sábado, 31 de outubro de 2015

GOSTARAM DA MINI MARATONA?

Capítulo 34


Capítulo 34
Demi apoiou o pé na lateral da banheira. A espuma chegava quase até acima. Inspirou profundamente e desfrutou da água quente com aroma de lavanda. Joe soube exatamente o que fazer quando retornaram a seu apartamento. Ajudou-a a tirar o conjunto Morgane O Fay, envolveu-a numa suave e enorme toalha e a levou imediatamente ao banheiro, onde a deixou sozinha para que relaxasse. Não sabia quanto tempo tinha ficado na água. Tinha os dedos dos pés e das mãos enrugados. Sentia-se relaxada e nervosa ao mesmo tempo. E estava cansada de estar sozinha. Puxou a alavanca com o pé para esvaziar a banheira. Levantou-se, um pouco enjoada a princípio, e se envolveu numa toalha branca.
Secou a nuca e soltou os cabelos para que caísse sobre os ombros.
Quando se olhou no espelho, viu que tinha borrado o rímel com as lágrimas. Usou uma toalhinha para limpar o melhor que pôde.
Entrou sem fazer ruído no quarto.
— Pensei que não fosse sair nunca — disse Joe com um sorriso.
Trocou-se. Usava uma boxer branca e uma camisa de um azul intenso desabotoada e com as mangas dobradas. Demi o adorava com camisa, como enrolava levemente o cabelo por trás, sobre o pescoço. Estava tão dolorosamente lindo, que fazia que tudo o que tinha pensado na banheira, resultasse muito mais difícil.
Ela viu as duas taças de vinho branco na mesinha de cabeceira.
Joe, que tinha seguido seu olhar, pegou uma e a entregou.
— Obrigada — disse.
Estava frio e seco e, nesse momento, pareceu-lhe o melhor que já tivesse provado. Ele se sentou na beira da cama e ela se acomodou a seu lado e se virou levemente para poder olhar o seu rosto. Quando ele sorriu, Demi quase perdeu a coragem ao ver aquelas covinhas. Mas não se permitiu acovardar-se. 
— Joe, apreciei que tenha organizado tudo isto para solucionar o problema de confiança em nossa relação. Mas o que aconteceu esta noite... Assim não vamos aprender a confiar um no outro. Nem a nos conhecer. Ao menos, não do modo que eu desejo.
— O que tem em mente? — perguntou daquele modo zombador tão próprio dele.
— Você ficou furioso porque não disse que era virgem, por não revelar a verdade sobre minha experiência sexual. Mas você não me conta a verdade sobre seu passado, sua história, sua vida.
— É obvio que sim — protestou. — E já disse a você o que sentia por Blanda...
— Isto não tem nada que ver com Blanda. Ao menos, não com respeito a isso. Conhece a Margaret, da biblioteca? Falou-me de sua mãe. 
O sorriso dele desapareceu.
— Ela não está um pouquinho velha para fofocar?
—Não estava fofocando. Viu-nos sair da sala a outra noite.Suponho que sentiu que eu deveria saber algo sobre o homem... com quem estou saindo.
— Mas não disse nada a você sobre mim, não é? Falou de minha mãe. 
— Vamos. Não haja como se não soubesse o que quero dizer. Por que não me contou toda essa história? Na noite de meu aniversário, estivemos falando sobre o que nos preocupava de nossos pais, e você não disse nenhuma só palavra sobre isso. Por quê?
— Porque, como já disse respeito de Blanda, não tem nada que ver com você.
— Pois eu digo que sim tem a ver. Se não falarmos sobre coisas reais, como poderemos confiar um no outro? O sexo espetacular não é o que faz que uma relação funcione.
— Como pode sabê-lo?
— O que quer dizer?
— Bom, até poucas semanas atrás era virgem, isso me leva a pensar que não teve muitas relações sérias, se é que teve alguma. Sexual ou de outro tipo. Teve?
— A verdade é que não, — reconheceu.
— Bom, eu sim. E minhas relações são todas assim. E assim é como quero que sejam.
— Disse que era diferente comigo. Joe suspirou.
— Sinto-me diferente com você.
—Como?
— Não sei Demi! — gritou exasperado. — Às veze acredito que eu gosto mais que nenhuma outra com quem já estive. Sua falta de experiência me resulta estimulante. Acredito que tem bom coração. É assombroso que não esteja cansada. É fácil te surpreender e te agradar.
Mas isso não troca o que quero tirar disto. 
— E o que é?
— Exatamente o que temos. Exceto o desejo de fotografar você.
Agora foi ela que se exasperou.
— Isso outra vez não.
— Para mim, isso é intimidade. Compartilhar. Ela se levantou de um salto da cama e derramou um pouco de vinho sobre a toalha. 
— Não posso acreditar nisso. Estou dizendo a você o que sinto, o que me falta nesta relação ou como quer chama-la, e você está me pedindo mais? Por que deveria dar o que você deseja se você se nega a sequer tentar me dar o que eu desejo?
— Pensava que o estava fazendo — replicou impassível.
— Pois não, não o está fazendo — contradisse-o Demi.
Joe pareceu pensar nisso e logo assentiu devagar como se respondesse a uma pergunta.
— Vou leva-la para casa — anunciou em voz baixa.

                                        ***
—O que você precisa é um menino bonito e normal — firmou Selena. 
Era última hora da manhã, uma interminável manhã durante a qual Demi havia sentido como passavam as horas na escuridão, sem dormir, até que o sol finalmente lhe indicou que já podia levantar da cama. Diante de pão-doces e café, não pôde evitar desmoronar-se diante de sua companheira de apartamento. Contou sobre o Hotel Jane, suspeitando que inclusive a imperturbável Selena se escandalizasse pelos acontecimentos da noite anterior. Mas esta se limitou a arregalar os olhos e a suspirar:
— Eu adoro o Jane.
Depois, como se lembrasse de repente que seus deveres de amiga e companheira de apartamento requeriam um pouco mais de empatia, apoiou uma mão no braço e disse:
— O que eu falei desde o começo? Divirta-se, mas não espere nada mais. Assim triunfou e agora pode indicar isto como uma louca experiência amorosa em Nova Iorque que poderá contar a seus netos algum dia. Demi a olhou.
— Acha que esta é uma história que poderia contar aos meus netos?
— Bom, possivelmente aos seus não. Embora esteja certa de que os meus adorarão ouvi-la. — Riu as gargalhadas enquanto dava tapinhas nas coxas. Demi levou os joelhos ao peito e os abraçou, desejosa de que o sofá a tragasse.
— Alegra-me muito que isto pareça divertido.
— Não estou rindo de você, Demi. Sabe que eu passei pelo mesmo.
Sim, Selena tinha experimentado esse tipo de sofrimento depois do seu rompimento com Justin. A dor que era quase física, a incapacidade de comer ou dormir. Era como se a explosão de energia que Demi sentiu quando viu pela primeira vez Joe, mas horrivelmente ao contrário. E Selena tinha razão. Ela tinha avisado.
— Sabe que depois do Justin fiquei destroçada — continuou a garota com se lesse a mente dela. — Mas o que fiz?
— Não sei — reconheceu Demi.
— Voltei a montar no cavalo, como diria minha mãe. Demi não sabia a que se referia. Tanto quanto lhe dizia a respeito, não se tinha cavalgado muito naquele apartamento desde o rompimento. Embora possivelmente tinha estado muito absorta no seu drama para dar-se conta do que estava acontecendo ultimamente com sua companheira de apartamento.
— O que me sugere? — perguntou então, mais por continuar educadamente a conversa que por verdadeiro interesse.
Não havia nada que Selena pudesse dizer-lhe para que se sentisse melhor. Apaixonou-se loucamente por um homem inalcançável e sem dúvida fodido, destroçado, e as probabilidades de que ela encontrasse a felicidade com outro homem eram quase as mesmas que chegaria a Narnia através de seu armário.
— Eu vou organizar alguma coisa com alguém — comentou sua companheira.
— Eh... Não, obrigada — negou Demi, ainda estremecendo-se ao pensar em David  e seus colegas no Nurse Bettie.
— Sei que não será fácil sair com um mero mortal depois de Joseph Jonas, mas tem que confiar em mim — insistiu.
— Sim — afirmou Demi. — Ultimamente esteve ouvindo muito isso. Voltou para seu quarto e fechou a porta.

                                       ***

Na segunda-feira pela manhã, Demi correu para o balcão de devoluções com seu café de copinho da Starbuck. De repente, viu que Blanda avançava na mesma direção, um metro na frente dela, andando de pressa. Seu rabo-de-cavalo loiro platino flutuava atrás de sua cabeça como uma bandeira inimiga.
Demi atirou o café no primeiro cesto de papéis que encontrou e reduziu o ritmo. Mas foi impossível evitar Blanda, que, de fato, a esperava na sua mesa. Havia um carro cheio de livros estacionado junto a sua cadeira que requeria sua atenção.
— Bom dia, Demi — saudou-a. — Hoje é seu dia de sorte.
Ela mal conseguia olhar para ela. Não compreendia o ciúmes e a desconfiança que borbulhavam em suas vísceras como o ácido. Ela lembrou a si mesma que fazia uns poucos dias Joseph Jonas já não importava mais, nem seu passado, nem seu presente. Mesmo assim, havia algo em Blanda que a afetava.
— Ah, é mesmo? Como assim? — Deixou a bolsa no chão.
— Voltará para o balcão de empréstimos — anunciou.
Aquelas eram boas notícias, mas Demi não reagiu, limitou-se a perguntar:
— Tenho que ir agora?
— Em um minuto — respondeu Blanda. — Mas preciso que esteja disponível ao meio-dia. Tenho alguns recados que fazer e necessitarei ajuda.
— Sinto muito — ela respondeu. — Vou almoçar com a Margaret.
Blanda estremeceu ante o desprezo, mas se recuperou rapidamente.
— Bem, como não! Faça enquanto possa.
— O que significa isso?
— Eu não disse para você? Devido aos cortes orçamentários, eliminaram o seu cargo.
— Não podem dispensar a bibliotecária de arquivos.
— Ofereci a ela um lugar no balcão de devoluções — comentou Blanda como se não a tivesse ouvido. — Infelizmente, ela optou por retirar-se. Mas acredito que vai explicar isso tudo durante o almoço. Demi saiu correndo e subiu a escada a toda pressa. Dirigiu-se à sala onde trabalhava Margaret enquanto se perguntava por que a senhora não tinha contado pessoalmente. E então lembrou-se de que Margaret tinha ido a sua mesa dois dias antes, mas Demi estava muito absorta na sua dor pelo rompimento com Joe para aceitar seu convite a tomar um café.
A Sala de Arquivos estava totalmente iluminada pelo sol, os raios deixavam ver franjas de pó no ar.
— Por que não me disse isso? — espetou Demi.
Margaret estava inclinada sobre uma mesa, lendo um enorme livro encadernado em tecido com uma lupa.
Levantou a cabeça devagar.
—Bom dia para você também — exclamou sorrindo.
— Não sei como pode parecer tão alegre. Blanda acaba de contar o que aconteceu. A mulher deixou a pesada lupa sobre a página.
— Era inevitável, Demi — comentou. — Você não precisa me olhar assim. Não sou uma vítima. Supero a idade de aposentadoria faz tempo.
— Bom, mas acredito que o momento escolhido é realmente uma sacanagem. E as circunstâncias.
— Foi bom — replicou Margaret. — E eu já disse uma infinidade de vezes que aqui já não é o que era. Sabia que o ex-presidente desta biblioteca criou um plano para armazenar milhões de livros em Nova Jersey? Demoraria no mínimo, um dia para ter um livro na Sala Principal de Leitura a partir do momento em que o leitor fez o pedido.
— Não podem fazer isso — escandalizou-se Demi.
— Oh, sim podem e o farão. Acredite em mim, protestamos. Faz uns poucos meses, um pouco antes de que você chegasse, enviamos uma carta assinada por centenas de escritores e acadêmicos. E esse só é um problema. O orçamento para as compras abaixou vinte e seis por cento nos últimos quatro anos. É muito tarde, Demi.
Para seu espanto, esta começou a chorar.
— Oh, Demi. Está sentindo isso pior que eu.Margaret caminhou ao redor da mesa e a abraçou. Ela cedeu ao gesto de carinho e chorou nos braços da Margaret como uma menina. A mulher tirou um lenço de tecido e pôs na mão dela. Demi enxugou as lágrimas.
— Obrigada. Sinto muito. Não sei o está errado.Margaret recuou e sorriu.
— Tudo vai ficar bem, Demi. A biblioteca sobreviverá. Eu encontrarei trabalho numa livraria. Ou possivelmente comece com alguma dessas coisas de blogs.Ela riu.
— Mas o mais importante é que você estará bem.Demi assentiu não muito convencida.
— Obrigada por me contar do Joe. Tentei falar com ele sobre a sua mãe, mas se negou.
— Tenho que lhe dizer isso Demi. Eu não sei muito de homens.
Nunca me casei e não foi por acidente. Mas uma das poucas coisas que aprendi em minha época é que não se pode mudar um homem, nem tampouco corrigi-lo.
— Estou certa de que tem razão nisso — disse ela, fungando.
— Descubra o que você deseja, o que te faz feliz. E logo poderá decidir que homem permitirá entrar na sua vida.
— Então, nunca encontrou algum com quem desejasse se casar?
— perguntou Demi.
— Oh, houve muitos homens aos que desejei — respondeu a mulher com um sorriso matreiro. — E quando deixava de deseja-los, ia para o seguinte.
— Margaret! — exclamou Demi.
— O que? — protestou a senhora. — Posso suportar os antiquados livros velhos, mas não os romances antiquados.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Capítulo 33


Capítulo 33
A pista de dança — se é que podia chamar assim— era mais como um salão de uma decadente mansão, propriedade de uma família fabulosamente rica de gostos luxuosos e excêntricos. Se tivesse que descrever o ambiente com uma só palavra, poderia definir-se como
"vitoriano", embora esse termo não seria muito preciso. A enorme sala tinha tetos com painéis, bordas vintage, descoloridos tapetes persas, uma enorme lareira e espécimes empalhados; acima de tudo aquilo, pendurava uma gigantesca bola de discoteca. Havia sofás de veludo dourados e marrons, antigas mesas de madeira, cadeiras estofadas de zebra, grandes plantas em vasos de barro, lustres e vitrôs que iam do teto ao chão, cobertos por cortinas de veludo.
E nessa cortina de fundo da descolorida glória cuidadosamente idealizada, homens e mulheres vestidos de gala se relacionavam e dançavam ao som de um DJ que tocava a canção do Edwyne Collins A girl like you. Havia um camarote e Demi teve vontade de subir para ter uma vista panorâmica da sala. Um homem aproximou. Usava um traje de veludo vermelho, o cabelo preto penteado para trás e uma máscara em forma de bico.
— Participarão da caça ao tesouro à meia-noite? — perguntou. — Se lhes interessar, há uma folha de inscrição junto à cabine do DJ.
— Não, obrigado — respondeu Joe. Demi gostava de caça ao tesouro e a ideia de que se fizesse uma a meia-noite, com um disfarce assim, pareceu-lhe fascinante.
— Está seguro de que não quer participar? — perguntou a Joe.
— Sim, é só um exercício par ajudar às pessoas a estabelecer vínculos e que assim possam passar a atividades mais... íntimas ao longo da noite. Nós não necessitamos disso. A imagem de um homem com smoking seguido por outra pessoa a distraiu, era impossível saber se era homem ou mulher, que andava a quatro patas, coberta dos pés a cabeça com um traje preto de látex.
— Como pode alguém respirar com isso? — perguntou, estremecendo-se. Parecia algo pouco natural e incômodo e resultou perturbador a ela. — Estou seguro de que há buracos para o ar. Bom, não estou seguro. O látex não é o meu — ele comentou.
Apesar de que se esforçava ao máximo por não fazê-lo, Demi se encontrou seguindo com o olhar o estranho casal.
— Vamos subir — sugeriu Joe. Ela o seguiu através de uma porta estofada em pele com incrustações de bronze. Pegaram um elevador até o segundo andar e percorreram um estreito corredor revestido de madeira. Como já tinham explicado, todas as portas dos quartos estavam totalmente abertas. Demi olhou para o interior de uma e, imediatamente, desviou a olhar. A porta aberta revelou a uma mulher nua numa cama de solteiro, atada com um elaborado sistema de cordas que a mantinha deitada de barriga para baixo, com as mãos e os pés unidos e uma mordaça na boca. Tinha a bunda coberta de vergões vermelhos.
 — Oh, Meu Deus! — exclamou Demi e agarrou a mão de Joe.
 — Acredita que ela está bem? 
— É obvio que sim — ele asseguro .
— Alguém a deixou aí... — Essa imagem lhe resultou perturbadora, mas pensou que era uma espécie de representação, como uma das fotos bondage do livro de Bettie Page.
— Demi — disse Joe, — tenta lembrar onde está. E, acima de tudo, confia em mim. Cruzaram com outro casal pelo corredor. A mulher ia vestida de branco, com um vestido que chegava até o chão. O homem vestia umas calças de smoking, sem camisa, e um colar de couro preso a uma corrente. Tinha as mãos às costas, claramente atadas, algemadas ou presas de algum modo. Embora os dois usassem máscara, havia algo vagamente familiar neles. Demi teve a clara impressão de que os tinha visto antes, que eram celebridades de algum tipo.
Joe encontrou um quarto livre e indicou que ela entrasse. O quarto era minúsculo, como um camarote de um navio. Tinha uma cama de solteiro, uma televisão de tela plana e uma mesa cheia com uma variedade perturbadora de objetos bondage: chicotes, algemas, mordaças, vendas, caixas de brinquedos sexuais sem abrir e uma bacia cheia de camisinhas. 
— Isto me parece uma má ideia — ela comentou.
— Confia, Demi. Agora tire a saia. Olhou-o, mas seus olhos se viam frios e decididos. Estava em plano autoritário e sabia que não lhe serviria de nada discutir com ele. De todos os modos, não importava tirar a saia de aro, porque ainda levava a outra de seda por baixo. Mas esse seria seu limite, até aí chegaria.
Desabotoou a saia e deu um passo para sair dela. Joe separou o objeto a um lado.
— Ajoelhe na frente da cama — ordenou. Ela fez e Joe tirou a máscara para substitui-la por uma faixa.
O coração de Demi acelerou.
— As mãos nas costas.
Sentiu a corda ao redor dos punhos e ele a apertou com força. Era menos incômodo que as algemas que usava no seu apartamento.
— Levante — ordenou. Ele a ajudou a ficar em pé. — Agora deite na cama de barriga para baixo. — Ajudou a colocar-se na posição, com a cabeça de lado para que pudesse respirar. Então sentiu que ele abaixava o zíper da minissaia de seda.
— Isto não é uma boa ide...
— Não volte a falar até que saiamos deste quarto — ele interrompeu. Joe tirou-a do objeto e ela levantou os quadris, obediente, para deixar que a descesse pelas coxas, os joelhos e os pés. Desse modo, ficou exposta da cintura para baixo. Só com a roupa interior de renda preta. Ouviu os passos de Joe que se afastavam.
— Aonde vai? — perguntou. O chicote lhe respondeu com um estalo de dor nas coxas.
— Disse que não era para você falar. Confie, Demi. Ela se estremeceu de dor e se inundou na fantasia de seus dedos lhe abrindo o sexo, porque só essa doce pressão ou a de sua língua no seu clitóris deteria a dor. Não se ouviram mais sons no quarto. Ouviu pessoas que iam e vinham pelo corredor e se envergonhou ao saber q e apareceriam e a olhariam, igual a ela tinha v o aquela mulher atada no primeiro quarto. Seu único consolo era seu anonimato e que não estava nua. Ainda.
O certo era que não sabia se Joe estava ali esperando antes de lhe tirar mais roupa ou se tinha ido desfrutar da festa no andar de baixo. Teve que fazer uso de toda sua força de vontade para não chama-lo. Começavam a lhe doer os braços e as cordas já lhe cravavam nos pulsos. Deu-se conta de que estava se retorcendo e que doeria menos se ficasse totalmente imóvel. Tentou não deixar se levar pelo pânico. Pensou no que ele não tinha deixado de repetir sobre essa noite: confiança. Não a deixaria ali sem mais nem menos, não durante muito tempo. Podia ouvir a música abaixo. Florence and the Machine. Tentou deixar-se levar por ela, imaginar que estava em outro lugar. Mas todos seus pensamentos se voltavam sexuais. Imaginou que destapava os olhos e o duro membro de Joe estava ali, na beira de seus lábios. Poderia tirar a língua e sentir seu quente sabor salgado, inchado e latejante por ela...
Ouviu uns passos entrando no quarto. O coração acelerou a um ritmo frenético. Desejava chama-lo, dizer seu nome assegurar-se de que era ele, mas sabia que não podia fazê-lo. Então sentiu que umas mãos lhe acariciavam o traseiro, que se moviam levemente sobre a renda das calcinhas. Eram as carícias de Joe? Não sabia e esse pensamento a horrorizou. Então recordou o que ele havia dito momentos antes que entrassem no hotel: "A única coisa que tem que saber desta noite é que ninguém vai tocá-la além de mim".
A lembrança desse comentário foi a única coisa que evitou que gritasse quando a mão subiu entre as pernas, deslizando-se por debaixo da roupa interior e um dedo lhe acariciou levemente os lábios do sexo. O coração pulsava tão depressa que teve medo de deixar de respirar.
“E acima de tudo, confia em mim”. 
"Confia, Demi."

O dedo se inundou no seu interior. Sem dúvida gostou.Entretanto, não havia nada identificável nesse contato. Entrava, saía.
Sua mente se agarrou ao medo de que fosse um desconhecido, mas seu corpo a traiu e se moveu com a mão, ávido por um orgasmo. Embora só pudesse chegar até aí, porque seguiu esperando alguma pista que lhe confirmasse que era Joe. E quando não passou nada nesse sentido, sua mente venceu e seu corpo paralisou.
As carícias se detiveram. Sua roupa interior voltou para seu lugar enquanto lhe palpitavam as vísceras, ávidas de uma satisfação. Teve medo de que aquela pessoa saísse e a deixasse sozinha perguntando-se quem a estava tocando. Não poderia suportá-lo. Mordeu os lábios para evitar chamar Joe.Justamente quando pensou que perderia a cabeça... que romperia o silêncio e mostraria, portanto, uma falta de confiança, sentiu que lhe destapavam os olhos. Abriu e se encontrou com Joe de joelhos junto à cama, olhando-a com olhos calculistas e intensos. Sentiu tal alívio, tal liberação depois da tensão, que começou a chorar.
— Demi, não chore. Eu falei que ninguém a tocaria além de mim.
Não acreditou em mim?
Desatou-lhe os braços e ela se ergueu devagar, enquanto esfregava os pulsos.
— Sim... mas como podia ter certeza? E só de pensar que havia gente que passava... que me olhava.Nesse momento estava sentada e olhava com receio a porta.Joe se levantou e a fechou.
— Teremos problemas — advertiu.
—Chiste... tem que se acalmar — ele disse. Sentou-se a seu lado e a abraçou. — Não pretendia te magoar. Eu gosto de experimentar os limites. Isso... pode unir mais às pessoas. Intensificar as coisas.
— Está bem — admitiu. E o dizia a sério.
— Quer partir? — perguntou.
— Sim — respondeu. E também o dizia a sério.

Capítulo 32



Capítulo 32


A loja de roupas estava escondida uma rua secundária do Village, não muito longe de seu apartamento. Apesar do perto que ficava de sua casa, nunca tinha reparado nela. Chamava-se Guinevere e, a diferença das outras marcas extremamente conhecidas do distrito comercial, não havia manequins nem roupa na vitrine, só cortinas de veludo vermelho que ocultavam o interior.
Joe segurou a porta e Demi entrou. Ofegou. A loja era de estilo rococó, além de punk e com um pouco da Alicia no País das Maravilhas. A única coisa que faltava era que polvilhassem um pingo de pós-mágicos quando entraram.
As paredes estavam cobertas de murais fotográficos de mulheres de pele muito clara, longos e esvoaçantes cabelos loiros ou rosa claro como algodão doce, bochechas rosadas pelo blush e vestidos barrocos com toques punks próprios para os contos de fadas: botas de combate, espartilhos, asas de borboletas. Os móveis — poltronas empetecadas, espelhos com molduras de bronze apoiados nas paredes e lustres de cristal de cinco andares — poderiam ter saído do set de filmagem de Maria Antonieta. Os vestidos, pendurados em cabides intercalados entre as ornamentadas peças de mobiliário, não eram vintage, a não ser interpretações contemporâneas de todas as fases do desenho romântico da era elisabetana.
— Pamela está? — perguntou Joe a uma das vendedoras.
A mulher era minúscula, ia vestida toda de branco e tinha uns olhos pequenos sob uma densa franja cortada de forma similar ao de Demi. Quando esta inclinou-se sobre uma prateleira, quase derrubou uma taça de porcelana de bordas douradas.
— Está no camarim. Joe pegou a mão de Demi e a guiou através do labirinto de vestidos, mesas e cabides até a parte de atrás da loja. Atravessaram outra cortina de veludo que dava a uma sala menor. Essa sala estava vazia, exceto por meia dúzia de vitrines.
— Olá Joe — saudou uma ruiva alta que se levantou de uma poltrona eduardiana estofada em verde militar e dourado.
— Pamela — respondeu ele e a beijou no rosto. Demi tentou não sentir ciúmes enquanto se perguntava se Pamela também fazia parte da "comunidade", como ele tinha chamado. Odiava como começava a ver todo mundo através da perspectiva de que relações tinham com Joe.
— Esta é minha amiga Demi. Ela o olhou pensando que "amiga" era um estranho significado para descrever sua relação. Mas esse era o problema. O que eram? Amantes? Colegas de bondage?
— Um prazer em conhece-la — disse Pamela com um sincero sorriso, enquanto lhe estendia a mão. — E o que procuram hoje?
— Ela precisa uma máscara — respondeu Joe. Demi o olhou surpreendida. O primeiro que lhe veio à cabeça foi uma dessas máscaras do Halloween que se exibiam no Ricky'S. Mas Pamela os guiou para uma das vitrines mais próximas e ali descobriu um colorido e sortido de ornamentadas máscaras próprias para um baile de máscaras formal. Dourados, azul lavanda, pretos, com lentejoulas, com plumas, com franjas, adornados com brocados e laços.
— Essa leva duzentos cristais Swarovski incrustados — comentou a mulher ao perceber o interesse da Demi por uma peça dourada no centro. Tirou um chaveiro, abriu a vitrine e estendeu-lhe a máscara.
—Prova esta — animou-a Joe quando viu sua vacilação. Demi o fez e a deslizou pela cabeça. Ele a ajudou a coloca-la para que descansasse na ponte do nariz. Surpreendeu-a com a claridade com que podia ver pelos buracos dos olhos. E também como parecia sólida, a diferente das máscaras de papelão que as pessoas usavam nas festas de fim de ano. Pamela ofereceu um espelho. Demi se olhou e sorriu.
— É linda — exclamou.
— Foi fácil — comentou Joe. — Não há nada melhor que uma mulher decidida. — Dedicou-lhe um sorriso de aprovação e ela sentiu que uma onda de satisfação a inundava. Não estava acostumada a agradá-lo fora do quarto. Sentiu se bem. Isso a fez pensar que possivelmente, depois de tudo, havia uma possibilidade de que a relação adquirisse outra dimensão. Ela tirou a máscara e a entregou à Pamela.
— Algo mais? — perguntou esta, enquanto se dirigia à caixa, na parte dianteira da loja.
— No momento não, — respondeu Joe. — Mas se não encontrarmos o que necessitamos no centro, possivelmente voltaremos. O carro os esperava do lado de fora.
— Para que tudo isto? — perguntou Demi, uma vez que pegava a bolsa da mão.
— Esta noite vamos ao Baile Bondage — disse-lhe, enquanto abria a porta do Mercedes. Neste dia era ele que estava dirigindo e ela se sentou a seu lado no assento do passageiro. Preferia isso à formalidade do chofer em suas habituais saídas.
— Oh, Meu Deus, o que é isso?
—Não é um baile de verdade. Só uma grande festa — esclareceu.
— Mas o bondage faz parte disso. Demi engoliu a seco.
— Tem certeza de que é uma boa ideia? Quero dizer, não tenho nenhum problema com tudo o que fazemos, mas não posso imaginar estar em um lugar público...
— Não é público. É uma festa privada. E não tinha planejado ir, mas com a discussão que tivemos sobre Blanda me fez pensar que precisamos de um pequeno exercício de confiança.
— Não foi uma discussão exatamente... — apontou Demi.
— Está bem, um mal-entendido ou como quiser chamá-lo.
— Apertou-lhe a mão. — Fez que reconsiderasse ir ao do baile. Acredito que será bom para nós.
— Blanda estará ali?
— Não, — respondeu. — Por que estaria?
— Disse que ela formava parte da cena... ou da "comunidade", ou como é que o chama.
— Oh, sim. Bom, não desde que se comprometeu. Seu noivo é baunilha. Demi não tinha nem ideia do que se referia. Que era branco?
— E eu não sou baunilha? — perguntou. Joe riu.
— Você é adorável.
—Não me trate com condescendência— protestou ela, sentindo-se estúpida.
— Não o faço! Não vê que estou louco por você? Acordo de manhã e já planejo nosso dia... e a nossa noite. Sempre está na minha mente, Demi. Cativou-me por completo. Sinto-me possuído. Sinto-me sob o feitiço de uma dessas fadas mágicas das paredes do Guinevere. Ela se virou para olhar pela janela.
— Aonde vamos agora?
— Ao Louboutin. Como pode ir a um baile sem seus sapatos de cristal? — perguntou-lhe com uma piscada.

                                           ***

O Hotel Jane era um centenário edifício georgiano no longínquo West Side. O ultramoderno hotel boutique, em seu momento refúgio para os marinheiros cansados da viagem, era o lugar onde se celebrava o Baile Bondage.
— Este lugar tem muita história, um passado notável — explicou-lhe Joe. Demi agarrava com força no seu braço, apenas capaz de caminhar pelas pavimentadas ruas do Meat Packing District com seus novos sapatos de salto Christian Louboutin. Estava menos preocupada com cair do que por danificá-los, porque eram uma magnífica obra de arte. Os saltos, de dez centímetros e de cetim preto, com a típica sola vermelha, levavam incrustações de cristais em forma de estrelas, similares a flocos de neve.
— Não é o passado o que me preocupa — especificou Demi.
— a não ser o presente. Ainda não podia tirar da cabeça as palavras "Baile Bondage". E não podia dizer que gostava de como soavam.
— Trouxeram para cá os sobreviventes do Titanic. Os mantiveram aqui até que finalizassem a investigação judicial americana 
— explicou-lhe Joe. 
— Isso é assombroso — ela reconheceu, mas tinha seu próprio desastre para preocupar-se.
Joe a conhecia já o bastante bem para perceber sua ansiedade e lhe deu uns tapinhas na mão que tinha apoiado no braço.
— Relaxe. A única coisa que tem que saber desta noite é que ninguém tocará você além de mim. Entendeu? Assentiu, mas não se sentiu nada reconfortada. Não sabia exatamente o que a preocupava. Possivelmente a ideia de que outra pessoa a "tocasse" era muito específica. Era uma inquietação maior a respeito de estar em público, estar entre pessoas num acontecimento social onde todo mundo sabia que o tema da noite era seu particular tipo de sexualidade. Embora ficassem ali de pé bebendo vinho e comendo salgadinhos de queijo, todos sabiam. Aquilo não era simplesmente um joguinho privado entre Joe e ela. Essa noite era de verdade.
E ainda estava pensando na conversa com Margaret.
Joe a pegou pela mão, subiram a escada do hotel e pararam em frente a porta.
— Ponha máscara — disse.
Ela estava segurando-a desde que tinham saído do carro e quase se esqueceu dela, embora a levava sob o braço, porque era muito grande para que coubesse na sua pequena bolsa de mão.
Ele a ajudou a colocar e depois colocou a sua, uma totalmente preta. Usava um smoking também preto. Demi também ia com essa cor, com um assombroso conjunto Morgane O Fay, que era mais um disfarce que um vestido. Estava composto por um Top de cetim e organza que se cruzava na frente e amarrava na cintura com um laço preto. A saia-balão era modificada, com metade da seção em tule opaco que fazia necessário um pequeno forro de seda. Se havia algo que servia de consolo era que não se sentia absolutamente ela mesma. Aconteça o que acontecer, poderia fingir que estava interpretando um papel.Entrou com a mão segurando o braço de Joe. O vestíbulo era pequeno, com tetos altos decorados com plantas de grandes folhas em vasos de barro, a cabeça de um alce americano na parede, um candelabro e um antigo balcão de madeira com um mensageiro vestido formalmente, que incluía um colete marrom e um quepe. Demi se sentiu como se estivesse num filme do Stanley Kubrick.
— Boa noite — saudou-os o mensageiro.Joe entregou a ele uma espécie de cartão preto, como um cartão de crédito. O rapaz comprovou uma lista com ele e em seguida o devolveu.
— Encontrará as normas para jogar no salão. Desfrute da noite, senhor Jonas.Joe guiou Demi pelo vestíbulo até um pequeno bar, decorado com madeira escura e pouca luz. Estava cercado por um longo sofá. Uma mulher alta com um brilhante vestido prateado se
Aproximou deles no meio da sala. Usava uma máscara roxa decorada com plumas verdes e debruada com lantejoulas também verdes. Tinha o cabelo loiro recolhimento num elaborado coque alto e os lábios pintados de violeta.
— Bem-vindos amigos — saudou-os. — Dirijam-se ao salão de baile. Lembro a vocês que todos os quartos do hotel estão disponíveis para uso dos convidados. Encontrarão adereços e artigos de toaletes em todas elas. Podem usá-lo como desejam. Mas as portas devem permanecer abertas em todo momento. Qualquer violação dessa norma dará lugar a sua expulsão do edifício. Joe concordou Demi o olho inquisitivamente. Se ele percebeu o seu olhar, não demonstrou. Em lugar disso, a pegou pela mão e a guiou até a pista de dança.

Capítulo 31


Capítulo 31
Margaret apareceu no balcão de devoluções na primeira hora da manhã. Demi apenas a tinha visto desde as revelações sobre Blanda durante o almoço, dois dias antes.
— Como vai? — perguntou a mulher.
— Não vou mal — respondeu Demi. — Vamos almoçar juntas?
— Hoje não como — informou Margaret. Ela recordou que ela havia dito que só almoçava algumas vezes por semana. — Mas queria falar com você um momento.
— Oh, está bem. — Não tinha nem ideia do que poderia ser.
Olhou a seu redor.
— Vi você saindo da Sala Jonas ontem à noite — disse a senhora em voz baixa. Ela congelou. — Com Joe. Demi se sentiu envergonhada e tentou imaginar o que ela teria visto. Estavam se tocando? Estavam colocando a roupa, indicando a qualquer um que pudesse estar olhando que tinham tirado-a fazia pouco?
— Ele é o homem que está vendo — continuou Margaret. Demi assentiu.
— Está apaixonada — acrescentou a mulher. Muito típico dessa senhora de ir direta ao ponto. Possivelmente era a vivência própria de uma pessoa mais velha que permitia compreender que o sexo era o de menos.
— Oh, Margaret — exclamou Demi, apoiando a cabeça nas mãos.
— É tão sério como parece? Ela assentiu sem levantar o olhar.
— Conheci sua mãe — comentou Margaret.
— Sério?
— Sim. Lillian era uma importante benfeitora. Mas não só doou dinheiro, embora contribuísse muito. Estava muito envolvida. Uma mulher encantadora e interessante. Sinto ainda a sua falta.
— Joe me disse que morreu quando ele estava na universidade.
— Adorava-o. Ele era o centro de seu universo. Foi uma grande tragédia. Um grande choque.
— Uma tragédia? — Demi sentiu que encolhia o estômago.
Foi uma premonição, como se aproximasse uma tormenta para a qual não estava preparada.
— Sim. Não contou isso para você? Se suicidou.Ela ficou sem respiração. Não, não sabia por que, mas Joe não o tinha mencionado.
— O que ocorreu?Margaret meneou a cabeça com saudade.
— Nunca voltou a ser a mesma desde que seu marido a deixou.
Foi-se com uma jovem modelo que conheceu no baile de máscaras do Met. Foi um grande escândalo. Em todo caso, não estou contando isso porque eu goste de fofocar, mas sim porque conheço Joseph Jonas desde que era um menino. Estava muito unido a Lillian e posso dizer a você pelo que vi e ouvi que não se recuperou de sua perda e que provavelmente não seja o jovem ideal para manter uma relação. Demi assentiu, sofrendo por ele e magoada porque não ter confiado nela. Na noite de seu aniversário parecia que estavam compartilhando algo, mas na realidade omitiu a parte mais importante.
A parte dolorosa. Do mesmo modo que não tinha mencionado que tinha mantido uma relação com sua chefe.
— E isto é um aviso? — perguntou.
— Eu não diria tanto — respondeu Margaret. — Mas eu gostaria de ver que toma decisões bem fundadas.
— Não sei se há alguma decisão para tomar.
— Acredito que haverá — comentou a mulher. — Como disse, sempre o conheci. Acredito que é uma pessoa decente e um jovem interessante. Mas o vi em todas as funções beneficentes; tenho lido sobre ele nas revistas, vendo uma mulher, saindo com outra. É um dos solteiros mais cobiçados de Nova Iorque.
As mulheres nunca duram muito. Sinceramente, sua mãe teria se horrorizado.Mas estou certa que a maioria dessas jovens estavam contentes só pela repercussão na mídia, a diversão e o cachê que ganharam por ter saído com o Joseph Jonas. Entretanto, acredito que você não é uma delas.Assim terá que decidir se vai ter o que deseja na relação. Se não, se prepare para o deixar, ou para que ele a deixe.A jovem sentiu um vazio no estômago. Isso não era o que queria ouvir. — Tentei deixa-lo na outra noite, mas não pude continuar com isso — reconheceu. — Não pude fazê-lo.
— Não seja muito dura consigo mesma — Margareth a tranquilizou. — Pode ser que não era o momento adequado. Eu tenho uma filosofia: se não souber o que fazer, não faça nada.
— Está certo — respondeu Demi mais aliviada, como se a mulher a tivesse tirado do apuro.
— Mas — acrescentou Margaret levantando um dedo — um dia saberá. O seu instinto o dirá. E então terá que arcar com as consequências.

Demi despertou no sábado pela manhã e descobriu que já tinha uma mensagem do Joe.

             Estarei aí a meio-dia. J.

Através das finas cortinas de seu pequeno quarto se filtrava a luz do sol. O ventilador que tinha junto à cama fazia pouco para combater o calor, mas não gostava de dormir com o ar condicionado ligado, porque sempre acabava sentindo muito frio.
Olhou o relógio. Eram onze horas.

"Não ligue para ele", pensou.

Jogou os lençóis com um chute e discou o seu número. Joe atendeu ao telefone no primeiro toque.
— Não me diga que acabou de acordar — comentou.
— Bom... sim — reconheceu sorrindo. Adorava o som de sua voz, inclusive quando insinuava que era uma preguiçosa.
— Uma atitude muito pouco ativa de sua parte.
— É sábado.
— Exato. Se troque. Vamos às compras.
— Por quê?
— Precisa de uma roupa para esta noite.
— Desde quando você me inclui nas decisões sobre o traje? — perguntou.
— Desde que me dei conta de que não compreende o quanto desejo que seja feliz — replicou.Ela ficou em silêncio.
— Pode nos dar outra chance? — perguntou Joe.
— Eu nem sei o que isto significa— disse ela.
— Me dê esta noite. Pode aceitar isso?
— Está bem — assentiu, pensando nas palavras da Margaret.
— De acordo.

Capítulo 30

Capítulo 30

Todo o quarto andar estava em silêncio. Demi se deteve frente às escuras portas de bronze da sala 402 e tentou se acalmar. Depois de umas angustiosas horas dando voltas e mais voltas decidindo o que fazer, soube que não poderia sair da biblioteca sabendo que ele estava ali esperando-a. Talvez fosse uma idiota. Ou ainda só tivesse curiosidade por saber o que faria Joe. Ou quem sabe estivesse apaixonada por ele. Nunca tinha sabido o que significava essa palavra: "apaixonar-se". Agora estava claro que era uma maneira de dizer em código "tenho uma desculpa para me comportar de um modo estúpido". Recordou a última vez que tinha entrado nessa sala e tinha descoberto uma mulher nua abandonada ao êxtase com Joe por trás, segurando-a pelos quadris, com a boca levemente aberta e os brilhantes olhos olhando diretamente para ela. Assim reconhecia à pessoa que era então. E não queria voltar a sê-lo. Moveu o trinco, devagar. Cheirava a umidade. Não tinha percebido na última vez, mas o ambiente na sala estava carregado e não era de tudo agradável. Mas parecia tão linda como recordava por sua rápida olhada daquela vez: a decoração clássica inglesa, os livros do chão até o teto e, é obvio, a robusta mesa de madeira.
Desta vez, Joe estava sentado e totalmente vestido.
— Feche a porta — pediu. Demi virou-se e o fez. Ficou paralisada com a mão sobre o trinco, dizendo-se que devia manter-se firme. Diria a ele que somente tinha ido para dizer que acabou: não mais presentes, não mais mensagens, não mais pacotes. Não mais sexo.
Ele se levantou e se aproximou dela. Quando seus passos se detiveram, Demi virou-se. Manteve o olhar fixo no seu ombro, porque temia que se o olhasse no rosto, perderia toda a força de vontade.
— Lembra a última vez que esteve nesta sala? — perguntou Joe.
— Sim — respondeu, sem levantar os olhos. Embora houvesse certa distância entre eles, sentia seu particular perfume e isso fez que desejasse pegar seu rosto, beijar aquele ponto onde o pescoço se encontrava com a clavícula.
— O que viu? — perguntou.
— Eu... vi você fazendo sexo com alguém.
— Estava fodendo com uma mulher — afirmou. — E sabe o que aconteceu quando se foi?
— Não, — sussurrou.
— Continuei fodendo. Mas imaginei que era você. Demi quase desmaiou. Joe a segurou pelos braços.
— Olhe para mim — pediu. Ela o fez e viu que estava perdida. Era tão bonito... Tinha os olhos fixos nela, cravados nos seus, entregando tudo e exigindo o mesmo em troca.
— Imaginei que era você que estava nua diante de mim, que meu pau se afundava profundamente no seu interior e que era de seus lábios de onde saíam os gemidos que me suplicavam mais. E então gozei. Demi se afastou dele e avançou para o interior da sala.
Respirava com dificuldade. Aproximou-se da bonita mesa e sentiu que Joe se movia atrás dela.
— Desde esse dia, desejei inclinar você sobre esse banco, e a ter de verdade. Ela sentiu que os dedos dele se moviam sobre os pequenos botões das costas do vestido e agarrou a beira da mesa. Sabia que devia dizer que parasse que cada segundo que passava ali enfraqueceria tudo o que havia dito a noite anterior e naquela manhã. Disse-se que cederia só uma vez mais. Uma última vez. Seu vestido caiu ao chão.
— Tire a lingerie e fique sobre o banco de mármore de frente para a porta. Com as mãos tremulas, Demi desabotoou o sutiã e tirou a calcinha, deixando ambos num pequeno monte a seus pés. Caminhou então, devagar e tímida, até o banco de mármore junto a mesa. Imaginou que alguém entrava nesse momento, do mesmo modo que ela tinha surpreendido Joe na sua primeira semana na biblioteca e pensou: "Bom, isso fecharia o círculo". Esse seria o sinal do universo que indicaria que aquilo devia acabar. Quis lhe dizer que fechasse a porta com a chave, mas algo a impediu de falar. E sabia que não haveria ninguém que pudesse interrompê-los. Não haveria nenhum sinal, nenhum sinal, nenhuma pessoa ou coisa que dissesse para parar. Tinha apenas a si mesma.
— Incline-se — ordenou. 
—Como ela estava, sua bunda praticamente na minha cara, sei que você se lembra Demi. Oh, era verdade. Ela concordava, lembrava o longo cabelo da mulher tocando o chão, as urgentes investidas de Joe.Apoiou as mãos no banco e se inclinou. Sentiu que o sangue lhe subia ao rosto. Ele se despiu, seu cinto caiu no chão com um baque. E então sentiu suas mãos nos quadris. 
— Já está molhada, Demi? Vou te foder agora. Isso é exatamente o que fiz a ela. Sem carícias, sem preliminares. Limitei-me a afundar meu pênis no seu interior e ela o acolheu. Pode fazer isso por mim, Demi? —Ela não disse nada, mas o certo era que suas palavras estavam fazendo que umedecesse. E então sentiu a grossa ponta de sua ereção separando os lábios do seu sexo. Encontrou certa resistência, mas empurrou devagar e deslizou no seu interior, encheu-a até que Demi pensou que talvez não estivesse preparada.
Entretanto, quando ele retrocedeu, desejou tê-lo de novo no seu interior. Joe se afundou de novo, com força, e ela ofegou. Voltou a retirar-se quase por completo, logo avançando de novo, estabelecendo um ritmo que a levou ao prazer. Seu corpo balançou com o dele e, embora se sentisse um pouco enjoada e seus braços sofriam a tensão da postura, soube que teria que se deixar levar até o orgasmo.As investidas de Joe se tornaram mais duras e rápidas e Demi recordou o que tinha pensado quando entrou e o encontrou ali aquela vez: que parecia haver uma fina linha entre o prazer e a dor. E nesse momento soube que isso podia aplicar-se na sua relação. Era uma fina linha e tinha que aprender a caminhar sobre ela, e não fugir.
— Oh, Meu Deus! — gemeu, ao sentir as vibrações no seu sexo que atravessaram o seu corpo, até que sua boca pareceu entoar um cântico de prazer.E então percebeu que as vibrações vinham de Joe e na próxima vez que gritou, ele também o fez, ao mesmo tempo, seus corpos se uniram num turbilhão de prazer maior do que os dois juntos.Sentado no banco, Joe observou como se vestia. Não fez nenhum gesto de vestir também a roupa e seu corpo nu a distraía. Ali sentado, com seus braços e seu torso bem esculpido, seu rosto de traços aristocráticos concentrados nela, apenas podia prestar atenção no que estava fazendo. Não deixou de dar umas olhadas, pensando que parecia uma obra de arte. Deveria ser ele a quem se fotografasse não quem estava atrás da câmara.Moveu os braços para trás para abotoar o vestido e Joe se aproximou, parou atrás e o fez por ela.
— Obrigada — disse.
— Espera, ainda não acabei. Pegou os jeans escuros que tinha deixado sobre uma cadeira e colocou a mão no bolso dianteiro.
— Vire-se — pediu. Sentiu que colocava algo frio e pesado no pescoço. — Muito melhor — decidiu.
Soube inclusive antes de tocá-lo que o cadeado voltava a estar no seu lugar. E também soube que aquele era seu lugar.

Capítulo 29

Capítulo 29

Como cada manhã, Demi despertou com o alarme de seu despertador, às sete e meia. Mas essa manhã descobriu Joseph Jonas dormido a seu lado. Ficou deitada enquanto a conversa da noite passada voltava a toda velocidade pela sua mente. 
Não tinham saído de seu quarto. Ao final, emocionalmente exausta, ela vestiu uma camiseta de alcinhas, uma calcinha e se meteu debaixo do cobertor. Joe se despiu, pendurou sua roupa com cuidado no seu apertado armário e só com os bóxers deitou-se a seu lado. Demi deitou-se olhando para a parede, como habitualmente fazia, e ele se aconchegou nas suas costas. Inclusive quando deslizou a mão por debaixo da camiseta e a deixou apoiada sobre sua fresca pele, ela soube que, pela primeira vez, seu contato não se tornaria sexual. Sabia que poderia ficar na cama a manhã toda, analisando a conversa e procurando algum indício ou pista que lhe dissesse o que deveria fazer. Mas não encontraria nenhuma.
A contra gosto, passou por cima dele, movendo-se com cuidado, até que pôde apoiar um pé no chão e logo o outro. Deu um pulo quando Joe esticou a mão e acariciou seu braço.
— Sinto tê-lo acordado — sussurrou.
— Aonde vai? — perguntou.
— Ao trabalho.
— Não vá — pediu.
— Tenho que ir — replicou. — Alguém tem que fazer.
— Eu também tenho que trabalhar hoje — resmungou, virando. Tinha uma barba por fazer e Demi sentiu o impulso de passar os lábios nela.
— Mesmo?
— Mesmo. Vou fazer umas fotos para W. Gostaria que não tivesse que fazê-lo. Sentiu uma onda de ciúmes ao imaginar às modelos desfilando em frente à sua câmera, enquanto seus olhos as devoravam e sua mente se centrava unicamente em encontrar o modo de converter sua beleza em arte. Mas não, pensou. Ele disse que quando as olhava pensava nela. Embora isso não importasse, lembrou se. Queriam coisas diferentes. Ele nunca lhe daria o que necessitava. Essa relação, ao final, só lhe faria mal. Assim, por que não acabar agora com ela?
— Tenho certeza que vai se recuperar — disse, enquanto pegava de uma vez sua toalha do gancho da porta. — Vou tomar banho — acrescentou. — Não quero que esteja aqui quando sair.
Entregou-lhe o iPhone, pendurou a toalha ao ombro saiu.

                                            ***
— Senti a sua falta, Lovato. O velho balcão de empréstimos não é o mesmo sem a sua dotada presença para a tecnologia — disse Liam.
— Obrigada... — respondeu Demi. Estavam reunidos no saguão de entrada, onde tinha sido convocado todo o pessoal para um ensaio da entrega do prêmio dos Young Lions. Margaret era a única ausente. Já havia dito a Demi que não tinha intenção de participar da festa de gala. "Nunca saio de casa depois das sete e meia da noite. E a festa de gala perdeu seu brio desde que faleceu o senhor Astor."
— E aqui, entre estas balaustradas, colocaremos a mesa para solicitar novos sócios — comentou Blanda. Usava um vestido de linho azul marinho apertado na cintura e um colar de pérolas. O cabelo caía solto sobre os ombros e, rodava pelo grandioso vestíbulo, nunca a tinha visto mais imponente e bonita. Demi imaginou-a nua e algemada, enquanto Joe lhe dava açoites na bunda...
— Demi, está entediada? — perguntou Blanda com os braços nos quadris. Ela se deu conta de que todo mundo a estava olhando.
— O que? Oh, sinto muito. Não ouvi a última parte.
— Disse que Liam e você estarão na mesa dos novos sócios. Já sei quão suscetível é com suas tarefas, Demi, mas deixe-me lembra-la, e que lembrar a todos, que atrair novos sócios é um objetivo vital neste evento. Dinheiro, dinheiro, dinheiro! O amor das pessoas pelos livros não será capaz de superar esta crise. "Como se soubesse algo do amor aos livros", disse-se Demi. E então a viu. A mensageira tatuada estava atravessando as portas centrais.
"Oh, não", pensou Demi. Virou-se com a esperança de que não a visse. Possivelmente a garota deixasse o pacote no balcão de devoluções. Possivelmente um dos estagiários assinasse a prancheta. Tampou o rosto com a mão, mas sentiu como Liam lhe dava uns tapinhas no ombro.
— Acho que tem visita — anunciou.
— Chiste — advertiu-lhe. Mas Liam estalou os dedos e fez sinais para a mensageira com a mão.
— O que estão fazendo? — perguntou Blanda, interrompendo-se na metade de uma frase para fulmina-los com o olhar.
— Ah, olá, está aqui. Hoje você está num lugar fácil — comentou a garota, enquanto se aproximava. Demi sentiu que os vinte empregados ali reunidos, mais o grupo de membros do conselho, viravam-se para olhá-la quando a mensageira lhe entregou um envelope. Horrorizada, apenas pode segurar a caneta para assinar.
— Hoje não tenho que levar nada, né? — comentou a mensageira.
Demi negou com a cabeça, desejando que Blanda continuasse falando em vez de olhar para ela fixamente e converter aquilo num espetáculo.
— Obrigado. Passe bem. — Demi não estava segura, mas pareceu que a garota dedicava um olhar coquete a Liam. Perguntou-se, se em algum momento, seu amigo se armou de coragem para falar com ela, depois de tudo. Colocou o envelope debaixo do braço. Temeu que Blanda a fizesse abri-lo, como uma professora severa, para dar exemplo do que teria que fazer com alguém que interrompia a classe. Por sorte, a única coisa que recebeu foi um olhar de desgosto.
— Ninguém nunca fica entediado com você, Lovato — murmurou Liam.

                                         ***
Demi fechou a porta do banheiro e se apoiou nela. Antes que pudesse abrir o envelope, ouviu que alguém mais entrava no banheiro. Puxou a descarga para disfarçar o ruído do papel rasgando.
Por favor, encontre-se comigo na Sala Jonas às seis. Suponho que ainda lembre onde é. J.
Demi rasgo o bilhete e o jogou no sanitário.
Maldição.
Tinha sete horas para tentar esquecê-la. "Às seis nem sequer me sentirei tentada de ir vê-lo — pensou. — Irei embora da biblioteca sozinha."
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Oi meninas sei que estou sumida, mas prometo que isso não vai acontecer sempre, estou meio enrolada com o pré vestibular
PS.: Queria divulgar o blog de uma amiga linda, tenho certeza que vocês vão amar todas as historias, são umas melhores que as outras http://jemienelenaparasempre.blogspot.com.br/
Beijos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Capítulo 28

Capítulo 28


Às seis e meia, Demi deslizou o cartão no apartamento 2020 do Four Seasons. Mas essa noite seria a única das instruções do Joe que seguiria. Dentro, o ar condicionado gelado a fez estremecer. Fechou a porta a suas costas.
— Olá? — disse, uma vez que entrava no salão. As flores cobriam virtualmente todas as superfícies, rosas, orquídeas, copos-de-leite, todas em vasos de vidro esculpido.Por uma vez não havia camareira a esperando para ajudá-la a se vestir e isso foi um alívio. Possivelmente Joe supunha que já podia fazê-lo sozinha.
Deixou a bolsa Chanel na banqueta cor de cereja da entrada e entrou no quarto. A enorme cama estava cheia de sacolas e caixas envoltas com laços de todas as cores. Demi deu meia volta e retornou ao salão. Sentou-se numa poltrona de camurça e começou a bater o pé no chão ansiosa.Agora tudo começava a fazer sentido Blanda arrancando das suas mãos o convite da galeria. Como olhava para Joe nas reuniões e como tinha se mostrando cada vez menos tolerante a respeito de qualquer atenção que Joe tivesse com ela. Estava claro que não só tinha tido algo com Joe, mas também, com ou sem noivo, Blanda ainda sentia algo por ele.
      A porta se abriu.
Joe entrou e sua surpresa foi evidente ao encontra-la sentada no meio da sala. O assombro no seu rosto foi provavelmente o primeiro momento de descuido que Demi viu nele e em outras circunstâncias esse gesto com toda segurança teria feito que lhe pegasse ainda mais amor. Mas não nesse momento.
— Por que não está vestida? — perguntou mais alarmado do que irritado.Claramente, foi bastante inteligente para saber que algo ia mau.
— Estou vestida — replicou e se levantou para atravessar a sala e ficar diante dele. — E vou. Só queria te dar isto.Colocou o pingente na mão. Ele abaixou a cabeça e a olhou como se a visse pela primeira vez.
— Não entendo — disse.
— Não, sou eu quem não entendia-o. Não dava conta de que o pingente era algo comum entre o pessoal feminino da biblioteca.
Seus olhos brilharam pela compreensão, mas rapidamente lhe dirigiram um sereno olhar neutro.
— Duvido que alguma de suas companheiras do balcão de empréstimos leve esta corrente— afirmou.
— Ah, não ficou sabendo? Já não estou no balcão de empréstimos. Fui rebaixada ao balcão de devoluções. Ao que parece, minha chefe não está muito contente comigo ultimamente. Tem alguma ideia por que poderia ser?
— Parece que você sim. Então por que não diz simplesmente o que tem na cabeça, Demi?
— Por que não me disse que tinha dormido com Blanda?
— Não falo de ex-amantes. E foi há muito tempo.
— Maldito seja, Joe! Não posso acreditar. Sinto-me tão estúpida... — Sentiu que os olhos se enchiam de lágrimas e virou-se para que ele não pudesse as ver. — Estivemos na cama falando durante horas ontem à noite e, mesmo assim, não sei por que, não pensou em mencionar isto? — Não tem absolutamente nada que ver com você, Demi.— insistiu ele, apoiando uma mão no seu ombro.
Mas ela não se virou. Em vez disso, manteve os olhos fixos nas janelas, das que podia ver o centro da cidade.
— Não me parece isso — sussurrou.
— Foi há muito tempo, Demi. E foi algo breve.
— Estava apaixonado por ela? — perguntou em voz baixa.
— Nunca estive apaixonado. Tudo isto não tem nada que ver com amor.
As lágrimas surgiram mais rápidas, mais do que ela demorava em enxuga-las. O corpo começou a tremer pelo esforço de não chorar.
Agarrou a bolsa e passou ao seu lado em direção à porta.

                                                 ***


O sofá de Selena estava cheio de lenços amassados e empapados.
—Sinto muito — chorou Demi— Estou deixando tudo feito um desastre.Pegou o último lenço da caixa.Selena se dirigiu ao armário do corredor e tirou outra caixa nova.
— Só precisa vê-lo objetivamente. O que eu disse desde o começo?Divirta-se e não espere mais nada. Olhe, agora tem roupas fantásticas e joias. Não posso acreditar que lhe devolvesse o presente.Ela negou com a cabeça.
— Não posso me divertir se não há nada mais, se não tem sentido. Posso te perguntar uma coisa? O que aconteceu com você e esse cara que você gostava de verdade? Justin ?
— Oh, isso. — Selena soltou o cabelo, o retorceu e voltou a prendê-lo de novo antes de falar: — Ele não queria ter uma relação "exclusiva". A questão é que no começo eu me sentia péssima, mas logo pensei que a melhor forma de enfrentar isso era me mantendo ocupada.
— Com outros rapazes.
— Bom, sim. Dessa forma não pensava nele, nem ficava muito necessitada. Quando estava com outros caras, não me perguntava onde estaria Justin ou o que estaria fazendo. Pelo menos, não tanto como o teria feito se tivesse ficado sozinha em casa. Mas então ele descobriu o Nick e mais outro cara e ficou irritadíssimo.
— Mas ele sabia que estava vendo outras pessoas? — Demi decidiu ser mais comedida em vez de ser mais exata e lhe perguntar: "Sabia que estava dormindo com um rapaz diferente a cada semana?".
— Sabia que em teoria eu podia ver outros meninos, assim é como ele queria que fosse a nossa relação. Mas quando se deu conta de que eu estava fazendo realmente, ficou louco. Embora ele estivesse saindo com uma garota, Amanda Donovan, que minha amiga Sherry conhece pelo Spence.
— Que hipocrisia! — afirmou Demi.
— Totalmente! Os homens podem atacar a torto e a direita, mas não receber. Assim ele ficou furioso e me disse que acabou.
           Soou o interfone.
— Pediu alguma coisa para comer? Porque estou morta de fome
— perguntou Selena.
— Não, — respondeu Demi. — Não pedi nada. — E em seguida, para prevenir-se de que provavelmente seria Joe, disse rapidamente: — Não atenda. —Selena assentiu devagar enquanto seguia a direção de seus pensamentos.
— Então, não está em casa? —perguntou enquanto se aproximava do interfone.
— Exato. Não estou — assentiu Demi. — De fato, nenhuma das duas está. Sua companheira levantou os polegares e deu as costas ao interfone. Voltou a sentar-se no sofá.Mas então bateram na porta.As duas se olharam.
— Que merda — articulou Selena sem emitir nenhum som.
— Alguém lhe abriu a porta — sussurrou ela.
—Sei que está aí, Demi — gritou Joe do corredor. Sua voz soou forte, mas calma.Ela se meteu debaixo da mesa de jantar.
— Que demônios está fazendo? Ele tem visão de raios X? Vá para o seu quarto. Vou dizer a ele que está dormindo.Demi correu para o quarto e fechou a porta. Em seguida apoiou a cabeça nela e encostou a orelha direita à madeira, mas não pode ouvir nada, porque as paredes eram maciças. Malditas construções anteriores à guerra! Um forte golpe na porta a fez dar um salto para trás.
— Demi, eu não vou até que fale com você. Maldita companheira de apartamento! Como podia ser tão fácil de usar? Abriu a porta do seu quarto. Joe entrou como se tivesse estado ali dezenas de vezes. Aparentemente, era a única que estava desconcertada ao vê-lo em seu apartamento. Na verdade, parecia que ela estava sonhando acordada.Ele fechou a porta e ela recuperou o equilíbrio sentando-se na cama de solteiro.
— Este lugar é pequeno — ele comentou. Ela assentiu.
— Demi, me escute. O que aconteceu com Blanda foi há muito tempo. Agora ela está noiva e vai se casar. Já sabe.
Ela voltou a assentir.
— Acho que eu pensei... Para mim isto é tão intenso... Eu achava que era especial. Não sabia que fazia com todas. A ideia de Blanda no apartamento do Joe atando-a, tocando seu corpo nu... dela tocando-o a enojou. Levantou-se e deu-lhe as costas, mas ele apoiou as mãos nos seus ombros, e a fez virar-se com delicadeza sentar-se na cama, a seu lado. Então passou os braços a seu redor.— Demi, o modo como estamos juntos, as coisas nas que ensinei a você, não são exclusivas nossa. Assim é como sou sexualmente. E conheci outras pessoas, mulheres, que são como eu. Existe uma espécie de comunidade — explicou-lhe.
— Uma comunidade — repetiu Demi.
— Sim, a falta de uma palavra melhor. Conheci Blanda através de um amigo que também participava disto.
— O que quer dizer?
— Refiro-me que não são todas as mulheres com quem estou, que introduzo nisto. Conheci algumas que sabem seu papel como submissas, têm seus limites estabelecidos e entramos numa dinâmica fácil que se adapte a ambos.
— Blanda? Demi tentou visualizar a sua dominadora chefe, arrogante e irritável sendo submissa no quarto. Só podia imaginá-la empunhando o chicote, não se curvando a ele.
— Sim. Nós nos conhecemos através de um amigo em comum, nos divertimos e depois continuamos sendo amigos.
— Amigos — repetiu Demi, aturdida.
— Sim. Acredito que estar comigo, ver meu interesse pela biblioteca, fez que aceitasse o trabalho. Demi mal podia processar a informação. Era como assistir toda a sua vida em Nova Iorque através de um caleidoscópio que transformava tudo em um milhão de fragmentos de cor.
—Pegou este trabalho por você — disse.
— Não, por mim não. Estava procurando algo que fazer depois que seu cargo desaparecesse na Ralph Lauren. Eu sabia que necessitavam de alguém na biblioteca...
— Bom isso explica muitas coisas — comentou Demi. Joe não mordeu a isca, embora se o tivesse feito, teria lhe dito que era evidente que para Blanda dava valor igual aos livros ou a biblioteca, que para ela era um mero passatempo até o casamento ou até que aparecesse outra coisa. E então lhe veio outro pensamento à cabeça, um doloroso que a impulsionou a fazer uma pergunta cuja resposta não desejava saber realmente.
— Fotografou-a alguma vez? — perguntou em voz baixa. Joe a olhou diretamente nos olhos.
— Sim — respondeu. Demi fez uma careta de dor, como se a tivesse golpeado. Assim tinham feito algo que ela, Demi, não fez e não poderia fazer, com ele. A sua relação física poderia fazer parte do passado, mas Blanda sempre a superaria nisso. E uma vez que o pensava, e uma vez que já sofria por isso, sabia que era irracional. Mas não pôde evita-lo.
— Deu-lhe a bunda? — perguntou.
— Não fale assim. Não soa bem vindo de você.
— Deu?
— Não, — respondeu. Ela sentiu-se aliviada. E foi então quando se deu conta de que tudo aquilo não poderia ser nunca só diversão para ela, não seria capaz.
— Demi, me escute. Estive fotografando mulheres desde os meus dezessete anos. Eu tenho dormido com mulheres desde os quinze. Tive infinidades de amantes, alguns habituais, e outras que conheci através do mundo BDSM, onde um se... envolve mais. Mas nunca senti com ninguém o que sinto quando estou com você. Nunca introduzi ninguém neste mundo.
— Por que não?
— Não quis. E, no começo, quando vi você, tampouco planejei fazê-lo. Pensei que era linda e que parecia um pouco perdida e, não quero ser grosseiro, mas tive um intenso desejo por você como uma conquista. Então quando falei com você aquele dia depois da reunião dos Lions, soube que não me bastaria com isso. Ela respirava depressa e sentiu que as lágrimas voltavam.
— E agora o que? — perguntou.
— Agora volta comigo para o Four Seasons e vamos continuar com a nossa noite. Levantou-se e se dirigiu a penteadeira e começou a brincar com a escova do cabelo.
— Quero dizer, onde é que isto nos leva? Minha chefe me odeia cada vez mais, assim meu trabalho é um desastre. E nós continuamos com a nossa relação física até que alguma nova conquista te chame mais a atenção e eu fique... destroçada.
— Demi, o que é tudo isto? As coisas estão realmente ruins no trabalho? Falarei com Blanda.
— Não! — gritou, enquanto se virava. — Não. Não faça nada.
— Blanda é só uma amiga. Não estive com nenhuma outra mulher desde a nossa primeira noite juntos.
—Não? — O certo era que sua ingenuidade chegava a tal ponto que nem sequer lhe tinha passado pela cabeça a ideia de que pudesse estar vendo outras mulheres.
— Não, — repetiu, como se esse fato o assombrasse. — Não posso,
e nem quero fazê-lo. E isso nunca me aconteceu antes — acrescentou.
— Não vê o quanto estou obcecado por você? Assim, a mecânica do que fazemos no meu apartamento, naquele quarto, não é exclusiva nossa. Mas como me sinto em relação a você sim. —Ela assentiu, tentando processar tudo o que estava dizendo e conciliá-lo com suas próprias dúvidas e preocupações. E por muito que desejasse fazer o que ele sugeriu, irem juntos e continuar com sua noite, não podia.
— Acho que você tem que ir.
— Por quê?
— Não posso continuar a fazer isto — respondeu. E começou a chorar brandamente.
— Demi — insistiu ele. — Não tem que fazer nada. Mas não vou embora. Olhou-o assombrada. Apertava a mandíbula, mas seus olhos a fitavam com ternura.
— Não te convidei para ficar — replicou.
— Está certo, perguntarei se posso ficar. Nem sequer temos que falar se não quiser. Esboçou um sorriso vacilante. Ela resistiu ao impulso de devolve-lo.
— Eu quero falar — disse. —Mas de coisas que são reais. Este assunto sobre Blanda me fez perguntar o que mais não sei de você.
––Demi, a única coisa que precisa saber de mim: eu estou total e completamente deslumbrado por você. Não pude evitar que escapasse um pequeno sorriso, bem pequeno.
— Deslumbrado? Eu nunca tinha ouvido alguém usar esta palavra.
— Eu não sei que de outro modo posso descrevê-lo — admitiu.
— Normalmente, consigo manter minha vida muito bem organizada. Tenho meu trabalho e meus amigos e também minha via de descarga sexual. O sexo é somente sexo. Mas com você é diferente. Penso em você a todo o momento. Estava tentando fotografar uma mulher a trabalho outro dia e a única coisa que eu conseguia pensar era que se fosse você, eu a faria em preto e branco, e você jogaria os cabelos para trás, para que seus grandes olhos dominassem a imagem. Estou impaciente para ir as reuniões da biblioteca só para ver você do outro lado da mesa na sala do conselho. Sempre está comigo, Demi. E fico pensando que se eu foder com você de novo ou fizer qualquer outra coisa com você, vou estar satisfeito. Mas eu nunca tenho o suficiente de você
— Diz como se fosse algo ruim — observou ela.
— Não é que seja ruim, é que não é o que quero. Sentiu uma desagradável sensação no estômago.
— O que quer?
— Sinceramente? Só a parte do sexo. Só... sexo sem complicações.
Demi assentiu devagar, tentando não perder a calma.
— Isso não vai funcionar para mim — admitiu. Joe a abraçou e essa ternura fez com que fosse impossível conter as emoções. Chorou e ele a estreitou mais forte.
—Me deixa ficar com você esta noite? — pediu depois de um momento. Demi assentiu contra seu ombro, molhando sua camisa com suas lágrimas.
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Hey meninas cumpri com o prometido, quero saber o que vocês acham que vai acontecer, a Demi vai conseguir deixar o Joe? E será que Joe vai deixar a Demi ir?
PS.: Gente vocês viram que dddelicia vai fazer uma tour com o gostoso do Nick? Estou rezando para eles virem para o Brasil e já to começando a passar fome para juntar money.

Capítulo 27

Capítulo 27
Demi viu a mensageira tatuada no outro extremo da sala. A garota foi direto ao balcão de devoluções fazendo bolas com o chiclete.
— Trocou de lugar — comentou.
— Sim — assentiu.
— Mas encontrei você do mesmo jeito — afirmou ela.
— Isso parece.
— Isto é para você. E preciso que assine. Demi pegou a grande caixa preta envolta com um amplo laço de cetim branco e deixou-a no chão. Assinou a folha que a garota lhe entregou e esperou que ela partisse.
— Há algo mais? — perguntou Demi.
— Parece que tem que me dar algo para entregar a ele.
— Do que está falando?
— Não sei — respondeu a garota e fez estalar a bola tão forte que alguns visitantes da biblioteca olharam-nas. — O cara disse que quando abrisse a caixa entenderia.
— Oh, Senhor! Tem que sair. Não quero que minha chefe veja isto.
— Esse cara dá umas gorjetas muito boas. Não irei.
— Bem. — Demi suspirou, desatou o laço e abriu a caixa. Dentro, sob uma nuvem de seda branca, encontrou uma reluzente bolsa preta Chanel de couro acolchoado, com o grande logotipo do duplo C de cada lado. As argolas douradas tinham couro onde deviam descansar no seu ombro. Havia uma nota presa a ele.

Minha queridíssima D,
Feliz aniversário. Odeio chegar tarde, mas neste caso nós dois sabemos que não tive muita escolha. Espero que o presente te pareça útil. E como não desejo deixar isso ao acaso, dei instruções à pessoa que está entregando isso que recolha essa horrível bolsa de lona que usa e que me traga isso. Na Chanel me asseguraram que está bolsa é mais que suficiente para carregar todos seus livros. Dentro do bolso interior está sua chave do apartamento do Four Seasons. Sua roupa para esta noite e seu verdadeiro presente de aniversário estarão te esperando ali quando acabar de trabalhar. Até então. J.


— Podemos ir mais rápido com isto? — pressionou a mensageira.
Demi tinha esquecido que ela estava ali.
— OH, sim... — respondeu. Pegou a desgastada bolsa OldNavy e esvaziou o conteúdo no chão, a seus pés, para que a garota não pudesse ver o que estava fazendo. Em seguida a entregou. Sentiu uma pontada de nostalgia por sua velha bolsa, embora sem dúvida não o merecesse.
— Isto é o que acredita que devo entregar? — perguntou a mensageira enquanto sustentava a bolsa como se pudesse ser infeccioso.
— Sim — respondeu Demi. — Isso.

                                             ***

Demi e Margaret encontraram uma mesa no Bryant Park, uma exuberante extensão de grama verde de trinta e seis quilômetros quadrados, com quiosques de comida, mesas e cadeiras, e inclusive um carrossel, tudo situado entre a Quinta e a Sexta Avenida, no limite oriental da biblioteca.
— Isto é tão maravilhoso. Por que não viemos comer aqui antes?
— perguntou Demi. Sem dúvida era maravilhoso e seria ainda mais se a cadeira de metal não lhe cravasse no seu ainda sensível traseiro.
— Antes era uma joia. Agora está abarrotado de turistas por todas essas tolices. Festivais de cinema, semanas da moda... Tudo o que pode e não haver. Eu o considerava parte da biblioteca, mas agora não mais. Embora debaixo de todo este parque se encontram os arquivos subterrâneos.
— Arquivos da biblioteca? Não pode ser.
— Sim — assentiu Margaret enquanto abria a marmita com sua salada de frutas. — Começamos a ficar sem espaço nos anos oitenta, embora já tínhamos mudado muitas coleções a outros edifícios. Assim a solução foi criar milhares de metros quadrados de espaço para armazenagem por baixo do parque. Está conectado com a biblioteca através de um túnel de quase vinte metros de comprimento.
— Assombroso! — exclamou a garota, uma vez que olhava a seu redor. — E esse carrossel é tão encantador.
— Você acredita? Sigo sem poder me acostumar.
— É novo?
— Sim. Construíram-no faz dez anos. — Margaret entreabriu os olhos. — Um pingente interessante — comentou, enquanto contemplava o cadeado da Demi.
— Oh, obrigada — respondeu ao tempo que o tampava com a mão, inibida.
— Blanda tinha um igual — comentou a mulher. Demi a olhou atônita. Quando foi capaz de voltar a falar, quase gaguejou.
— Nunca o vi.
— Faz muito tempo. Mas antes o levava sempre. Depois deixou de fazê-lo. Ela demorou abrindo a garrafa de água com a cabeça encurvada, para que o cabelo ocultasse seu ardente rosto.
— Está bem? — interessou Margaret.
— Sim... faz calor aqui fora. Possivelmente comer atum não foi a melhor ideia. Sinto muito.
— Demi, me diga o que acontece. Ela vacilou um momento, mas a dor que estava sentindo era muito grande para guardar para si mesmo.
— Estive... vendo alguém — disse devagar. Margaret assentiu encorajando. — E me deu de presente este pingente. Tem um significado para ele... para nós. Também conhece a Blanda e o fato de que ela usasse o mesmo pingente não pode ser uma coincidência.
— Blanda está comprometida e vai se casar. Está dizendo que acredita que ela também está saindo com seu amigo? Essa ideia fez que revirasse o estômago.
— Não... agora não. Deus, não. Mas em algum momento no passado, possivelmente — levantou-se, sentia-se enjoada pelo calor, o repentino movimento e as espantosas imagens que estavam passando pela sua cabeça. — Tenho que falar com ele — decidiu
— Demi, todo mundo tem um passado. Possivelmente seja difícil de compreender com a sua idade, mas tem que ver as coisas em perspectiva se é verdade.
— Está certo, talvez. Mas eu não deveria ser informada assim. Ele deveria ter me dito. Não é assim que se supõe que funcionam as relações? Falar sobre as coisas.Margaret assentiu, reconhecendo que tinha razão.
— Mas Demi, se me permitir isso, se informe dos fatos antes de agir impulsionada pela emoção. Como mulheres, frequentemente esquecemos o quão importante é isso e logo fazemos e dizemos coisas das quais nos arrependemos.
— Se o que estou pensando é certo, e parece que o é, a única que me arrependerei é de me ter metido nesta situação, isso só para começar — replicou ela.

domingo, 25 de outubro de 2015

Capítulo 26

Capítulo 26

Sentiu todo seu corpo tenso e soube que o que aconteceria a seguir não seria tão ruim quanto a antecipação. Apertou o bumbum, porque odiava tê-lo tão exposto. Foi surpreendida por um som alto, como um explosivo. Voltou a ouvi-lo e se deu conta de que era alguma coisa que batia no chão a alta velocidade. E então sentiu que o seu bumbum era golpeado causando-lhe uma dor rápida e aguda que não se parecia com nada que tivesse sentido até o momento. Ofegou e voltou a senti-lo, tão rápido que mal teve tempo de recuperar-se do primeiro golpe. E outra vez. 
— Quer que eu pare, Demi? Pode falar.
— Não, — respondeu.
— Boa garota. 
E outra vez. Sua mente acelerou, tentando descobrir o que estava acontecendo e se deu conta de que devia estar usando algum tipo de chicote. A ideia fez que a dor piorasse. Joe a golpeou mais duas vezes. Ela engasgou, incapaz de permanecer em silêncio. Preparou-se para mais, mas não aconteceu nada. Ficou tensa esperando, a pele do bumbum e da parte posterior das coxas ardia.
— Eu vou te dar um tempo para pensar no que fez de errado.
Então ouviu-o saindo do quarto. Saber que não estava ali para golpeá-la não fez que relaxasse. A solidão e não saber quando retornaria eram sensações tão ruins como a dor física, possivelmente pior. A ardência na pele reduziu levemente, mas sabia que quando se movesse, retornaria com toda a intensidade. Embora, no momento, era mais consciente da tensão nos ombros e braços. Virou a cabeça para outro lado para que não retesasse o pescoço. Desejou poder ver o que cercava-a naquele quarto. Se havia móveis ou o que quer que houvesse, teria alguma pista do que aconteceria no futuro. Mas provavelmente era isso o que Joe não queria. Voltou a colocar a cabeça na posição anterior. Moveu as pernas. Sua mente divagou e imaginou o que poderia fazer mais tarde, depois do Quarto. Usaria a língua? As mãos? Será que a excitaria antes de oferecer seu membro? A porta se abriu. Demi se esticou. Teria que suportar mais o Quarto? Se ele tivesse continuado, ela teria aguentado. Mas agora, depois de ter parado, custaria a se concentrar, porque seu corpo já estava pedindo a gritos para foder. Era embaraçoso, mas certo. Se deslizasse as mãos entre as suas pernas, sentiria que estava úmida, sem nenhuma dúvida.
E então notou suas mãos, mas não no seu sexo. Joe esfregou com delicadeza as zonas sensíveis da pele que tinham sido castigadas. Liberou os pulsos e, quando a ajudou a se levantar, sentiu-se tonta. Apoiou-se nele com os olhos ainda vendados e saiu cambaleando a seu lado no corredor. Ouviu que fechava a porta e sentiu que suas mãos se moviam por atrás de sua cabeça e desatava a venda.
Demi virou-se para olhá-lo. Tinha os olhos escuros brilhantes, as bochechas coradas. Ele pegou o rosto entre as mãos e a beijou nos lábios com ternura. Demi abriu a boca para ele e grudou o seu corpo ao dele. Descaradamente, pegou-lhe a mão e a colocou entre as pernas.
— Espera — sussurrou e a levou até o quarto, onde, com delicadeza, ajudou a deitar-se na cama. Ela estendeu a mão para ele.
— Relaxe — disse ele.
Demi observou como se despia e sua excitação aumentava. A visão de seu membro deu vontade de usar a boca com ele. Pensou em dizer-lhe, mas não se atreveu a dize-lo em voz alta. Joe deitou ao seu lado e percorreu com a mão do rosto até os seus seios. Colocou um mamilo na boca e sugou com delicadeza. Ela se contorceu ao sentir a familiar palpitação entre as pernas. Descendeu até o umbigo deixando um rastro de beijos até que a boca se abateu sobre seu sexo. Sentiu o calor de seu fôlego e então a grata pressão de sua língua sobre o clitóris.
— Joe — gemeu e o agarrou seu cabelo. Abriu ainda mais as pernas e levantou a pélvis. Estava sendo descarada e não se importou. Ele moveu a língua sobre ela, provocadora, leve e ligeira como as asas de uma borboleta. Demi cravou os calcanhares na cama. Justamente quando parecia que não poderia suportar mais, enfiou a língua no seu interior.
— Sim — exclamou ela presa a sua boca, moveu-se com ele enquanto ele a fodia com a língua. Quando acariciou o seu clitóris com o polegar, o prazer a atravessou com força, tão intenso que competiu com a dor do chicote.Sentiu que todo seu corpo se esticava, então a liberação com o explosivo orgasmo quase a fez derreter-se.
— Vire-se — ordenou e, uma vez que estava de bruços, fez a ficar de joelhos, de quatro. Acariciou o bumbum com a palma da mão e logo o abriu. Demi resistiu ao impulso de perguntar o que estava fazendo e então ele disse:
— Vou te foder por aqui.
— Por onde? — perguntou ela. Então ouviu que pegava a camisinha e alguma coisa mais. Joe enfiou o preservativo e começou a lubrificar o ânus com algo frio, como geleia. Ia dizer que não era boa ideia, que não funcionaria, mas como tudo que ele tinha feito, disse-se que seguiria até onde o fosse possível sem detê-lo.
— Relaxe — disse ele e Demi repetiu mentalmente a ordem.
Ela sentiu a pressão de seu pênis, que quase abriu seu caminho forçando por onde ela achava que não poderia avançar. De algum modo, seu corpo, que apenas tinha deixado de vibrar pelo orgasmo, resultou surpreendentemente flexível. Estava dentro dela e era estranho, mas não insuportável. Não sabia o quanto ele introduziu e teve medo de perguntar se por acaso a resposta era que ainda não tinha acabado. Porque sentia que não poderia suportar mais. E, no entanto, o membro dele seguiu avançando sempre muito lentamente. Joe deslizou a mão para frente para acariciar seu sexo e então seu corpo lhe permitiu avançar mais.
— Está bem? — perguntou.
— Sim. Começou a mover-se ritmicamente no seu interior, com delicadeza. A sensação era estranha, nem boa nem má. Era como se seu corpo estivesse confuso, pego entre sinais de prazer e dor. Com cada investida, a cada segundo que passava, sentia que poderia ir a uma direção ou outra. Mas de alguma forma, os movimentos calculados de Joe a mantiveram aí, bem no centro das duas sensações opostas. Prazer, dor, prazer... até que seu sexo foi acariciado com a mão para assegurar-se de que a balança caía na direção certa.
— Demi — sussurrou e então emitiu um som que não tinha ouvido até esse momento e investiu com mais força. Ela mordeu o lábio, dizendo-se que não iria mais rápido. Mas o fez e justamente quando tinha alcançado seu limite, Joe gritou e, embora não sentiu seu orgasmo do mesmo modo que sentia normalmente, percebeu a intensidade de sua liberação. Saiu de seu interior devagar e os dois ficaram deitados de barriga para cima, um ao lado do outro, respirando com dificuldade. 
— Não tinha planejado fazer isto — reconheceu. — Mas ao ver você... te desejo tanto... desejo tudo de você, de todas as formas possíveis. E sinto que não consigo-o nunca. Nunca sinto que tenho o suficiente.
— Você diz como se fosse algo ruim — replicou Demi, enquanto pensava que ela também se sentia como se nunca tivesse bastante dele. — Não é ruim — comentou. — É que não é ao que estou acostumado. Atraiu-a para ele e a estreitou com tanta força que pareceu que não a soltaria nunca.

                                                   ***

— Por que você não me disse que sua mãe vinha visita-la? — perguntou Joe. Demi estava deitada sob seu pesado edredom, aconchegada com a cabeça apoiada no seu ombro. 
Era de madrugada, ou na primeiríssima hora da manhã, para ser mais exatos. Demi tinha dormido um pouco e, quando despertou, descobriu que ele a abraçava. Joe disse que voltasse a dormir, mas ela respondeu que despertou.
— Uma vez que durmo, se voltar a despertar, demoro no mínimo uma hora a voltar a pegar no sono. Joe disse que ele também ficaria acordado. Para Demi este gesto de intimidade a surpreendeu e não estava segura de como interpretá-lo. De algum modo, sentia que a intensidade do sexo que tinham compartilhado os tinha aproximado mais, embora só fora por essa noite.
— Nem me ocorreu te dizer que minha mãe viria me ver— respondeu com sinceridade. — É algo tão... afastado dessa parte da minha vida.
— O que eu disse foi a sério; quero saber tudo de você.
Demi não pôde reprimir um sorriso, embora tampouco soubesse como interpretar essa afirmação. Era outro modo de exercer seu controle? Ou um sinal de que desejava mais de uma relação?
— Como o que? — perguntou.
— Começa com sua mãe. Como é? O que fez com ela esta noite?
Demi sabia que o problema importante e óbvio que se enfrentavam era por que sua mãe tinha vindo visita-la. Se não dissesse que era seu aniversário e ele o descobrisse mais tarde, ficaria furioso.
Odiou dizê-lo, como se fosse algo importante ou ele tivesse que preocupar-se.
— Saímos para jantar porque é meu aniversário — reconheceu.
Joe se ergueu sobre os travesseiros e ela se moveu para erguer-se a seu lado.
— Hoje é seu aniversário?
— Bom, tecnicamente, foi ontem.
— Se soubesse que estava me escondendo essa informação, teria recebido mais dez chicotadas — advertiu, embora sorrisse ao dizê-lo.
— Não é para tanto — respondeu ela.
— Serei eu quem decide isto. Embora não há muito que possa fazer a respeito no meio da noite ou já quase de manhã. Então, sua mãe veio à cidade por seu aniversário. São muito unidas?
Demi vacilou um momento.
— Sim — reconheceu. — Suponho.
— O que significa isso?
— Bom, em casa estamos só nos duas. Meu pai morreu de um ataque ao coração quando eu tinha oito anos. Assim é obvio que estávamos unidas. Mas agora que estou longe dela e que começo a ver as coisas de uma certa distância, acredito que ela dependia muito de mim. — Continua sendo assim?
— Mudei para Nova Iorque, assim... não. Não estou mais disponível para minha mãe como estava antes. Mas acredite, sinto-me culpada por isso. Sinto me culpada todos os dias.
— Não deve — afirmou com uma veemência que a surpreendeu.
— Não posso evita-lo. Lembra quando me perguntou por que não tinha um celular? Disse a você que não queria tê-lo ou algo assim. Mas o certo é que não quero que ela possa me chamar a qualquer momento.Disse a mim mesma que me desfazia do telefone para economizar dinheiro, mas na realidade tentava me desfazer dela.
Sentiu que começava a tremer.
— Demi — disse ele e beijou-a na testa. — Está tudo bem. Os pais podem ser... Bom, faz mais de dez anos que não falo com meu pai.
Ela se afastou um pouco para poder olhar para ele. Tinha um olhar ausente.
— Não? Por que não?
— Tivemos uma briga — respondeu num tom de voz que não animava a continuar a falar disso.
— E sua mãe? Vacilou um momento, apenas o suficiente para que Demi não o notasse. Mas notou-o.
— Morreu quando eu estava na universidade — respondeu se erguendo de uma vez. Imediatamente, ela lamentou ter feito essa pergunta, porque desejava que a abraçasse de novo. Depois de um breve silêncio, Joe se virou e perguntou: — De quem herdou esses grandes olhos azuis?Demi sabia que estava mudando de assunto de propósito e cedeu com um leve sorriso.
— De meu pai.
— Eu queria que me deixasse te fotografar. Mata-me que não me deixe. Agora foi ela que se afastou.
— Já te disse isso, odeio ser fotografada. De qualquer forma, desde quando me pede permissão para fazer alguma coisa?
— Fotografar alguém é muito similar a dominá-lo: se a outra pessoa não estiver disposta, os resultados são bastante terríveis.
Demi assentiu. Gostaria que pudesse dizer-lhe que desejava tentar, mas não podia. Agora foi ela que mudou de assunto.
— E a quem você se parece? — perguntou.
— A mim mesmo — respondeu e a beijou.
— Falo a sério — disse, separando-se. — Não me obrigue a procurar no Google — brincou.
O rosto do Joe se escureceu.
— Se houver algo que deseje saber, não posso impedir que bisbilhotei e. Mas a única que precisa saber sobre mim é que te adoro.Voltou a abraça-la e Demi não disse nenhuma palavra mais.
Sua adoração era tudo que precisava. Ao menos no momento.
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Oi meninas resolvi postar para vocês ficarem felizes,beijos.
PS.: Por que a Demi é tao linda assim cara, não tem explicação ela para mim é mais linda que Megan fox hahaha

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Capítulo 25



Capítulo 25


— Não posso recordar a última vez que desfrutei de uma refeição completa — comentou sua mãe, enquanto a olhava por cima do cardápio do Kellari, um restaurante grego a duas quadras da biblioteca.
— Não tem sentido cozinhar para uma pessoa sozinha. É bastante desconcertante não tê-la perto, Demi.
Ela dedicou um tenso sorriso enquanto percorria o restaurante com o olhar. Era um espaço bonito e acolhedor, de tetos curvados com vigas de madeira. Ela se lembrou que era seu aniversário e que sua mãe estava ali para comemorar com ela.
— Não deveria deixar de cozinhar só porque eu não estou em casa, mamãe. Reduza as porções e faça o que sempre faz.
— Não é a mesma coisa — replicou a mulher. Caíram num silêncio que só se viu interrompido quando o garçom se aproximou para tomar nota.
— Começarei com a tradicional salada grega — comentou Demi. — E depois comerei o camarão rosa gigante grelhado. Devolveu o cardápio. O garçom sorriu e olhou com expectativa à mãe de Demi.
— Todos estes peixes são grelhados? — perguntou a mulher, apontando a página do cardápio de peixes.
— Sim, senhora.
— Não sei o que pedir. O que sugere, Demi? Há alguma diferença entre estes peixes? Lavraki... Pompano...? Todos são peixes brancos, não?
— Se quer algo suave... — O garçom começou a recitar a descrição de todos os peixes um a um e Demi soube que o pobre homem estava perdendo o tempo.
— Deixa que escolho por você, mamãe — sugeriu. — Comerá a salada grega para começar e o linguado de Dover.
— Muito bem, senhora. O homem pegou os cardápios e se retirou.
— Eu pensei que provavelmente me mostraria a biblioteca antes do jantar. Acreditei que essa era a razão pela que tínhamos escolhido um restaurante nesta área. De fato, no começo Demi tinha planejado levar a sua mãe na biblioteca para acostumar-se. Mas a ideia de que pudessem topar-se com Blanda ou, pior ainda com Joe a fez mudar de ideia.
— Bom, já sabe, mamãe, eu passo o dia todo trabalhando lá e às seis estou ansiosa por sair. A mulher assentiu.
— No final das contas, é só um trabalho, não? Não importa o quanto seja impressionante o edifício. Assim depois de tudo, poderia ter ficado na Filadélfia, não acha? Não há nada de mágico em Nova Iorque. Na hora Demi pensou em Joe e corou. Por sorte, sua mãe não percebeu.
— Eu gosto de Nova Iorque. Sinto não ter mostrado a biblioteca.
Por que não troca de planos e em vez de voltar para casa depois do jantar passe a noite aqui e eu a mostro pela manhã?
— Sabe que seria incapaz de dormir aqui, Demi. Muito ruído, toda essa aglomeração de gente...
— Mamãe, não haverá ruído nem aglomerações num quarto de hotel. — De novo pensou em Joe e no Four Seasons. Sacudiu a cabeça levemente para limpá-la da me te. — Eu sugeriria que ficasse comigo, mas o apartamento é pequeno e minha companheira...
— Tudo bem, Demi. Você me mostra a biblioteca em outro momento. 
 Mas, como sempre, sentia que estava falhando. A necessidade que sua mãe tinha dela era entristecedora. Por isso nunca tentou solicitar a admissão em universidades fora da Filadélfia e não foi viver no centro da cidade enquanto estudava na Drexel, mas sim ficou com ela nos subúrbios. E se houvesse uma biblioteca na Filadélfia que pudesse competir com a Biblioteca Pública de Nova Iorque, provavelmente continuaria vivendo ali.
Pensou em como seria diferente se seu pai estivesse com elas ou se sua mãe tivesse saído com outros homens e iniciado um novo relacionamento. Mas era como se depois da morte de seu pai, ela tivesse renunciado a ter uma vida. O problema era que esperava que Demi fizesse o mesmo. E ela não se deu conta do quanto a havia mimado até esse momento, esse momento em que finalmente tinha um pouco de distância. Se sua mãe tivesse vindo vê-la para tentar fazer que se sentisse culpada e que voltasse para casa, perdia o seu tempo.
O telefone vibrou e ela tentou olhar discretamente.
— O que é isso? Um celular? Você não me disse que tinha um celular novo. Por que tenho que ligar para o apartamento ou a biblioteca se poderia ligar direto para você no seu celular? Qual é o número? 
Demi olhou a mensagem. 

Estou enviando o carro para busca-la. J.

Ops. Demi respondeu.

Não estou em casa.
Demi, estou falando com você. Qual é o número do seu celular?
— O que? O... é do trabalho. Eu não posso dar o número.
— A biblioteca que paga isso?
— Sim, exatamente.

Vou ter que ir salvá-la de novo? J.

Demi respondeu:

Ah, se pudesse! Mas nem você pode me salvar de um jantar com minha mãe.

O garçom chegou com as saladas.

Não me disse que estaria ocupada esta noite. Isso é inaceitável.

Vou castiga-la por isso. J.


Demi cruzou as pernas.

— Está sendo muito rude, Demi.
— Desculpe. — Deixou o celular em cima do guardanapo de tecido que cobria lhe o colo.Sua mãe a olhou com receio.
— Há algo que não está me contando? Conheço-te, Demi. Está acontecendo alguma coisa.
— Não está acontecendo nada — respondeu ela rapidamente.
— Está saindo com alguém? Não perca tempo com todas essas tolices. Deixou me para trabalhar, assim espero que você esteja concentrada no trabalho.
Demi removeu a salada com o garfo.
—Terei que começar a sair com rapazes m algum momento, mamãe. Você conheceu papai quando tinha minha idade. Ou quase.
— E olhe aonde me levou.
Ela não tinha nem ideia do que queria dizer com isso e não queria sabe-lo.
— Vocês dois pareciam felizes, mamãe — insistiu melancolicamente.
— Até que me abandonou.
— Ele não te abandonou. Morreu. Por Deus santo!
— O resultado é o mesmo. Eu estou tentando dizer, é que você tem que cuidar de sua própria vida. Agora você revira os olhos, mas vai agradecer depois. Não se descuide.

                                        ***

Demi estava nua no meio do Quarto, como ela tinha começado a chamá-lo.Assim que chegou ao apartamento do Joe, este ordenou-a que despisse. Ela ficou em pé na frente dele, só com o pingente de cadeado e depois a levou até esta sala. Vendou os seus olhos antes de fazê-la entrar.Ali estava fazendo frio e sentiu que os seus mamilos endureciam.
Ela se perguntou se Joe teria notado e se interpretaria como um sinal de excitação.O certo era que não se sentia excitada. Estava nervosa. Joe apenas a tinha olhado quando entrou e não disse nenhuma só palavra depois do seu tenso "Tire toda a roupa". Nesses momentos, embora não pudesse vê-lo, sua fúria era evidente.
— Há um banco comprido aqui, Demi. — O som de sua voz a sobressaltou. 
Deite -se de bruços.Esticou as mãos e tocou uma superfície dura, mas que parecia estofada em couro. Meio sem jeito, deitou-se nele.
— Deixe os braços ficarem pendurados ao lado — ordenou Joe. — Agora feche as mãos e as passe por debaixo do banco até que se toquem.Fez isto e imediatamente sentiu que a atava com uma espécie de algemas de um material suave mas firme.
— Mantenha as pernas retas ou terei que atá-las também. E, acredite, não vai querer que o fizesse.
O coração descontrolou. Joe rodeou o banco, seus passos soaram pesados e lentos. Demi tentou recordar-se que aquele era o homem que lhe dava um prazer físico tão intenso, que fosse o que fosse que acontecesse, o prazer o seguiria. E então veio o mais estranho pensamento à cabeça: se alguém oferecesse-lhe pular essa parte, ir diretamente ao prazer, faria isso? — Você me disse que entendia o que o pingente significava — disse ele.
— Eu sim...
— Não fale, a não ser que eu peça isso. Disse-me que compreendia o que o pingente significava: minha posse e sua obediência.
É inaceitável que não esteja disponível para mim. Que não me informasse da visita de sua mãe é algo intolerável. Compreende?
Demi permaneceu em silêncio.
— Bem. Agora vai receber o seu castigo.

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Oi meninas eu sei que vocês querem me matar por que demorei para postar e ainda postei um capitulo que deixa mais curiosas, mas tenham pena de mim hahaha, e só para vocês quererem ler mais e mais a minha fic,bem é só isso.
PS.: vocês viram que a rainha Demetria Devonne Lovato está em terras brasileiras, queria ter tanto ido no show, só me restar chorar lagrimas de sangue.
                     (Tão perfeita *-* )