não? — disse ele, ao tempo que apertava um botão. 

O logotipo branco da Apple apareceu na tela.
— Onde estava todo esse talento quando você queria ligar para a mensageira? Certo, quando toca, como atendo?Liam suspirou e deu um curso rápido deslizando os dedos e pulsando por toda a tela.
— Onde está o teclado? — perguntou Demi. — Não posso escrever com isto.
— Sim. — respondeu ele. — Você deve ser mais das do BlackBerry. — Dito isso, partiu para voltar com mais livros.
Demi meteu o telefone na bolsa e leu a nota uma outra vez, incapaz de reprimir o sorriso ou alguns pensamentos que não cabiam numa biblioteca.

domingo, 20 de setembro de 2015

Capítulo 16


Capítulo 16
Joe jogou as chaves sobre uma mesa de vidro e pegou o guarda-chuva das mãos. 
Apesar da chuva implacável, Demi estava totalmente seca, porque tinham estacionado o carro numa garagem que dava diretamente ao edifício. Pegaram o elevador até o último andar e a porta abriu diretamente num enorme apartamento que tinha umas janelas que iam do chão até o teto e que se podia ver o rio Hudson.
O espaço era grande o suficiente para deixa-la atordoada, mas, além disso, o interior era incrível, uma mistura espetacular de madeira e mármore escuro. Os quartos não contavam com muito móveis, mas os poucos móveis que havia se adaptavam perfeitamente, criando um efeito artístico. As paredes brancas estavam cheias de fotografias com molduras pretas.
— O que é tão importante que você tinha que me trazer aqui, em meio a este dilúvio? — perguntou.
— Você disse que estava desconfortável no trabalho. Assim aqui estamos. Sem mais desculpas — afirmou. — Eu vou tomar um taça de vinho. Você quer? — perguntou, enquanto se dirigia à cozinha de mármore preto.
— Ok. — assentiu nervosa.
Aproximou-se da primeira parede de fotografias. Mesmo à distância, pôde ver que se tratava de fotografias de moda como as que tinham visto na revista de Selena. Eram mais refinadas do que o estilo bruto que tinha usado para as fotos instantâneas de Camilla Belle, mas também nessas reconheceu muitas modelos que tinha visto nas capas de revistas, em fotos grandes e brilhantes nas janelas da Quinta Avenida e em anúncios nas laterais dos ônibus.
Caminhou devagar de um lado a outro da parede, detendo-se a cada passo para contemplar as imagens. Não entendia muito de fotografia, mas se sentiu atraída por elas a um nível visceral, do mesmo modo que poderia responder a alguma canção especial no rádio ou na página inicial de um grande romance.
— Não te trouxe para que veja essas. — disse Joe, que de repente estava atrás dela. Demi se sobressaltou levemente, mas se recompôs. Ofereceu-lhe uma taça de vinho.
— Qual quer que eu veja? — interessou-se e tomou um gole.
— No jantar, eu disse que a fotografia de moda não é minha categoria favorita, lembra?
— Sim — respondeu. Sentiu que seu corpo se encostava ao dela, embora seus braços e suas mãos não a tocavam. Isso foi suficiente para que o coração começasse a bater com força. Bebeu outro gole de vinho. Era suave e estava fresco e teve que lembrar a si mesma que devia bebê-lo devagar.
— Siga-me. — indicou-lhe em voz baixa.
Pegou a mão livre e a guiou para o fundo do apartamento.
Segurou-a com firmeza e autoridade, algo que notava inclusive nesse simples contato. Demi desejou impor-se de algum modo, dizer, por exemplo, que não tinha terminado de olhar as fotografias no salão.
Embora fosse consciente de que todos seus protestos seriam em vão.
Ele sabia, e ela também, que a partir do momento em que foi ao seu apartamento, estava disposta a aceitar suas condições.

A sala de Joe descrevia um ângulo fechado, onde as paredes se estreitavam para criar um longo corredor. Guiou-a pelo penumbra até que ele apertou um interruptor que iluminou o espaço e Demi se deu conta de que estava rodeada de fotos em preto e branco que ocupavam toda a parede, do chão até o teto, todas de mulheres com poucas roupa e extraordinariamente belas. Tinham os seios descobertos e algumas estavam completamente nuas. Usavam cintas-ligas, sapatos de salto, simples vestidos pretos abertos na frente. Sua pele era como a nata fresca, algumas com tatuagens, outras intactas como um manto de neve. Seus grandes olhos, muito maquiados, sedutores, sonolentos, lascivos, zangados, contavam-lhe milhares de histórias. Continuou caminhando devagar, fascinada pelas imagens. À medida que avançavam pelo corredor, estas se voltavam mais intensas: uma foto granulada mostrava uma mulher atada a uma cadeira com uma corda, nua, exceto pela cinta-liga e as meias arrastão, com uma mordaça na boca. Ao fundo, outra mulher num smoking segurando um chicote. Depois, duas morenas beijando-se com uma lingerie similar ao que Joe tinha comprado para ela, enquanto que, em primeiro plano, via-se a imagem imprecisa de outra mulher que as observava empunhando uma vara. A seguir uma foto de uma mulher de joelhos, com uma juba de cabelo preto até a cintura, as costas arqueada, a bunda levantada e usando apenas meias arrastão com sapatos de verniz preto de salto alto com plataformas. Outra foto da bunda nua de uma mulher, de pele tão pálida e limpa como a nata, exceto pela marca vermelha com a leve, mas inconfundível forma de uma mão.
— Fez também todas estas? — perguntou Demi, embora já soubesse a resposta.
— Sim. — confirmou Joe. Ele ficou logo atrás dela e apoiou as mãos em seus ombros.
— Estava... saindo com todas estas mulheres? — quis saber.
— Não — riu. — São somente modelos. Embora, quando faço fotografias, minha modelo poderia ser minha amante. Minha noiva.
Minha esposa. A mulher que está diante da câmara é a única no mundo para mim. Demi engoliu em seco e sentiu algo muito parecido ao ciúme, por mais absurdo que parecesse.
— Como você entrou na fotografia? — perguntou.
— Minha madrasta me introduziu.
— Era fotógrafa? Seu rosto se escureceu.
— Não. Modelo. — Apertou-lhe os ombros — eu adoraria te fotografar. Demi se virou bruscamente e o olhou como se estivesse louco.
— Isso não vai acontecer — afirmou. Joe riu.
— Você diz muito isso, sabe? Por que não pensa talvez dois segundos antes de decidir?
— Eu não gosto de ser fotografada. — insistiu.
— Isso é porque não se sente digna de ser o centro das atenções.
Pude ver quando percorreu o vestíbulo do Four Seasons na outra noite. Quero te ajudar a superá-lo.
— Bem, obrigada, mas não desejo ser uma espécie de projeto seu. Já posso ver que tem muitas colaboradoras prontas e dispostas no seu... isto... repertório de modelos.
— São modelos profissionais. Não as desejo. Eu desejo você.
— Vou continuar lendo para o prêmio de ficção. Isso deve nos proporcionar muitas ocasiões de trabalhar juntos.
Ela riu desconfortável. Mas quando ele pegou o rosto dela entre as mãos e a olhou nos seus olhos, o coração começou a bater tão forte que pensou que possivelmente alguma coisa estava errado, que alguma coisa estava acontecendo.
— Olhou o livro da Bettie Page?
— Um pouco — respondeu e se ruborizou ao recordar o que fez depois. Sentiu-se perturbada ao pensar em Joe tocando-a como ela se tocou sozinha no seu quarto essa noite.
— Você já pensou sobre o que te pedi para pensar no jantar? O que tem Bettie Page nessas fotos que não tem nenhuma destas mulheres? Era uma pegadinha? Demi repassou uma lista mental: Franja? Seios? Um traje de banho retro?
— Não sei.
— Alegria — afirmou Joe. — Parece que se diverte. É como qualquer mulher e, entretanto, como nenhuma outra. Tinha uma dualidade de inocência e sensualidade que nunca se voltou a repetir. Mas a vejo em você.
— É só pelo corte de cabelo — respondeu Demi em voz baixa. — Há um milhão de garotas com esse mesmo corte de cabelo. — replicou. — E por que não pode aceitar um elogio?
— Não entendo por que está tão obcecado por mim. Não é que eu estou sendo modesta ou qualquer coisa assim. Simplesmente não entendo.
— Você estava linda, tão indefesa e tão perdida nos degraus da biblioteca. Ver você foi como ver a sequência inicial de um filme em que sabe que a atriz vai ser uma estrela. E então eu falei e... senti alguma coisa. Sei que você também o sentiu, não é isso?
Demi concordou lentamente. É obvio que havia sentido algo.
Joe era o homem mais bonito que ela já tinha visto antes. Mas, mais do que isso, sua proximidade física fez tremer tudo por dentro. Foi o que aconteceu quando ele devolveu a tampa da garrafa térmica naquele dia e também quando se sentou a seu lado depois da reunião dos Young Lions. E fazia um instante, quando ele tinha estado atrás dela por alguns minutos enquanto contemplava as fotografias de nus, o leve contato de seu corpo nas costas fez que algo se agitasse no mais profundo de seu ser.
Ela moveu seus pés, doíam-lhe o peito dos pés e sentia os dedos apertados na parte da frente.
— Você se importa se eu tirar os sapatos? — pediu-lhe permissão.
— Sim. — respondeu. — eu me importo. E não quero mais te ver com sapatos baixos. Ela o olhou perplexa. Joe pegou taça de vinho das suas mãos.
— Venha. — disse-lhe. O seguiu novamente para o salão.
Ele se sentou no sofá preto e Demi ficou em pé, nervosa, à espera que a convidasse para sentar-se também.
— Poderia me sentar... ali? — perguntou-lhe, apontando uma poltrona de couro preta.
— Não. Ficará de pé. É uma mulher linda, Demi. Não uma garota, uma mulher. É inaceitável que não saiba usar sapatos de salto.
Não podia acreditar no que estava ouvindo.
— Acredito que, depois de nossa conversa na biblioteca, está aqui porque desejas estar aqui. Está certo? — continuou. Ela assentiu.
— Diga-o. — ordenou-lhe.
— Eu desejo estar aqui — afirmou.
— Bem — assentiu. — É a última vez que eu vou perguntar isso Demi. A partir de agora, estamos de acordo em que o que acontecer entre nós será consentido. Mas ao mesmo tempo, tem que aceitar o fato de que o que você deseja não importa. Ela teve o impulso de esticar o braço e remover um mecha de cabelo escuro da testa. Era tão bonito que a distraía. — Não sei do que está me falando.
— Venha aqui. — disse ele, indicando o sofá. Quando ela se sentou a seu lado, Joe colocou a mão dela entre as suas, a mão dela parecia pequena, como a de uma criança. — Desejo ter uma relação física com você, Demi. Uma relação física muito específica.
— Ok. — respondeu devagar, incapaz ainda de segui-lo.
Estava falando de sexo? As pessoas sempre se lançavam e dizia assim?
— Eu quero dominar.
— O que quer dizer?
— Especificamente? Quero te dizer o que deve fazer e quero que me obedeça sem me questionar, seja para usar um certo tipo de roupa íntima, ou sapatos, ou para despir-se quando e onde eu o diga ou para chupar o meu pênis quando te ordenar isso. Demi engoliu em seco, convencida de que devia ter o rosto vermelho como um tomate. Joe lhe acariciou a mão.
— Às vezes pode desejar fazer outras coisas também, mas tudo se resume a que me ceda o controle. E se houver alguma coisa que realmente não deseje fazer, podemos discuti-lo, mas é de fundamental importância que se entregue para mim.
Ela assentiu enquanto sua mente seguia bloqueada, como um DVD riscado, repetindo as palavras "chupe-me o pênis" uma e outra vez. 
Essa não era uma frase que Demi estivesse preparada para ouvir dirigida a ela. Mas ao mesmo tempo, a expressão dos olhos de Joe refletia o mesmo sentimento: uma poderosa combinação de curiosidade e desejo. Acabou, disse a si mesmo. Acabou de ver passar a vida do lado de fora. Estavam-lhe oferecendo tudo o que sempre tinha pensado que estava fora de seu alcance: a emoção, a paixão, o sexo. Se tiver a coragem de aceita-lo.
— O que diz Demi? — ele perguntou
Ela assentiu sem confiar na sua voz. Mas para Joe esse gesto bastou.
— Se levante. — ordenou-lhe. Demi vacilou durante um segundo, logo ficou em pé desajeitada e se colocou na frente dele. Seus olhos a percorreram de cima abaixo. Ele então acrescentou: — Foi uma garota muito malvada na biblioteca ao me desobedecer desse modo.
Ela soltou uma risadinha, uma risada nervosa que foi tão involuntária como o seria um tic. Os escuros olhos dele se nublaram e a olhou com tal intensidade que Demi não pôde seguir mantendo o contato visual.
— Deite-se no meu colo. — ordenou-lhe. Ela ficou paralisada e o olhou incrédula.
— Deite-se no meu colo. De barriga pra baixo — ordenou.
— Por quê? — perguntou.
— Isso é o estou falando, Demi. — disse ele — Não quer me agradar? "Sim", pensou com todas as fibras de seu ser.
Ela moveu-se lentamente e se sentiu desajeitada, para ser colocada no seu colo na posição que ele havia indicado. Joe se ajeitou sob o peso de seu torso e as pernas dela ficaram estendidas sobre o sofá.
— Mova pouco para frente. — indicou. Demi se moveu de forma que a cintura ficou sobre o colo.
— Sinto-me ridícula. — protestou.
— Não fale — a repreendeu. Durante o que pareceu uma eternidade, esteve estendida imóvel, com a cabeça virada para um lado e poiada nos braços dobrados.
E então, sentiu que Joe subia-lhe o vestido. Seu primeiro impulso foi se erguer, mas se obrigou a ficar quieta. Sabia que se protestasse, certamente teria que partir. E não queria ir, ainda não.
Levantou-lhe o vestido para cima da cintura. Era um vestido de Selena, um sem mangas azul marinho de corte viés da Alice and Olivia. Quando o tinha pegado emprestado essa noite, não imaginou que acabaria enrugado por cima de seus quadris, deixando as pernas e a bunda no ar. A respiração acelerou e tentou não imaginar que aspecto teria seu traseiro com a calcinha que tinha pego apressadamente da gaveta de cima de seu quarto. Apenas a tinha olhado desde que a lavou, depois tê-la colocado a primeira vez, e agora nem sequer podia lembrar se era transparente ou não. Esperou ter colocado a cinta-liga corretamente.
Ninguém nunca a tinha visto de calcinha. Os poucos namorados que tinha tido só tinham posto a mão na escuridão dos quartos da residência a noite ou entre as sombras do assento dianteiro de um carro. Nenhum deles a tinha tocado realmente, não desse modo. 
— Alegra-me te ver com a lingerie apropriada, Demi. Mas mesmo assim, ainda vou ter que puni-la pelo de hoje. Vou tirar sua calcinha. — informou, enquanto começava a baixar-lhe com delicadeza.
— Não! — exclamou ela, enquanto que levava a mão para trás para segurar a calcinha no lugar. Joe não disse nada, mas ficou quieto. Demi também. Então, lentamente, ela retirou as mãos.
Ele continuou abaixando a calcinha. Demi notou o ar fresco da moradia sobre a pele e se sentiu covarde. A ideia de que Joe estivesse olhando fixamente seu traseiro nu era insuportável.
De repente, dou-lhe uma forte palmada na nádega esquerda.
— Ah! — gritou ela, colocando a mão para trás para esfregar esse ponto. — Isto dói.
— Foi uma garota má. — repetiu ele. — Não volte a me desobedecer nunca mais. Se te disser que ponha sapatos de salto e lingerie, ponha sapatos de salto e lingerie. Se te disser que te troque diante de mim, troca-se. Entendido?
Demi não podia acreditar. Não disse nada, não podia dizer nada.
O que poderia dizer? Sim? Ou pior, não?
Voltou a golpeá-la no mesmo lugar. Aquilo era normal?
— Quer que pare? — perguntou.
— Hm... Sim... Não... Não sei... — vacilou.
— Se levante Demi.
A cabeça ia a toda velocidade. Levantou-se devagar. Não queria ficar de pé com o vestido levantado por cima da cintura, mas calculava que voltaria a descer assim que se erguesse de tudo. Então, como se lesse a mente dela, Joe ordenou:
— Segura o vestido aí acima. Ou vai ter que tirar isso.
Ela sentiu que o rosto ardia e soube que provavelmente estaria roxa. Mesmo assim, fez o que lhe ordenava. Ficou de pé frente ao sofá, com o vestido enrugado seguro por cima dos quadris. Olhou em todos os lugares menos para ele, embora pudesse sentir seus olhos fixos nela e sua própria excitação.
Joe esticou o braço e a acariciou entre as pernas, apenas roçando o pelo. Sua mão se moveu devagar e tocou o clitóris com o polegar. Demi segurou o ar e depois sentiu seu dedo mergulhando em seu interior.
— Está molhada. — firmou. — Sabia que estaria.
Ela gemeu e as pernas quase dobraram. Seu dedo se deslizava dentro e fora. Agarrou-se a ele e Joe, rapidamente, cercou a cintura com um braço para segurá-la, enquanto aumentava a pressão no seu centro pulsante.Demi sentiu que suas pernas se abriam para ele, que afundava o dedo mais profundamente até alcançar um ponto que a fez ofegar.Joe retrocedeu rapidamente e voltou a lhe acariciar uma vez mais antes de sair de seu interior para riscar lentos círculos ao redor do clitóris.
— Não. — gemeu ela reclinando-se sobre ele.
Sentiu seu rosto contra o seu e como lhe sussurrava "chist" no ouvido tão baixinho que poderia ter imaginado. Seus dedos seguiram com essa dança de contato e distância, dentro e fora, até que sentiu uma crescente pressão que acabou num estalo de prazer que a fez gritar.Sentiu-se envergonhada pelo som que emitiu algo animal e completamente desconhecido para ela. Sentiu que seu sexo se convulsionava ao redor da mão dele, que seguiu movendo-se ao mesmo ritmo que os espasmos, até que seu corpo se estremeceu e ficou imóvel.Voltou a guia-la até o sofá e Demi se deitou com todo o corpo tremendo. Era a primeira vez que tinha um orgasmo com um homem.
Algo que sempre se perguntou como seria e se poderia acontecer tendo alguém ao seu lado, no fim tinha resposta.
Joe ficou sentado ao seu lado. Para surpresa de Demi, inclinou-se e tirou seus sapatos. Então acariciou seu cabelo. Ela fechou os olhos, muito envergonhada para olhá-lo. Depois de um minuto, quando sentiu que voltava a respirar com normalidade e a palpitação entre suas pernas cessou, levantou-se e disse:
— Tenho que ir.
De repente , só desejava estar sozinha no seu quarto para poder processar tudo aquilo.
— Fique. — disse Joe empurrando o rosto para o seu para força-la a olhar para ele.
Era tão bonito que atrapalhava-a pensar na lascívia com que se comportou diante dele. Tinha perdido o controle de si mesma e quanto antes saísse dali e tentasse encontrar um sentido para tudo aquilo, melhor.
— É tarde — insistiu, enquanto voltava a calçar os sapatos e se movia com dificuldade pelo apartamento, procurando a bolsa.
Joe o deu.
— Te levarei. Deixe-me pegar meu casaco.
— Não — respondeu ela. — Não há necessidade. Quero ficar sozinha.
Dito isso, deu meia volta e partiu.
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Oi meninas por hoje é só, por que to só o trapo, não deixe de comentar, beijos.

Capítulo 15


Capítulo 15
Demi fechou a porta da Sala de Conferências. Joe voltou a fechar com chave. Não a tocou, mas roçou o ombro com o seu quando esticou o braço para a fechadura.

Entregou-lhe a bolsa.

— Porque me deu isso? Coloque. — exigiu.
Demi deixou a bolsa na mesa e tirou a caixa de sapatos. Tirou o que usava com dois chutes e colocou rapidamente os de salto de Louboutin.
— Pronto. — afirmou, ao tempo que se virava para ele.
— Muito melhor. – assentiu. — Agora a roupa íntima.
Queria que se despisse ali mesmo ?
— Eu não... Não posso fazer isso.
Joe se aproximou dela e segurou o queixo com dois dedos para olhá-la nos olhos. Ela tinha a esperança de que a beijaria e se deu conta de que desejava mais que nenhuma outra coisa que tivesse desejado.
— Demi, eu acho que você é incrivelmente bela. E eu adoro o fato de que não seja consciente disso. Sinto um forte desejo de lhe mostrar como você é linda e eu quero experimentar essa beleza por mim mesmo. Tentei ser claro com você. Quis te explicar da melhor maneira que eu sei, o que pretendo e o que eu gosto. Mas agora vejo que possivelmente estou te pressionando muito numa direção que você não quer ir.
Sorriu-lhe e foi um sorriso de tal magnetismo que ela sentiu que algo podia quebrar-se no seu interior.
— Não é que não queira... ir nessa direção — reconheceu devagar, sem sequer estar segura do que estavam falando. — É só que estou no trabalho.
Joe pareceu considerar suas palavras.
— É Isso o que te faz vacilar?
Demi assentiu. Provavelmente haveria muitas outras coisas que a detinham, coisas que não desejava analisar nesse momento. Mas se a desculpa do lugar de trabalho a tirava do apuro estaria contente de usá-la.
Joe segurou a sua mão e a atraiu com delicadeza para que se aproximasse um pouco mais dele. Olhou-a com tanta intensidade que ela teve que desviar o olhar. Seu coração trovejava no peito.
Beijou-lhe o dorso da mão e Demi o olhou surpreendida.
E então ele partiu da sala.

Demi se deitou na cama com o romance que estava lendo apoiada no seio. Estava a cinco minutos olhando fixamente a mesma página, a mesma frase.Lá fora, a chuva batia na janela, uma intensa chuva de verão que fazia que o quente ar cheirasse a cimento molhado. Abriu a cortina e observou como a água formava riachos no vidro. Ela se perguntou se teria cometido um erro na Sala de Conferências. Tinha sido muito covarde? Possivelmente merecia essa vida insignificante que tinha. Alguns meses antes havia demonstrado sua seriedade e autocontrole como se fosse algo de que devesse se orgulhar. Na Filadélfia nunca pareceu que jogar pelo seguro tivesse um preço. Estudava muito, fazia pequenos trabalhos e economizava dinheiro, tivera alguns encontros, mas nunca se permitiu distrair ou envolver-se muito. Tinha tudo sob controle.
Entretanto, desde que se mudou para Nova Iorque, ela não tinha a menor dúvida de que estava ocupada controlando a sua vida que estava esquecendo-se de vive-la. E agora tinha estragado sua oportunidade com o homem mais incrível que já havia conhecido ou que provavelmente chegasse a conhecer, quando nem sequer estava ali sua mãe para fazer com que se sentisse culpada por sair. Não tinha a ninguém a quem culpar exceto a si mesma.
— Quer ver um filme do canal pago? — perguntou Selena da sala.
A garota, que ainda estava se recuperando da traição de seu
"namorado" Justin, estava em casa sozinha, algo raro nela.
— Claro. — respondeu Demi. De qualquer forma, não poderia ler nada.
Saltou da cama, deixou o livro na mesinha de cabeceira e foi para a sala. Selena estava encolhida no sofá com sua legging e uma regata. Apontava à televisão com o controle remoto enquanto repassava os filmes disponíveis.
— Posso te perguntar uma coisa? — disse Demi.
— Claro. — respondeu a garota, com ar ausente.
— Na outra noite insinuou que possivelmente as coisas tinham ido mal com o Justin por uma decisão que você tomou ou por algo que tenha feito.
Selena encolheu de ombros.
— Naquela noite não estava em meu juízo perfeito. Na realidade, é o seu problema que não seja capaz de comprometer-se. Nós, como mulheres, sempre nos culpamos. Mas são eles que têm o problema.
— Ok, esquece isso — Demi pensou, embora não o dissesse em voz alta, que o comportamento de sua companheira não tinha sido precisamente o de alguém muito comprometido. — Digamos que, em certo modo, foi sua culpa. Tentaria arrumá-lo ou o atribuiria para que o destino decidisse se era ou não para ser?
— Em primeiro lugar, não acredito no destino. Acredito em fazer que as coisas aconteçam. Isso ajuda?
Demi assentiu. Possivelmente estivesse enganada, mas Selena começava a dizer coisas com muito sentido. Inclusive parecia, se atreveu a pensar, uma pessoa sensata. Era como um Yoda loira e mal-humorada.
Tocou o interfone.
— Nick vai vir? — perguntou Demi.
Selena a olhou como se tivesse sugerido que Papai Noel fosse visita-las.
— Já lhe disse isso: Nick foi um substituto até que eu conseguisse o Justin. Se não houver Justin, não há necessidade de Nick.
Isso não tinha nenhum sentido para a Demi. Adeus a Yoda.

Selena se levantou do sofá a contra gosto e apertou o botão do interfone.
— Quem é?
— Joe Jonas. — Demi ouviu sua voz es lar através da estática do interfone. — Por favor, diga a Demi que desça.
Selena olhou para ela com s olhos arregalados conteve um risada. Depois vocalizou as palavras "OH, meu Deus" em silêncio.
— Diga que preciso de alguns minutos. — pediu Demi.
Sentia o coração acelerado. Correu imediatamente para o seu quaro e fechou a porta, depois de ouvir como Selena transmitia sua mensagem.
Se a vida fosse, como sua companheira disse, uma questão de "fazer as coisas acontecerem", então, aquela era sua oportunidade, sua segunda oportunidade. E talvez a última.
Onde demônios estavam as lingeries?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Capítulo 14


Capítulo 14
Por mais que Demi tenha tentado resistir à tentação de ler enquanto estava no balcão de empréstimos, porque parecia uma falta de respeito com as pessoas que necessitava de sua ajuda, nesses momentos se justificava dizendo que era para o prêmio de ficção dos Young Lions. Essa manhã, quando os pedidos de empréstimos ainda não tinham começado a amontoar-se sobre sua mesa, abriu um dos textos que a havia tocado. Era o primeiro romance de uma jovem britânica cujo pai era um premiado romancista. Demi estava absorta lendo, tentando discernir a influência estilística do pai, quando ouviu que Liam exclamou com um tom de voz muito alto:
— Olá de novo! Sobressaltada, Demi se deu conta de que não falava com ela, e sim com a mensageira das tatuagens, que havia retornado.
— Hey — disse a garota olhando para ela, e não para Liam. —
Assina aqui. Entregou-lhe uma bonita bolsa preta e rosa, que ela escondeu imediatamente atrás da mesa. Assinou e praticamente conteve a respiração enquanto esperava que a garota partisse.
Então, olhando para baixo, para a bolsa que tinha ao lado de seus pés. Viu que havia um envelope preso com um clipe nas alças pretas de plástico. Pegou e o abriu.

Bom dia Demi,
Fiquei contente de ver você na noite passada na galeria. Espero que tenha gostado da exposição e de nossa conversa, o que me leva para a bolsa que lhe foi entregue. Dentro encontrará um par de sapatos Louboutin e um pouco de roupa íntima. Por favor, se troque e coloque as duas coisas agora mesmo. J.


Suas mãos tremiam quando colocou a nota dentro de sua bolsa Old Navy.
— Agora, sério, Lovato, o que está acontecendo? — perguntou Liam, aparecendo atrás dela.
— Nada. — respondeu.
O telefone da mesa tocou e, por sorte, seu colega se afastou para atende-lo, deixando-a sozinha com a bolsa. Olhou dentro e viu uma caixa preta plana, envolta com um laço dourado. Nela estava escrito em relevo com letras douradas: AGENT PROVOCATEUR: SOIRÉE.
Era impossível que pudesse abri-la na sua mesa sem que ninguém se desse conta.
— É para você. — disse Liam passando o telefone. Demi o olhou com curiosidade e ele encolheu os ombros.
— Alo? — disse.
— Demi é sua mãe. Sentiu que o estômago encolhia.
— Mamãe, estou no trabalho. Por que ligou aqui?
— Não o faria se me telefonasse de vez em quando. Acha que isto é fácil para mim?
— Ok, sinto muito. Está tudo bem?
— Sim. Estou me acostumando a ficar sozinha. Se é que a gente pode acostumar-se a isto.
Demi tinha a esperança de que sua mudança para Nova Iorque a fim de obrigar a sua mãe a começar a viver sua própria vida, a parar de usar seu status de viúva e mãe solteira como desculpa para evitar tudo. Mas era evidente que tinha sido uma idéia ingênua e simplista.
— Mamãe, de verdade, agora não posso falar.
— O que vamos fazer para seu aniversário?
— O que?
Faltavam duas semanas para isso. Demi não tinha pensado muito nisso e, certamente, não tinha contado com a presença de sua mãe.
— OK, se você insiste, eu vou te ver e jantaremos juntas. Reserve algum lugar perto da biblioteca. Quero ver seu escritório — disse a mulher.
— Demi? — Ela olhou para cima e encontrou Blanda. — Que diabos está fazendo?
— Ah... Nada. — respondeu ela. Logo se dirigiu em voz baixa ao telefone. — Tenho que desligar.
— Isso era uma chamada pessoal?
— Não. — mentiu. Viu que Blanda viu a bolsa de compras e Demi a chutou para baixo da mesa.
— Diga a Liam que ocupe seu lugar. Há um reunião dos Young Lions dentro de dez minutos.

                                                ***

A sala de conferência estava menos cheia que na última reunião.
Aparentemente, só estavam presentes os membros do comitê de leitura do prêmio de ficção, o que fazia ser impossível Demi passar despercebida.
— Sente-se aqui, Demi — indicou Blanda, puxando uma cadeira a seu lado, enquanto ela se sentava junto ao Joe.
Demi pôde sentir o olhar ardente sobre ela, mas manteve os olhos fixos no caderno de notas que tinha diante dela. Ela pensou na nota com as instruções que tinha ignorado. Irracionalmente, teve um momento de pânico. Então se deu conta do absurdo que era isso. O que importava que ele não gostasse de seus sapatos? Quem ele pensava que era para lhe dizer como devia se vestir? Possivelmente ela preferisse os sapatos cômodos e a roupa íntima prática. Ela era uma pessoa normal, não uma foto da Camilla Belle na parede de uma galeria de arte ou Bettie Page naquele livro.
Joe começou à reunião com uma revisão dos candidatos ao prêmio e um prazo para que todos fizessem a sua seleção entre os livros que deviam ler. Uma discussão se seguiu sobre a eliminação de uma coleção de histórias curtas, mas Demi mal podia seguir uma palavra do que foi dito. A única vez que se atreveu a olhar para cima, Joe estava gesticulando com as mãos e ela imaginou essas mãos tocando-a, ajudando-a a se vestir como Jess tinha feito, mas, ao contrário da ruiva, ele a abraçaria e cobriria seus seios nus...
— Demi? — disse Joe.
Ela o olhou e sentiu como o calor invadia seu corpo. Em questão de segundos, tinha a frente úmida de suor. Qual era o problema? Estava tendo um ataque?
— Sim? — respondeu.
Sua voz tinha saído normal? Não sabia. Era tão condenadamente lindo... Como os presentes podiam mostrar-se indiferentes a esse fato? Todos exceto Blanda. Demi não pôde deixar de notar em como sua chefe se inclinava para Joe, sorrindo e atuando de um modo quase frenético. Era difícil associar esse comportamento com a irritação frequentemente que tinha de enfrentar quando lidava com ela.
— Tem algum comentário sobre os romances que tem lido até agora?
Ele sorriu paciente. Demi sentiu os olhos espectadores de todos os presente.
— Isto... Sim. – respondeu. — Acabo de terminar um romance policial que recorda a Tana French, mas ambientada no sul durante os anos setenta. Sem dúvida, uma aspirante a ter em conta.
— Sorte que dei com alguém com tempo para ler. — exclamou Blanda, como se ela pessoalmente tivesse encontrado Demi debaixo de uma pedra. — É uma lástima que Margaret não pode ajudar este ano. — lamentou outro dos leitores do comitê com saudade. — Tem um gosto impecável.
— Por que não pode ajudar este ano? — interessou-se Demi.
Tudo aquilo tinha sido uma má ideia. Possivelmente Margaret pudesse ocupar seu lugar no comitê. Desse modo não teria que ir ao trabalho sem saber quando eles iriam ter reunião com Joe. Era muito prejudicial para sua tranquilidade. Demônios era muito prejudicial até para sua respiração.
— OH, por favor, Demi. A pobre mulher quase não pode ver, nem pensar de ler uma pilha de livros num mês. — respondeu Blanda.
— Temos todos os leitores que necessitamos. — interveio Joe. — Quanto aos escritores, já é outra história. Como levamos a substituição do Jonathan Safran Foer? Alguma proposta?
Alguém sugeriu Jay McInerney e todo mundo grunhiu:
— Outra vez?
Demi sabia qual a escritora que desejava ver na biblioteca.
Acabava de ler pela segunda vez Stateof Wonder. E adorava que Ann Patchett tivesse aberto sua própria livraria em Nashville quando todos outros estavam fechando.
— Que tal Ann Patchett? 
Ouviu-se um murmúrio na mesa.
— Preferimos alguém de Nova Iorque. — objetou Blanda. —
Necessitamos que estejam presentes a muitos eventos e as pessoas de fora da cidade sempre pedem reembolso com os gastos de viagem.
— Não é má ideia. — contradisse Joe. – A vi num reavivamento do programa "Colbert Report". É realmente encantadora. — É uma tremenda defensora da comunidade de leitores. — comentou alguém.
— Exploremos a possibilidade. — decidiu Joe. — Incluam na lista de candidatos. E Dóris, talvez você possa ligar e verificar com Harper Collins como está a agenda. Demi viu que todo mundo se levantava e recolhia papéis e canetas. A reunião tinha terminado.
Ficou de pé de maneira apressada e pendurou a bolsa no ombro.
—Demi, fique. Que o repassar algumas coisas que precisam ser feitas. Blanda pode se arrumar lá embaixo sem ela um pouco mais de tempo?A mulher estava visivelmente irritada.
— Não pode fazer disso um hábito. — protestou, mas não disse mais nada.Quando o último atrasado se retirou, Joe fechou a porta.
Com chave.
— Adeus a minha teoria de sua sensibilidade só para os autores masculinos — comentou. — Foi uma boa sugestão. Fico feliz que tenha dado a sua opinião.
Para Demi o comentário pareceu condescendente.
— Não tenho nenhum problema em dar minha opinião. — replicou.
— Mas sim tem um problema em seguir instruções. Vejo que não usa os sapatos que te mandei.
— Não quero usar esses sapatos no trabalho. — justificou nervosa.
Sabia que era um absurdo sentir-se em falta, como se fosse uma colegial que não houvesse comprido uma norma. Mas, era assim exatamente como se sentia.
— Onde estão?
— Bom... Na minha mesa.
— Vá buscar a bolsa com eles e a lingerie. E depressa.
Deu a ordem como se não tivesse nenhuma dúvida de que Demi obedeceria. Só isso já foi suficiente para que lhe desse vontade de lhe dizer que esquecesse, de que podiam se divertir com esses jogos em hotéis e restaurantes, mas não no trabalho.
Mas algo fez conter-se. Deu -s e conta de que, embora soubesse que isso era o que deveria dizer, não era o que desejava. O que ela queria era ver aonde tudo aquilo os levaria. Se não o fizesse, se saísse fugindo, que diferença haveria entre ela e sua mãe?
Sem olhá-lo, saiu depressa da sala e subiu as escadas até o terceiro andar. Passou a toda velocidade pela Sala do Catálogo com a esperança de não ver Blanda. Seria difícil explicar por que estava por ali dando voltas.
Havia algumas pessoas em pé em frente ao balcão de empréstimos e Liam estava tomando conta de tudo.
— Já voltou? — perguntou-lhe.
— Ainda não, me dê mais alguns minutos. — resmungou.
Apenas podia pronunciar as palavras enquanto sua mente ia a mil por hora. Assim devia se sentir alguém quando estava drogado.
Passou a mão pela frente dele e agarrou a bolsa.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx   Oi meninas como vocês estão? Eu estou super gripada, então desculpa qualquer coisa, me conte o que estão achando, amo saber isso de vocês, beijos.
                             Minha banda favorita no memento rsrs'