segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Capítulo sessenta e oito


Joseph 

“Essa é uma ótima notícia meu filho, você não sabe como eu fico feliz em saber que você e Demetria se acertaram.” – eu combinei com Demetria de que contaríamos aos meus pais que nós estávamos juntos.
“Nós dois estamos começando mãe, ela está um pouco assustada ainda, mas com o tempo a vai perceber que eu mudei.”

“Joseph eu te peço como mãe e mulher, não faça com que ela se arrependa de te dar essa chance filho. Essa pode ser a sua última oportunidade de ser feliz. – minha mãe me surpreendeu pela forma em que lidou com o passado da Demetria. – Eu aprendi a admirá-la e eu sei que ela deve ter passado por muita coisa para fazer o que fez. Você já se perguntou como foi o passado dela?” – eu não tinha pensado nisso ainda, eu sabia que ela perdeu os pais e foi criada pelos tios e só. Ela nunca me falava da sua infância ou adolescência.

“Eu não sei muito mãe, só o que ela me contou.”

“Não a magoe Joseph , porque dessa vez você tem muito mais a perder do que antes.”

“Joseph olha o que a Alice está fazendo.” - Demetria estava sentada no chão brincando com a Alice e o Wil que estavam em suas cadeirinhas de balanço. Olhei para Alice e a vi rindo alegre tentando esticar as mãozinhas para pegar o brinquedo que estava na mão da Demetria.

“Que fofura gente.” - Minha mãe falou logo atrás de mim.

“Sorria para mamãe Lici.” - Demetria falou e meu anjinho deu um sorrisinho gostoso.

“Joseph venha ao meu escritório, por favor.”–meu pai pediu e sai para ver o que ele queria. Eu sabia que tinha ficado surpreso quando eu falei que estava com a Demetria.

                                         ...
“Filho eu achei que você fosse esperar um pouco mais antes de assumir essa relação com Demetria. Você tem apenas poucos meses de divórcio e eu não sei se seria adequado.”

“Pai eu respeito demais a sua opinião, mas não quero que você interfira nesse assunto. Eu e Demetria estamos juntos e eu não me importo com o que os outros pensarão.”

“A vida não é assim Joseph , tudo na vida tem consequências.”

“A única coisa que pode acontecer é você me tirar da presidência pai.”

“Eu não vou fazer isso.”

“Então não existe mais problema nenhum.”- meu pai sabia que eu não mudaria de ideia.

                                              ***

“Gostou do dia?” –Perguntei para Demetria que saia do banheiro molhada com apenas uma toalha envolvendo o corpo.

“Adorei Joseph , sua mãe gosta tanto dos meus filhos e eu fico tão feliz em saber que eles vão crescer rodeados de pessoas que os amam.”

“Você não cresceu assim não é?” –me lembrei do que minha mãe tinha falado mais cedo sobre o passado dela.

“Não, eu não cresci.” - ela me deu um sorrisinho sem graça.

“Como era sua vida com os seus tios, Demetria?

“Eu não quero falar sobre isso Joseph .” “Por que não?”

“Porque eu não quero.” - ela falou irritada. Levantei-me e fui até ela.

“Não fica irritada anjo, eu só quero saber um pouco mais sobre você.”

“Você não precisa saber de nada sobre o meu passado, você já sabe o suficiente.”

“Demetria nada do que você me disser vai mudar o que eu sinto por você.”

“Eu sei, eu só não quero falar sobre isso agora entende?”

“Outro dia então?”

“Sim.”

“Eu vou cobrar.” - a beijei carinhosamente, o que podia ter acontecido com ela no passado para ela agir assim?


Demetria

Porque Joseph tinha tocado nesse assunto logo agora? Eu odiava lembrar o meu passado. Eu odiava lembra-me do meu tio e de tudo que ele fez comigo. Eu não precisava de ninguém sentindo pena de mim porque eu fui abusada quando criança, eu queria deixar tudo isso para trás e seguir em frente. Eu tinha muito com o que me preocupar agora e não ia perder meu tempo falando sobre isso.

“O que essa sua cabecinha está pensando?” - ele me perguntou.

“Besteiras Joseph, só besteiras.”

“Sabe o que eu estou pensando?”

“Hum?”

“Estou pensando em fazer amor com você à noite inteirinha.”

“Eu gosto dessa ideia.” - falei enquanto sentia sua mão percorrer o meu corpo por dentro da toalha que eu estava usando.

“Eu amo você Demetria.” –ele sussurrou.

“Eu também te amo Joseph .”

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Capitulo sessenta e sete


Joseph

Meu dia foi uma merda. Tudo que eu desejei dia inteiro era ir para casa e descansar. O foda é que quando eu pensava em 'casa' a única imagem que me vinha na cabeça era o apartamento da Demetria e os gêmeos. Eles eram a minha casa. Olhei para Demetria encolhidinha nos meus braços que ainda estava com a respiração ofegante.

“Joseph .” – a ouvi sussurrar.

“Fala anjo.”

“Você vai ficar aqui essa noite?”

“Se você quiser eu fico.”

“Eu quero.”

Subimos e nos deitamos, aconcheguei-a em meus braços de novo e dormimos. Eu estava morrendo de tesão por ela, mas eu queria que a nossa primeira vez, depois de tanto tempo separados, fosse especial. Sexta ela seria minha a noite inteira e eu cuidaria para que tudo fosse perfeito.

Demetria

Eu estava me sentindo culpada, essa seria a primeira noite que eu passaria longe do Wil e da Alice. Dei um beijinho em cada e enquanto Alice me recebeu com o maior sorriso do mundo, Wil só faltou me agarrar para não me deixar ir, ele fez um pouquinho de birra e isso cortou o meu coração.

“Eu vou cuidar bem deles, vai tranquila querida.” – Anita falou enquanto eu me despedia deles.

                                          ***

“Você está linda.” –Joseph falou assim que me viu, nós dois tínhamos combinado de ir a um de seus restaurantes preferidos.
Escolhi um jeans escuro e botas de cano longo, coloquei uma blusinha de seda de alcinha e deixei meu cabelo solto.

“Você também não está mal.” –falei sorrindo, a questão é que ele estava muito gostoso de jeans e com um suéter grosso.

“Se você continuar me olhando assim anjo eu pularei o jantar.” –ele falou com uma voz rouca que me deixou excitada.

“E se pulássemos?”

“Sério?”

“Huhum.”

“Demetria eu estou tentando fazer a coisa certa aqui.”

“A coisa certa é você me fazer feliz não é?”

“É.” - ele falou em dúvida.

“Vamos para o seu apartamento Joseph e depois vemos o que fazer.” - eu não estava com fome, eu queria ele.

                                         ***

“Merda Demetria.” ele me pressionou contra o elevador assim que entramos sorte que sua cobertura tinha um elevador privativo e nós não seriamos incomodados. Ele estava sem controle e muito duro.

“Joseph calma.” – sussurrei sem sucesso, sua boca devorava a minha com tanta vontade e desejo, e eu não conseguia pensar direito de tão excitada que eu estava.

“Não me pede para ter calma, não depois de todo esse tempo longe.” –Ele chupou meus lábios e eu gemi, uma mão apertava meu seio e a outra puxava meu cabelo levemente.

Assim que entramos em seu apartamento ele me puxou e fez com que minhas pernas envolvessem sua cintura e minhas mãos sob o seu ombro rodeando seu pescoço. Ele não parou de me beijar e eu não via à hora de sentir ele dentro de mim. Ele me pressionou contra a parede e tirou a minha blusa.

“Eu amo os seus seios anjo.” - ele disse descendo o meu sutiã deixando meus seios livres. Joseph os observou atentamente enquanto me torturava com a expectativa. –Eu vou chupá-los até você implorar para que eu te faça gozar.” ele falou e eu gemi.

Com uma mão acariciando e beliscando um, ele chupou o outro com vontade roçando os dentes levemente como uma tortura. O sexo com o Joseph sempre foi assim, intenso, selvagem e um pouco cruel...Gemi alto quando ele me mordeu, eu precisava dele agora.

“Joseph ...”

“Eu não vou aguentar muito, eu vou foder você rápido e duro.”

“Sim Joseph , eu gosto assim...”

“Eu amo quando você se entrega.” –ele falou em meu ouvido.

“Eu quero você Joseph , agora, por favor.” –pressionei meu corpo contra a ereção dura dele e ele sorriu satisfeito. Ele me colocou no chão e tirou o suéter e a calça jeans ficando apenas de boxer. Ainda me olhando ele tirou minha calça e botas e me levou em direção ao sofá onde ele se sentou e me colocou por cima dele.

“Joseph ...”

“Shhh eu quero sentir você assim Demetria.” –ele não tinha colocado camisinha, eu sabia que eu estava limpa, só não sei se deveria confiar nele.

“Eu estou limpo Demetria, me deixa sentir você assim.” - ele falou baixo e brincou com seu pau na entrada da minha buceta me provocando. O beijei e deixei que seu pau deslizasse em mim lentamente, essa sensação era maravilhosa, eu me senti completa e totalmente preenchida.

“Tão apertadinha amor...” –ele falou meio rouco.

“Hum.” - gemi enquanto subia e descia no seu pau.

“Isso anjo, você é muito gostosa...” - ele falou me segurando pela cintura e me ajudando a cavalgar nele. Meus seios balançavam e eu estava ficando louca só em ver a forma como ele olhava para eles, com desejo e algo ainda mais intenso.

“Joseph está tão gostoso.” - eu já estava quente, molhada, excitada e prestes a enlouquecer.

“Eu sei.” – ele falou e começou a socar bem fundo dentro de mim enquanto me puxava ainda mais contra o seu corpo. Eu estava prestes a explodir em mil pedacinhos quando ele falou.

“Eu amo você anjo, você é minha agora.” - estremeci todinha e arqueei meu corpo gozando intensamente. Joseph me puxou e me abraçou sem parar de me foder, eu senti seu pau latejando dentro de mim e sabia que ele não duraria muito.

“Porra.” – ele gritou assim que gozou. Ficamos ali abraçados com a respiração ainda irregular esperando tudo se acalmar. Esse era o meu lugar, e se eu pudesse, eu nunca mais sairia dos braços do Joseph
 .

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Capítulo sessenta e seis


Joseph

Assim que desliguei o telefone eu consegui respirar melhor, era doído lembrar o passado da Demetria, saber que ela queria se esconder dele então acabou comigo. Eu tinha algumas coisas para acertar com ela. Depois da noite que passamos juntos eu não conseguiria ficar longe. Eu precisava dela ao meu lado, não só em minha cama mais também na minha vida. Dependendo da conversa que teríamos, talvez eu pudesse ter esperanças no jantar de sexta. Ela precisava relaxar um pouco, os gêmeos consumiam muito a sua energia e eu sabia como ela estava cansada.

                                            ***

“Anjo...” – isso não era justo comigo, cheguei na casa de Demetria e me deparei com ela vestindo um minúsculo top e um shortinho de corrida que deixava grande parte das suas coxas à mostra

“Você chegou cedo.” - ela disse enquanto prendia o cabelo num coque alto. Fui pego olhando sua nuca, a vontade que eu tinha era de morder ela todinha e depois...

“Joseph ?”

“Eu consegui sair mais cedo.”

“Você fica com os gêmeos para mim enquanto eu tomo um banho?” - por mim ela não precisava de banho algum, ela estava perfeita assim, suada e com pouca roupa.

“Eu fico, pode ir tranquila.” –assenti e ela sorriu, ainda bem que ela saiu de perto porque eu tinha certeza que estava com a porcaria de uma ereção. Minha vontade era de ir tomar banho com ela e lambê-la toda, merda se eu não estava ficando desesperado já.
Subi para o quarto dos gêmeos enquanto ela tomava seu banho. Wil dormia tranquilamente e Alice tentava brincar com os pezinhos. Assim que me viu, ela deu um sorrisinho, mas logo voltou a brincar sozinha.
Ouvi Wil resmungar e o peguei no colo “Glii” – Ele resmungou, e me olhou curioso.

“Você é um garotão esperto não é?”

“Gliiii” - ele soltou com mais intensidade, eu não sabia o que gliii significava mais deveria ser importante. Ele colocou o dedinho na boca e ficou quietinho me olhando, quando percebi, ele já tinha fechado os olhinhos e voltado a dormir. O coloquei no berço novamente e me virei só para encontrar Demetria me olhando sorrindo.

“Você daria um ótimo pai sabia?” – daria...Sorri de volta para ela meio sem graça, nossa conversa seria agora e eu não sei como ela reagiria ao que eu estava prestes a dizer.


Demetria

Wil começou a chorar assim que entrei no quarto, e Joseph me ajudou a acalmálo. Ele passou o dia inteiro enjoado por uma cólica que o perturbava. Quando consegui colocá-lo para dormir novamente, eu e Joseph descemos para jantar.

“Joseph e a nossa conversa?”–sentei-me ao seu lado e ele me olhou sério.

“Quer deixar para amanhã?”

“Não.”

“Certo, eu pensei muito em como eu falar sobre isso com você.” – ele disse um pouco nervoso.

“Hum” - olhei para ele curiosa.

“Eu quero mais do que isso Demetria, eu preciso ser mais do que apenas ser seu amigo entende?”–senti um friozinho na barriga, eu entendi o que ele queria eu só não sabia se eu estava preparada.

“Você quer ser o que meu?” - da última vez que tivemos essa conversa ele me queria apenas como amante, queria me esconder de todo mundo como se seu eu fosse seu segredinho sujo.

“Eu quero ser tudo Demetria.”

“Joseph eu não entendo o que você deseja. Eu gosto de você e eu queria tanto dizer que eu confio em você, mas eu não posso. – assim que eu falei, ele me olhou magoado. –Eu não confio nem a minha felicidade e nem a dos meus filhos em suas mãos. Você entende como é difícil isso tudo para mim?” - eu sabia que ele não queria ouvir isso, mas muita coisa tinha acontecido e nunca chegamos a conversar sobre o que ele me fez.

“Eu amo você Demetria, amo tanto que eu não sei mais o que fazer. – sua voz era de desespero. - Eu ia esperar o seu tempo, você perceber que meus sentimentos são verdadeiros, mas eu não consigo. É insuportável estar perto de você e saber que você não é minha.”

“O que você faria se fosse o contrário Joseph ? Se eu tivesse feito tudo o que você fez comigo com você?–saí do seu lado e me levantei.– Me diz o que você faria, porque eu preciso de uma ajuda aqui. Eu quero estar com você, mas eu não sei se você merece que eu me entregue novamente.”

“Demetria.”

“Você não consegue entender como me magoou, ou me humilhou não é? Você chegou a se arrepender do que me fez passar?” – ele não falou nada.

“Eu sinto muito Demetria, eu só quero esquecer tudo e ficar com você. Eu não quero lembrar o passado.”

“É fácil para você dizer isso, não foi você que sofreu Joseph , para você foi tudo perfeito.” - ele se levantou e me fez olhar para ele.

“Você realmente acha que eu não sofri? Eu passei um inferno longe de você, vendo você com o Bart e o Wilmer. Saber que eu deixei a merda do meu orgulho atrapalhar, que eu fiz as escolhas erradas. – ele estava tão perto. -Eu sofri sim Demetria, eu demorei a perceber o que vale a pena na vida, mas agora eu sei e eu não quero continuar vivendo assim.” - meus olhos encheramse de lágrimas. Se ele tivesse sido menos orgulhoso nós teríamos ficado juntos e as coisas poderiam ser diferentes hoje.

“Não chora anjo, por favor, eu não quero fazer você sofrer nunca mais.” ele falou enxugando as lágrimas bobas que eu deixei cair.

“Eu amo você Joseph , amo tanto que eu não sei o que fazer.” - eu estava com medo de me entregar a ele.

“Uma chance Demetria, eu prometo que não vou te fazer sofrer, eu vou cuidar de você e tentar corrigir todo o mal que eu te fiz.”

“Eu não quero que você corrija nada Joseph .”

“Não?” –ele perguntou acuado.

“Não, eu quero que você me ame. Se for para ficar comigo tem que ser por amor e não porque você quer consertar o passado.”

“Eu pensei que você já tivesse entendido que eu amo você.” - ele falou.

“Ama mesmo Joseph ?” - eu não suportaria se isso tudo fosse mentira, nesse momento ele me puxou e me abraçou.

“Eu só quero fazer você feliz e sim eu amo muito você, até mais do que eu pensei ser possível.” – ele me deu um beijinho na testa e foi descendo. Beijou meu nariz, minha bochecha e por fim me deu um beijo na boca. Senti seus lábios forçando e sua língua invadindo a minha boca Eu senti tanta falta desse cheiro, desse gosto, do toque das suas mãos pelo meu corpo.

“Eu amo você anjo.” –ele sussurrou e eu colei minha boca na sua de novo enquanto ele subia a mão pela minha nuca até o meu cabelo.

“Joseph ...” - falei no mesmo momento em que fui puxada, ele me colocou sentada em cima dele e apoiou as costas no sofá.

“Você é linda.”

Ficamos ali nos beijando por vários minutos, acho que ele também sentiu falta disso. Apesar de querer muito, nem ele e nem eu, avançamos mais do que isso.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Capítulo sessenta e cinco



Joseph

Acordei com Demetria aninhada em meus braços, e lembrei que eu quase a tinha beijado. Só recuei porque eu sabia que forçaria a barra com ela. Eu queria que quando isso viesse a acontecer ela mesma tomasse a iniciativa para não ter arrependimentos depois.
Senti ela se mexer e seu bumbum acabou roçando sem querer a minha virilha. Eu não era de ferro e antes que ela percebesse a minha ereção eu me afastei.

“Não.” – ela gemeu baixinho quando eu a tirei dos meus braços. Ela abriu os olhos e se virou, eu já estava de pé, precisava chegar cedo no escritório.

“Já vai?” - ela perguntou.

“Eu já estou atrasado Demetria, meu dia será cheio.” – eu parei de falar quando ela saiu de baixo do cobertor e me abraçou.

“Obrigada por ter me ajudado essa noite Joseph .” –ela falou carinhosamente. Eu estava tentando ir devagar, eu juro que eu estava, mas ela não estava ajudando.

“Se eu pudesse eu faria isso todas as noites anjo.” - ela me olhou desconfiada, eu não suportava quando ela me olhava assim, eu queria tirar todas essas dúvidas da cabeça dela, queria que ela confiasse em mim.

“Eu vou até o quarto dos bebês enquanto você toma banho.” - ela avisou saindo da cama.

“Eu vou com você.”

“Você não está atrasado?”

“Estou, mas eu posso me atrasar mais um pouquinho por causa deles.” –sorri para ela.

Fomos para o quarto dos gêmeos e eu estava começando a pensar como seria ter Demetria e os bebês comigo todos os dias. Acordar ao seu lado, com o aroma que só ela tinha, ver seu sorriso logo pela manhã e ainda ter Wil e a Alice para alegrarem a minha vida era tudo que eu queria. Chegamos ao quarto e Ângela já estava com a Alice no colo.

“Que milagre é esse?” - ela falou ao ver que Edu ainda estava dormindo.

“Eu ia acordar a senhorita, mas...”- ela disse olhando para mim com uma cara de desaprovação. Ela passou Alice para o colo da Demetria e eu vi um pequeno sorrisinho no rosto daquele anjinho quando viu a mãe.

“Oh meu amor você sempre fica feliz quando vê a mamãe não é?” - Demetria falou e brincou e ela sorriu ainda mais.

Eu não imaginei que isso aconteceria, não desse jeito pelo menos, mas eu amava a Alice e o Wil como se fossem meus filhos. O amor que eu sentia pela mãe deles era tão grande que me fez amá-los com a mesma intensidade. Se a Demetria deixasse eu os protegeria e faria tudo para que eles fossem felizes.  Nesse momento Wil começou a chorar, Demetria já tinha me dito como ele era genioso. O peguei no colo um pouco e tentei acalmá-lo enquanto Demetria amamentava a Alice. Sempre que eu a via dando de mamar a eles eu ficava meio sem reação, era um momento tão íntimo e especial e ela dividia isso comigo com a maior naturalidade do mundo.

“Joseph passe o Wil para Ângela e vai tomar seu banho eu não quero te atrasar.”

“Eu gostaria de ficar Demetria, mas hoje realmente será um dia complicado para mim.” - falei enquanto brincava com o Wil que chupava o dedinho com força. “Agora eu entendo porque você sempre o alimenta primeiro.” - falei.

“Se eu não fizer isso ele chupa todos os dedinhos acredita?”

“Pode me dar ele.” - Ângela falou e eu percebi que ela não aprovava minha presença. Demetria

“Que garotinho mais lindo gente.” – Jéssica falava enquanto Wil olhava curioso para ela. Eu adorava o quanto os dois eram diferentes, Alice era um amorzinho com todo mundo enquanto meu menino era muito desconfiado “Eu vou morder você seu gordinho.” – ela falou brincando e ele parecia que ia chorar a qualquer momento.

“Para Jéssica se ele começar a chorar sou eu que vou ter que dar conta.” - nós estávamos sentadas no tapete da sala, ela brincando com o Wil e eu com a Alice no colo.

“Ele é tão fofinho não é bebê?” - ela tentou de novo, mas ele não sorria de jeito nenhum.

“Desiste.”

“Seu filho é rabugento igual ao Joseph tem certeza que o pai é o Wil?”

“Deixa de ser idiota Jéssica, é claro que é.”

“Eu só estou brincando sua boba, você sempre fica irritada quando eu falo do Joseph .”

“Chega Jéssica, Ângela já está encanada comigo porque ele passou a noite aqui, se ela ouvir você falando mais alguma coisa ela vai imaginar loucuras.”

“Ele passou a noite aqui e você só me conta agora?”

“Ele só dormiu aqui Jé, não foi nada demais.”

Contei para ela o que tinha acontecido e ela ficou louca porque eu escondi isso.

“Você gosta dele não é?” - o que eu sentia por ele era mais do que gostar, mas ela não precisava saber disso agora.

“Gosto.”

“Eu sabia.”

                                ...
Demetria 

“Eu não sei Joseph .”– disse ao telefone, Joseph queria que eu fosse jantar fora com ele na sexta e eu não sabia se era uma boa ideia.

“Por favor, Demetria, vai ser só um jantar. Você precisa sair e relaxar um pouco” – isso era meio que verdade.

“Tudo bem, mas eu quero um restaurante legal, nada de muito luxo.”

“Porque isso agora?”

“Porque eu quero me divertir Joseph , quero poder conversar com você direito. Nesses restaurantes sempre tem gente conhecida.” –e que a maioria dos meus antigos clientes frequentavam restaurantes assim, mas eu não queria falar sobre isso.

“Eu já entendi Demetria.” -respondeu em um tom seco.

“Você vai aparecer aqui antes de sexta?” –perguntei receosa, eu conhecia Joseph bem o suficiente para esperar uma reação exagerada depois disso.

“Pensei em passar aí hoje.” -na noite anterior ele ficou preso até tarde no trabalho e eu confesso que senti falta. Não é como se ele viesse aqui todos os dias, mas era quase. – “Precisamos conversar Demetria.”

Terminamos a ligação e eu me joguei no sofá com um misto de nervosismo e ansiedade, Joseph disse que precisava conversar comigo e eu já até imaginava sobre o que, eu só não sei se estava preparada para essa conversa ainda.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Capítulo sessenta e quatro


Demetria

“Eles são lindos.” – falei emocionada. As duas pessoinhas mais importantes da minha vida estavam bem e eu não conseguia esconder a minha felicidade.

“Eles são tão espertinhos Demetria. Você precisa ver, Joseph esteve com eles essa manhã e eles não pararam de se mexer um minuto.”

“Joseph ficou com eles?”

“Sim, o Dr. Rodrigo pediu que tivéssemos contato com eles. Os gêmeos estão fortes e no peso certo então ele achou que não teria problema, que seria até estimulante enquanto você não pudesse ficar.”

“Eu nunca pensei que fosse sentir um amor assim Anita, é tão grande e assustador ao mesmo tempo.”

“É mesmo, você vai perceber que ser mãe é um trabalho árduo, mas que vale a pena.” – olhei para ela e sorri, eu estava emocionada em poder ver meus filhos, mesmo que eu não pudesse pegá-los ainda.

“Eu sempre odiei o fato do Joseph ser parecido com o pai sabe? – ela começou a falar. –os dois sempre tiveram os mesmos defeitos e isso me preocupava, só que esses últimos dias me mostraram que ele é um homem melhor do que o Carlos, Demetria, pelo menos ele é quando está com você. E isso me deixou orgulhosa.” – ela falou.

“Eu e Joseph não temos nada Anita.”

“Você o ama?”–é claro que eu o amava.

“Amor não é tudo, Joseph me magoou muito e eu não sei se consigo perdoá-lo. A desconfiança sempre estará lá. Eu sempre vou temer que ele faça alguma coisa e estrague tudo. – fora que eu ainda não me sentia preparada para ele. - Eu tenho ainda mais medo porque se ele estragar agora, os meus filhos também sofrerão Anita e eu não quero isso.” – ela sorriu entendendo o que eu queria dizer. Uma coisa era eu sofrer e me machucar, outra era alguém fazer isso com meus filhos. Eu não sei se confiava no Joseph para arriscar a felicidade deles dessa forma.

                                  ...
Quatro meses depois...



Demetria

“Assim não Joseph .” – eu ri dele, essa era a terceira vez que eu tentava ensinar ele a colocar a fralda no Wil.

“Mas eu fiz certo dessa vez.” – mas não tinha feito mesmo.

“Não fez não, está ao contrário.”

“Eu desisto então.”–Coitado ele estava tentando.

“Não vai desistir não, daqui a pouco vai ser a Alice e eu vou deixar você tentar de novo tudo bem?” – falei enquanto consertava o que ele havia feito. Já tinham se passado quatro meses desde que eles nasceram e três desde que eles foram liberados para vir para casa.
Terminei de vestir o Wil e o coloquei no berço, eles já tinham mamado e agora era a minha vez de jantar. Pedi que Ângela subisse e eu desci para poder comer alguma coisa com Joseph . Ele vinha direto do trabalho e sempre jantava comigo.

“Você está cansado não está?” – perguntei.

“Muito. Meu dia hoje foi uma bagunça do começo ao fim. Eu tive três reuniões, fora a visita do meu pai e do Edgar que apareceram lá no escritório do nada.” – eu sabia que ele estava sob muita pressão sem Wilmer trabalhando com ele.

“Edgar esteve aqui hoje.”

“E como foi?”

“Tranquilo eu acho, ele quer que eu passe alguns dias com ele no próximo mês.”

”E você vai?”

“Eu não sei, eu falei com ele que não quero ir por agora. Eu quero esperar eles crescerem um pouco mais.”

“Concordo com você. Eles estão muito pequenos para viajaram para tão longe assim.” – era fofo como ele protegia meus filhos.

Terminamos de jantar e ficamos conversando um pouco na sala. Joseph estava cansado mesmo e eu não iria deixá-lo pegar o carro para ir pra casa assim.

“Fica no quarto de visitas essa noite Joseph .”–ele me olhou surpreso, mas eu não falei isso com nenhuma segunda intenção.

“Tem certeza?”

“Tenho, você está muito cansado para pegar estrada essa hora.”

“Eu só vou aceitar porque eu preciso descansar mesmo. Além disso, eu quero ficar mais um tempinho com você.” – ele falou sentando mais confortavelmente no sofá. Fui até ele e tirei sua gravata, seus sapatos e meias. Ele parecia tão tenso com toda essa roupa.

“Se você não quiser que eu toque em você eu acho melhor você se afastar.” – ele falou com uma voz dura que me arrepiou todinha.

“Eu só quis deixar você mais relaxado.”–ele jogou a cabeça para trás e fechou os olhos.

“Obrigado.” – Sentei-me ao seu lado e apoiei a minha cabeça em seu ombro, eu amava o cheiro do Joseph . Aconchegueime nele e rapidamente caí no sono.

                                                ***

“O que você está fazendo?” – acordei e estava no colo dele.

“Levando-a para o seu quarto, eu acho pegamos no sono lá em baixo.”

“Hum.”- chegamos ao meu quarto ele me deixou na cama.

“Joseph .”

“Sim?”

“Fique aqui essa noite.”

“Na sua cama?”

“Huhum.”

“Só dormir?”

“Só dormir.” – ele sorriu e eu estremeci por dentro. Joseph mexia comigo de uma forma que me deixava louca sem nem ao menos me tocar. Ele tirou a camisa e o cinto.

“De calça.”

“Tem medo de mim?” – ele perguntou.

“Não, eu só não quero que a Ângela entre aqui e encontre você só de cueca.” – mentira eu não queria era vê-lo assim, eu sempre fui fraca quando se tratava dele.

“E quem falou em dormir de cueca?”

“Nem pensar Joseph .”–eu falei, mas eu já estava pensando nas coisas maravilhosas que ele fazia nu. O sexo sempre foi uma das poucas coisas que sempre deu certo, ele era intenso e selvagem e me deixava virada do avesso. Ele se deitou do meu lado e eu joguei um cobertor para ele. Mas ele ignorou e entrou de baixo do meu. –”Joseph .” – sussurrei quando ele me abraçou.

“Eu não vou fazer nada mais do que te abraçar anjo, agora durma.” –eu sentia como se fosse errado, mas me aconcheguei ainda mais nele e adormeci.

                                       ...

Acordei com o som dos bebês chorando através da babá eletrônica e me levantei. Sair dos braços do Joseph que foi o problema ele tinha levado sério essa coisa de me abraçar e não queria me largar nem dormindo. Peguei o Wil no colo, ele era o mais impaciente e sempre que ele se acalmava, Alice também ficava mais tranquila isso era incrível.

“O que aconteceu?” –ouvi Joseph na porta.

“Está na hora deles mamarem.” - falei enquanto ele bocejava.

“Eu posso ajudar?”

“Se você tiver um peito com leite você pode.” – brinquei e antes que eu pedisse, ele já havia tirado Alice do berço e aninhado ela no colo. Alice era um anjinho, sempre calminha e paciente, totalmente diferente do Wil que fazia questão de ter tudo na hora.

“Calma amor eu sou só uma.” - falei enquanto Wil sugava o meu peito com força para poder mamar. Meu menininho era terrível. Olhei para cima e peguei Joseph me observando intensamente.

“Você está me deixando sem graça Joseph .”

“Porque? Eu acho a coisa mais linda do mundo ver você amamentando.” - ele falou e eu enrubesci, tinha certeza disso, minhas bochechas começaram a queimar. Ficamos em silêncio por um tempo até Wil pegar no sono e dei de mamar a Alice. Eu sei que eu podia amamentar os dois juntos, mas eu preferia assim, ter um momento com cada um. Só quando a fome era muita que eu abria uma exceção. Voltamos para o quarto. Eu pensei que Joseph fosse me puxar de novo, mas ou invés disso ele deitou de frente para mim e ficou me olhando.

“O que foi?” - perguntei baixinho.

“Você é linda.”

“Obrigada.”

“Estou falando sério, você é uma das mulheres mais lindas que já conheci e eu gosto de saber que você é assim por dentro também.”

“Você tirou a noite para me deixar sem graça?”

“Não, é só que eu admiro muito você Demetria, depois de tudo que você passou, e eu sei que tenho culpa por grande parte do seu sofrimento, mas você é uma mãe maravilhosa e uma mulher
espetacular. – ele pensou um pouco e continuou. –As vezes eu sinto que o Wilmer não está aqui para ver isso, ele teria muito orgulho de você.” – eu fiquei meio abalada com o que ele falou e acabei chorando.

“ Chora não, venha aqui.” - ele me puxou para me abraçar de novo. - “Eu amo você anjo, eu vou esperar o tempo que for até você decidir ficar comigo, mas eu não vou desistir.” - ele falou e eu olhei para ele, eu tinha tanto medo de acreditar nessas palavras.

Fui surpreendida quando sua boca tocou a minha em um selinho, foi tão rápido, mas eu senti o calor dos seus lábios e meu corpo vibrou. Tentei me afastar, mas ele me segurou mais forte.

“Durma.” – como eu conseguiria dormir assim? Fechei os olhos e me deixei levar, eu poderia fácil, fácil me acostumar com uma rotina assim. Acordar e dormir ao lado do homem que eu amava.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Capítulo sessenta e três


Joseph

“Meu filho se acalme, não vai adiantar você ficar assim.”

“Mãe como você quer que eu me acalme? Ela vai ter que passar por uma cesárea de emergência, ela não queria isso.”

“Eu ainda não acredito que Bianca possa ter feito isso com ela.”

“Eu não quero falar dela mãe. O que eu precisava resolver com ela eu já resolvi. Já contei ao pai dela tudo que ela fez e ele vai fazer com que ela assine o quanto antes os papéis do divórcio.”

“Você fez algum acordo?”

“O que a senhora acha?” – eu teria que pagar uma pensão alta para manter Bianca longe de mim. Mas eu não me importava dinheiro nunca foi o meu problema.

“Como você vai lidar com as coisas depois Joseph ? E se ela espalhar para os nossos amigos que você pretende se casar com uma ex-prostituta?”–eu já tinha pensado nisso, por isso mesmo fiz um acordo. Se ela ousasse contar a alguém e eu descobrisse ela teria que me indenizar em milhões e eu sei que o pai dela odiaria se desfazer de tanto dinheiro. Eu tive que chantagear o Bart também para que ele colocasse pressão nela. Eu sabia que ele odiaria ver o seu nome envolvido em fofocas a essa altura. Tudo isso em menos de dois dias, eu não queria ter nenhuma surpresa desagradável quando Demetria melhorasse. O único problema é que ela não melhorou e o Dr. Rodrigo achou melhor fazer uma cesárea.

“Eu já lidei com tudo mãe, Bianca não vai falar, ela não vai querer irritar as pessoas erradas.”

“Seu pai já sabe Joseph e ele não está nada contente com essa situação.”

“Eu não posso fazer nada. Ele mais do que ninguém deveria entender não é?” – eu não queria ser duro com a minha mãe, mas nem ela e nem o meu pai palpitariam em minha vida. Ela não falou mais nada e nem eu. Nós estávamos esperando alguma notícia sobre a situação da Demetria. Ela teve outro sangramento na madrugada e sua pressão estava difícil de controlar.

“Ela vai ficar bem Joseph .”

“É o que eu espero mãe, porque eu sou capaz de fazer uma besteira se alguma coisa acontecer com Demetria.” – ela me olhou assustada. Eu estava perdendo a cabeça. Foram quase três dias no hospital me preocupando com ela e os bebês.

                                              ***

“Filho.” – acordei com a minha mãe me chamando. Eu tinha cochilado na cadeira do hospital.

“Como ela está mãe?” – vi a preocupação nos olhos dela.

“O quadro dela é instável, mas os bebês estão bem.”

“Instável como?” - perguntei já me levantando.

“Ela perdeu muito sangue Joseph , ela teve dois incidentes em menos de dois dias e eles não conseguiram manter a pressão dela baixa durante o parto. Eles só insistiram porque ficaram preocupados com os bebês.”

“Eu posso vê-la?”

“Não.”

“E os bebês?”

“Eles sim – ela disse sorrindo. – eles são tão fofos meu filho,você vai se apaixonar assim que os ver.

“Certo.”

“Não fique com essa cara Joseph , vai dar tudo certo.”

Minha mãe me levou até o berçário para que eu pudesse ver os dois. Eles estavam em uma incubadora e pareciam tão frágeis.

“Você tem certeza que eles estão bem mãe?”

“Absoluta, eles nasceram de quase oito meses Joseph , eles vão ficar bem.”

“Eles são tão pequenos.”

“Eles crescerão.”

“Você acha que ela vai ficar bem?” – eu falei sem conseguir para de olhar para eles, saber que há tão pouco tempo eles estavam dentro dela e que eram eles que a chutavam sempre que eu estava por perto me deixou emocionado.

“Ela tem que ficar Joseph , esses dois precisarão muito dela.”

“Eu também preciso dela mãe.” – minha mãe me olhou e viu que eu estava emocionado e cansado. O dia tinha sido exaustivo.

                                                  ***

“Você tem que comer alguma coisa meu filho, você não pode continuar assim.” – eu tinha passado o dia inteiro esperando para ver Demetria e nada. Ela ainda estava em observação e sem poder receber visitas. Eu e minha mãe passamos a manhã com os gêmeos mais também não tínhamos permissão de pegá-los no colo. Cada hora que passava eu ficava inquieto e sem saber o que fazer.
Meu pai queria que eu voltasse para o escritório, eu realmente tinha muito trabalho para fazer, mas minha mente só estava focada naqueles três.

“Eu não estou com fome mãe.”

“Joseph a Ângela veio para cá para nos substituir um pouco, ela nos avisará se houver alguma melhora. Nós dois precisamos ir para casa.”

“Eu não quero ir.”

“Deixe de ser teimoso filho e vem comigo. Assim que você estiver

descansado você volta.”

“Ok.” – insistir não adiantaria nada mesmo.

Meu único medo era sair dali e alguma coisa acontecer com ela ou os bebês. Eu iria, mas tentaria voltar logo, eu queria estar perto quando ela acordasse.

                                            ***

A sensação de segurar um bebê era indescritível, ainda mais quando era tão pequenininho quanto o que eu estava segurando. Eu e a minha mãe só tivemos autorização para segurar eles um pouquinho. Mas eu não queria que esse momento acabasse. Eu não sabia como e nem porque, mas eu sentia que já os amava. Demetria ainda estava em observação, o médico avisou que provavelmente ela seria transferida para o quarto. O que me deixava muito aliviado.

“Já está na hora deles voltarem para a incubadora.” – a enfermeira disse para mim e para minha mãe.

                                                   ***

“Vocês podem entrar.” – fomos informados pela enfermeira do andar em que a Demetria estava. Eu estava ansioso para ver a minha Demetria. Minha porque eu não tinha mais nenhuma dúvida sobre isso. Assim que coloquei os olhos sob ela vi que estava com uma aparência abatida. Mas ela sorriu quando nos viu, e eu não consegui deixar de retribuir o sorriso. Definitivamente minha.

“Como você está se sentindo?” – perguntei receoso.

“Acho que bem, não entendo direito o que aconteceu. Rodrigo conversou comigo e eu fiquei um pouco aliviada.”

“Quando você vai poder ver os bebês?” – perguntei.

“Talvez mais tarde, eu estou ansiosa.” – ela sorriu.

“Você já pensou nos nomes Demetria?” – minha mãe falou.

“Já.” – quando ela sorria assim eu tinha esperança de que as coisas fossem dar certo. Eu já tinha conversado com a minha mãe e ela me prometeu que tentaria relevar o passado da Demetria.

“Eu pensei em Alice e Wilmer.” – eu sempre me sentia um pouco estranho quando lembrava do meu primo.

“Acho lindo que você queira homenagear o Wil.” – minha mãe falou emocionada.

“Eu amava o Wilmer Anita.” – eu não precisava ouvir isso.

“Eu sei que amava querida, e você tem sido muito corajosa lidando com tudo da forma que você fez. Muitas pessoas não teriam conseguido sabe?”

“Eu quero que eles saibam quem foi o pai deles, não pretendo tirar isso do Wil.” – ela falou olhando para mim.

“E você está certa Demetria.” – não aguentei e me afastei, deixando as duas ali conversando. Eu precisava de um pouco de ar, eu sabia que teria que aprender a lidar com essa situação mais cedo ou mais tarde. Só que eu sentia como se eles fossem meus, me doía lembrar que não eram.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Capítulo sessenta e dois FINAL DA MINI MARATONA



Joseph

“Eu encontrei-a caída no chão. Eu não sei o que aconteceu. Eu só saí porque eu sabia que ela estava bem.” - Ângela falou, ela não conseguiu ligar para minha mãe e acabou me ligando.

“O caso dela é grave, ela teve sangramento e um deslocamento prematuro da placenta, se ela não melhorar com a medicação e o repouso nós teremos que fazer uma cesariana.” – ouvi aquilo e quase perdi o chão, eu não queria que nada acontecesse com ela e os bebês.

“Eu só não entendi porque isso aconteceu Doutor.”

“A pressão alta, influência e o fato dela estar grávida de gêmeos tornou a gravidez dela mais arriscada, eu sempre disse isso a ela.”

“Mas ela estava tão bem.”

“Isso pode acontecer de repente mesmo, ela pode ter tido alguma queda ou passado por alguma irritação recente? Às vezes nem precisa de um fator, a pressão sobe e isso acontece.”

Ângela me olhou desconfiada, será que ela achava que eu tinha irritado ela?

“Ela tem que ficar bem doutor.” –ela falou.

“Nós faremos o possível, no momento eu quero mantê-la em repouso sem visitas, pelo menos por agora tudo bem?”

“Sim, nós ficaremos esperando.”

“Você esteve com ela hoje?” – Ângela me perguntou assim que o médico saiu.

“Não.”

“Mas alguém esteve lá em casa, o telefone estava no chão e a porta aberta quando eu cheguei. Alguém esteve no apartamento e fez isso com ela.” – ela disse preocupada.

“Tem certeza disso?”

“Absoluta. A menina nunca fica com a porta aberta.”

“Eu vou descobrir quem foi Ângela.”

“Como?”

“O prédio deve ter algum monitoramento, deve ser fácil.” - ela não falou nada e nem eu. Eu estava assustado demais para ficar jogando conversa fora.

                                               ***

“Finalmente mãe.” –eu falei quando ela atendeu.

“Filho eu preciso conversar com você.”

“Mãe a Demetria está no hospital, você não ouviu nenhuma das suas mensagens?”

“Não, eu preciso conversar com você antes, a Bianca esteve aqui e me contou tudo sobre a Demetria, Joseph , eu não posso acreditar que você escondeu isso de mim.” - eu não acredito que tinha dedo da Bianca nessa história, só podia ter sido ela a ter ido perturbar a Demetria.

“Mãe e qual é o problema? Ela era não é mais.”

“Filho, mas o seu pai fez o mesmo. Agora sim eu estou perturbada.”

“Você vai ficar aí preocupada com isso ou vai vir aqui no hospital ficar com a Ângela? A Demetria está mal e precisa de você.”

“Joseph como você consegue aceitar isso?”

“Eu a amo mãe, eu achei que você já tivesse entendido isso.”

“Eu estou indo para aí, mas precisamos conversar.”

“Ok, eu só vou até minha casa e volto.”

                                              ***

“Você é uma cadela Bianca, eu quero você fora daqui.” - falei assim que a vi.

“Que bom que você está em casa querido.”

“Como você pôde?  Demetria está mal no hospital e você com essa cara de felicidade?”

“Eu não me importo.”

“Eu quero você fora daqui, eu vou ligar para o seu pai e a partir de agora eu não quero ter mais nada a ver com as suas merdas.”

“Você é um idiota.”

“Eu sou, eu sou o maior idiota do mundo. Porque eu escolhi ficar com você invés da Demetria, era com ela que eu deveria ter me casado.”

“Que merda é essa Joseph ?”

“Eu já a amava quando eu me casei com você Bianca. Era nela que eu pensava quando estava transando com você, era ela que eu queria o tempo todo, eu só fui um babaca para não ter aceitado isso antes.” - ela partiu para cima de mim e começou a me bater esperando alguma reação minha. Segurei seus braços finos e a joguei no sofá.
“Eu não vou cair no seu jogo, eu não vou encostar um dedo em você, você não vale o esforço. Eu só estou te avisando. – ela me olhou com ódio. - Se você se aproximar dela novamente eu chamo a polícia. Eu sei que foi você que esteve com ela antes dela passar mal. Você me entendeu Bianca?” - falei e fui para o meu escritório, eu ligaria para o pai dela primeiro, ela estava descontrolada e eu tinha que resolver isso antes que ela inventasse mais alguma merda.
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Oi meninas, amanha tem mais as 19h, como será que a Demi vai ficar? Será que ela vai perder os gêmeos? AI SENHOOOOR

Capítulo sessenta e um MINI MARATONA 4 DE 5


Demetria

Eu estava tendo uma semana tranquila. Joseph havia me ligado ontem e conversamos um pouco, mas foi só. Eu sabia que tinha alguma coisa preocupando-o, mas ele não queria dividir comigo.
Desci as escadas o mais rápido que pude. Faltava uma semana para eu completar oito meses de gravidez e eu já não tinha mais tanto fôlego. Ângela havia tirado o dia de folga e eu aproveitei para arrumar algumas coisinhas no quarto dos bebês. A campainha tocou novamente, nossa mais que pessoa insistente, se sabia que eu estava grávida sabia também que eu não podia correr para atender a porta. Quando abri para ver quem era eu já estava ofegante. Bianca?

“Você está sozinha?–ela perguntou –

“O que você acha?”

“Eu acho que sim, se não alguém teria vindo atender a porta.”

“Exatamente.”

“Eu posso entrar?”– deixei que ela entrasse e fui atrás dela curiosa. Bianca aqui era uma má notícia. Vi como ela me olhou e olhou a minha barriga. Vi a raiva que ela estava sentindo também.

“O que você quer Bianca?”–dei um jeito de ir até o telefone, eu não sabia o que ela queria.

“Eu quero pedir que você tenha vergonha na cara e se afaste do meu marido. Você perdeu o Wil e agora acha que o Joseph vai querer você?”

“Eu não sei do que você está falando.”

“Não se faça de idiota, você sabe muito bem, é com você que ele tem passado sempre que some lá de casa.–eu não estava gostando da forma que ela falava. – eu tenho provas de que ele te trouxe aqui para cá no domingo. Você deveria ter vergonha de seduzir um homem estando grávida de outro.”

“Sai da minha casa Bianca, eu não tenho nada para falar com você. Porque você não pergunta isso ao Joseph ?”

“Por que ele nega, ele diz que não tem nada com você, mas eu sei que tem.” Comecei a me sentir mal e a dor chatinha estava voltando e isso não era bom.

“Saia, Bianca.”

“Ou você se afasta dele ou eu vou dizer para todo mundo o tipo de vadia que você é . Eu quero ver se Anita vai querer cuidar de você quando ela descobrir.”

“Eu não tenho nada com ele Bianca.”

“Eu não vou deixar vocês ficarem juntos, se ele pensa que vai me deixar para ficar com você e assumir esses bebês ele está muito enganado.” Eu já não estava mais ouvindo nada do que ela estava falando, a dor era intensa.

“Bianca eu preciso ir para o hospital.” “Isso não é problema meu.” –Tentei ligar para Ângela mais ela tirou o telefone da minha mão e jogou longe. Essa garota tinha ficado maluca? Eu precisava de ajuda.

“O Joseph é meu Demetria, fique longe dele ou eu vou fazer da sua vida um inferno.”

Eu estava suando frio e começando a ter medo. O médico tinha me dito que nesses casos a rapidez no atendimento era fundamental.

“Bianca, por favor.”

“Eu já disse tudo que precisava.” – ela me olhou com desprezo e saiu. 
A louca saiu e me deixou passando mal sozinha. As cólicas eram fortes e minha cabeça parecia que ia explodir. Fiquei tão tonta por causa da dor que desmaiei.

Capítulo sessenta MINI MARATONA 3 DE 5


Joseph

Ficar perto da Demetria e não poder estar com ela me deixava louco, será que ela não entendia que eu a amava? Que era ela quem eu queria? Minha mãe evitou fazer qualquer comentário quando me viu chegar com ela. Eu acho que ela já estava conformada que Demetria seria minha. Olhei para ela a certa distância, ela estava sorrindo e conversando com a minha mãe e uma amiga.

“Ela é linda não é?”-meu pai falou logo atrás de mim.

“Sim.”

“Eu não sou idiota Joseph , não teria conseguido chegar onde estou se eu fosse cego.”

“Não entendo o que você está dizendo pai.”

“A quanto tempo isso vem acontecendo?” – ele perguntou olhando para ela.

“Nada está acontecendo.”

“Algumas mulheres são capazes de nos fazer abandonar tudo pelo qual lutamos Joseph . O problema é que elas nem sempre valem a pena.” “Demetria não é assim.”

“Não cometa o mesmo erro que eu cometi filho.”

“Ela não é um erro, o erro seria eu continuar longe dela. Eu já avisei que quero o divórcio a Bianca é só questão de tempo.”

Meu pai me olhou, mas não falou mais nada. E nem adiantava eu já tinha tomado a minha decisão, só precisava convencer Demetria a ficar comigo agora.

                                                  ***

“Para onde você está me levando?” – Demetria perguntou assim que saímos da casa da minha mãe. Eu não queria ir para meu apartamento ainda então pensei em ficar um tempo mais com ela. “É surpresa.” – há algum tempo eu queria ir a Brighton, e pensei que ela fosse gostar, o tempo estava ótimo e eu adorava os pubs que tinham por ali.

“Certo, acho bom você me surpreender mesmo Joseph , mulheres grávidas são muito mais difíceis de agradar.” - ela falou. E eu não sabia? Foi quase impossível quebrar essa barreira que ela tinha colocado entre nós, eu vivia pisando em ovos perto dela com medo de cometer ou falar alguma besteira.

“Não se preocupe, eu tenho tudo sob controle.”

“Quando que você não tem não é?” – ela disse um pouco irônica.

“Quase tudo que envolve você me deixa sem controle Demetria.” – falei e ela ficou quieta, mas essa era a verdade.

                                     ***

“Joseph .” – eu estava ansioso para ver se ela gostaria, quando eu era mais jovem eu adorava esse lugar, Londres era sempre tão fria e intimidadora. Esse lugar para mim era o paraíso, o tempo sempre era mais agradável apesar de ficar a menos de uma hora de Londres e ver o mar sempre me acalmava.

“Você gostou?”

“Huhum, a última vez que eu estive aqui eu era criança acredita? Foi antes dos meus pais... foi antes deles sofrerem o acidente.”–ela falou um pouco emocionada. Eu queria vê-la feliz e não triste merda, mas essa era a minha chance de conhecer ela melhor também

“Quantos anos você tinha quando os perdeu?”

“Dez.” - eu não posso nem imaginar como deve ter sido.

“Quem cuidou de você depois disso?”

“Meus tios.”

“E onde eles estão?

“E eu não quero falar sobre isso Joseph .” – ela me lançou um olhar triste.

“Eles também morreram?” - eu sabia que não tinham morrido, me lembrei do inquérito que tinha feito sobre ela há muito tempo.

“Não, mas é como se tivessem. Se eu tiver sorte eu não vou precisar vê-los nunca mais.” - eu estava começando a ficar preocupado.

“Por que?”

“História longa demais Joseph e esse não é o melhor momento, eu adorei que você me trouxe aqui porque não vamos dar uma caminhada na praia?”

“Se você não estiver cansada eu topo.”

“Eu não estou cansada, não comece a me tratar como sua mãe e a Ângela. Eu me sinto doente perto delas.”

“Minha mãe falou que você é teimosa, que ela precisa ficar em cima de você e eu concordo.”

“É?”

“Sim, eu não quero que nada aconteça a você Demetria, eu não sei o que faria se eu te perdesse.” “Joseph .”

“Eu sei, apenas amigos. E eu repito: eu não sei o que faria se eu perdesse a minha amiga então, fica melhor assim?” “Fica.”- ela disse sorrindo para mim.

Passamos a tarde juntos, e ela não parava de sorrir um minuto. Estar ao lado dela e vê-la feliz assim me deixou feliz também. Eu estava tendo muitos problemas com Bianca e estava começando a me preocupar que ela faria alguma merda antes de assinar os papéis do divórcio.  Na volta para casa ela acabou caindo no sono, olhei para ela só para ser bombardeado com todas as emoções que eu estava tentando manter sob controle. Eu não sei como, mas até estando grávida ela mexia com a minha libido.

Meu telefone tocou no caminho de volta, e quando vi que era uma ligação da Bianca eu o desliguei. Eu queria tanto já ter resolvido toda essa situação, estar livre dela para poder fazer o que quisesse com a minha vida. Mas até isso acontecer eu tinha que manter Demetria e os bebês seguros. Eu não confiava nem um pouco na carinha de boa moça da Bianca.

“Hum não me acorda não.” - ela resmungou enquanto eu tentava pegar ela no colo.

“Eu estou tentando não te acordar.” falei baixo.

“Eu estou pesada Joseph .”

“Eu sei.” - sussurrei, ela não estava tão pesada assim, só um pouquinho mais do que antes, a minha preocupação de não machucá-la ao pegá-la no colo.

“Pede para que eles parem de chutar Joseph .” – sério? Coloquei-a na cama dela e quando ia me despedir ela puxou a minha mão e colocou em sua barriga. “Sente.” – Eu me assustei, eu nunca imaginei que eles poderiam ficar tão agitados assim.

“Isso não te incomoda não?”

“Como poderia? É a forma que eles têm de se comunicar comigo Joseph , eu acho lindo, mas agora eu estou com sono e sei que eles só irão se acalmar quando eu ficar sozinha.”

“Eu já estou indo.” – tirei a mão de sua barriga a contra gosto, eu gostava dessa sensação, gostava de dividir esse momento com ela. Vi que ela levantou a bata que estava vestindo e eu fiquei confuso.

“Não pense besteira Joseph , só quero te mostrar uma coisa.” – ela falou um pouco sonolenta.

Olhei para sua barriga e vi perfeitamente os chutezinhos que ela estava levando.

“Isso é estranho.”

“Não é não, isso é lindo.” –ela falou orgulhosa. Eu a admirava por levar tão bem a gravidez, mesmo sozinha e sem o Wil, ela parecia tão feliz e contente que era impossível não se sentir da mesma forma. Ela bocejou.

“Eu tenho que ir.”

“Obrigado pelo dia Joseph . Nós três gostamos muito.” - era fofo como ela sempre incluía os bebês no caminho.

“Fico feliz anjo.” - falei e sai do seu quarto com o coração apertado. Eu queria muito os três na minha vida.

Capítulo cinquenta e nove MINI MARATONA 2 DE 5



Demetria

De uma hora para outra eu passei mal, tive um dia tranquilo, me alimentei e descansei bem. As dores fortes começaram quando eu já estava dormindo. Fiquei desesperada e com medo entrar em trabalho de parto antes do tempo. Quando cheguei ao hospital com Ângela me disseram que minha pressão estava alta e que eu corria risco de ter um parto prematuro. O Doutor Rodrigo até tentou me acalmar, mas não conseguiu, eu estava nervosa e preocupada, logo agora que tudo ia bem, que eu estava começando a levar a minha vida novamente.

“Demetria, nós vamos fazer o possível para que isso não aconteça. Você vai ficar em observação até estar mais calma.”

“Eu não consigo Rodrigo, eu estou com medo.”

“Seus bebês estão saudáveis, o problema não é com eles eu já falei isso para você. Você é quem tem que se cuidar. Para uma grávida de gêmeos, você está abaixo do peso.” - tudo que eu não precisava era levar um sermão do médico hoje.

“Tudo bem.”

'Tudo bem mesmo? Ou você vai sair daqui e continuar cometendo os mesmos erros? Você é uma paciente antiga e eu me sinto na obrigação de puxar a sua orelha.”

“Eu sei Rodrigo, eu prometo que farei tudo o que vocês quiserem. Só não me deixe ter meus bebês agora.”

“Eu vou fazer o possível para que isso não aconteça. Agora descanse que mais tarde eu volto para ver como vocês estão.”

“Obrigada Doutor.” – ele sorriu e continuou fazendo algumas anotações no prontuário.

                                              ***

“Eu vim assim que soube Demetria, conversei com o seu médico e ele me tranquilizou.” –Anita falou. Essa mulher me surpreendia a cada dia.

“Eu não acredito que Ângela ligou para você.”

“Ela fez o certo, eu pedi que ela me ligasse. Como você está?”

“Com medo?”

“Eu posso imaginar, eu sabia que não deveria ter ido. Essa viagem só me trouxe desgosto.” –ela falou parecendo mais casada que o normal. A mãe do Joseph era uma mulher linda. Ela tinha 58 anos mais não parecia, seu cabelo tinha o mesmo tom de loiro escuro que o do Joseph e seus olhos ao contrário do dele eram verdes e brilhantes. Ela sempre andava bem vestida e eu via como alguns homens olhavam para ela algumas vezes, só que mesmo assim ela parecia infeliz a maior parte do tempo. Anita passou o restante do dia comigo. Vi que o seu telefone não parava de tocar, mas ela não atendeu. Só depois de muito tempo e quando eu já estava prestes a cair no sono que ela saiu do quarto para conversar com quem esteve ligando.

   Não ouvi nada sobre Joseph e nem sobre Bianca e dei graças a Deus por isso. Eu teria que fazer com o que o Joseph parasse de insistir. Eu não estava preparada para o que ele queria, ele teve todo o tempo do mundo para ficar comigo e nunca fez nada para que isso acontecesse. E agora quando eu havia acabado de perder o Wil e estava prestes a ter os meus bebês ele queria que eu o perdoasse e ficasse com ele? Não mesmo. Eu não me importava em ter ele como amigo e tio dos meus filhos. Não me importava em ter ele por perto e que ele fosse presente na minha vida, eu só não queria que ele tivesse esperanças sobre nós, eu não confiava nele e tinha todos os motivos do mundo para isso.
  
                                ...
Um mês depois...



Demetria Johnson

“Você tem visita senhorita.” –Ângela falou enquanto eu terminava de tomar o meu café da manhã.

“Quem?”

“O primo do Wil.” – ela falou baixinho, eu sei que ela não gostava muito do Joseph .

“Deixe-o entrar Ângela.” –Joseph havia aparecido no hospital no dia seguinte ao qual fui internada, e ficou comigo a tarde inteira. Ele tinha me contado que tinha pedido o divórcio a Bianca, mas eu o cortei falando que isso não tinha nada a ver comigo que o máximo que eu poderia dar a ele era a minha amizade. E bem...ele tinha aceitado da sua forma mas tinha.

Eu gostava da sua companhia, quando não tinha a preocupação de ter que ficar me desviando das suas investidas. Ele nunca mais tentou nada e isso me deixava aliviada. Eu queria o Joseph por perto, só não queria da mesma forma que ele.

“Bom dia anjo.” – ele falou com uma voz cansada.

“Bom dia, está tudo bem?”–perguntei para ele.

“Tudo sim, eu só tive uma semana difícil.”

“Aceita um café?” - Ângela perguntou séria e eu ri, ela não sabia disfarçar.

“Não, obrigado.” –ele falou e me olhou.

“Como vocês estão hoje?”

“Ótimos, Ângela até me deixou comer um docinho.” –eu falei e parecia mais aliviado, quase querendo sorrir. Joseph era péssimo nisso.

“Me diz o que te preocupa Joseph .”

“Não é nada, pelo menos nada que seja importante.”

“Vou terminar de me arrumar e já desço.” – Joseph me daria uma carona para casa da mãe dele hoje, ela queria reunir todo mundo, mas Bianca estava viajando então ele fez questão de me levar.

“Ok.”

                                              ***

“Você está linda.” – ele falou enquanto me ajudava a entrar no carro. “Obrigada. Joseph ?" – eu queria lhe perguntar uma coisa que andava martelando na minha cabeça os últimos dias. Ele era sempre tão carinhoso comigo e quando se referia aos bebês que eu não entendia por que ele não queria ter os dele.

“Hum?”

“Por que você decidiu fazer vasectomia?” – ele pareceu pensar um pouco na resposta.

“Porque eu nunca quis ter filhos a menos que fosse com a Gigi.” - a forma como ele falou me deixou um pouco abalada.

“Sabe qual é o meu maior arrependimento?”

“Qual?”

“Não poder dar isso a você agora, quando eu descobri que você estava grávida eu me senti um inútil porque essa era a única coisa que eu não poderia fazer por você.” - eu tinha me transformado numa boba chorona com essa gravidez. Segurei as lágrimas e tentei controlar a minha respiração.

“Está tudo bem?” – ele perguntou quando viu que eu fiquei quieta.

“Sim, eu só estava pensando no que você falou. Você sempre vai poder adotar Joseph, quando quiser ter seus filhos.”

“Então faremos isso.” - ele falou sério. Pelo visto a esperança dele de que ficaríamos juntos um dia era maior do que a minha.

Capítulo Cinquenta e oito -MINI MARATONA 1 DE 5


Joseph

“Porque vocês dois não aproveitam e não saem essa noite para se divertir um pouco?” – minha mãe falou com a tentativa de fazer com que eu ficasse com Bianca.

“Vamos Joseph ?” – Bianca perguntou animada.

“Não.” – respondi e voltei a me concentrar no meu jornal.

“Deixa de ser mal humorado meu filho e leva a sua esposa para sair um pouco. Seu pai e eu temos planos para essa noite.” – eu não queria atrapalhar ‘os planos’ deles então daria um jeito de sair um pouco.

“Ok.”

“Ok? Eu tenho o lugar perfeito para nós irmos amor, você vai adorar.” – não me dei nem ao trabalho de olhar para ela. ***

“Que merda é essa Bianca?”

“Essa merda é uma das boates mais badaladas de NY Joseph , não seja um chato e aproveite.” – eu não era um chato eu só odiava esses lugares que a Bianca gostava. Entramos na boate e vi o quanto o lugar era agitado, o que não faltavam aqui eram mulheres bonitas e dispostas. Eu e Bianca não íamos para cama desde o meu acidente e eu já estava ficando louco com a vontade de transar, o único problema é que a única pessoa que eu queria em minha cama estava muito longe. Deixei Bianca na pista de dança e fui atrás de uma bebida, a noite seria longa.

“Um uísque, por favor.”

“Sim senhor.”

“Joseph ?” - eu conhecia essa voz.

“Vivian?”

“Ah Joseph essa é realmente uma ótima surpresa.” – será? Tudo que eu queria era um pouco de distração, o problema é que Vivian era distração demais.

“Cadê sua esposa Joseph ?”

“Por aí” – falei enquanto olhava para a pista de dança.

“Você não parece animado querido.”

“Eu sofri um acidente e perdi meu primo não tem nem três meses Vivian você queria que eu estivesse animado?”

“Você nunca se importou com o Wil.”

“É claro que eu me importei, ele era como um irmão para mim antes de...”

“Antes de você roubar a sua namorada?” “Sim.”

“No fim ele acabou fazendo o mesmo com você não foi? Marcelo me contou que Demetria e ele estavam juntos.” – não respondi, falar na Demetria só me lembrava o que eu não podia ter e queria muito no momento.

“Ela está grávida dele.”- ela me olhou surpresa.

“Eu sempre achei que vocês dois fossem acabar juntos.”

“Sério?” – disse incrédulo.

“Sério, você era louco por ela Joseph eu nunca te vi daquele jeito por ninguém, nem mesmo pela sua esposa.”

“Eu amava a Gigi,Vivian, mas...”

“Mas?” – eu sei que podia conversar com ela, era ela quem ouvia minhas lamentações quando Gigi adoeceu. “Eu acho que o que eu sinto por ela é mais forte.”

“Então eu estava certa”

“Talvez.”

“Aposto que você está aqui obrigado não é?”

“Com certeza.”

“Podemos nos divertir um pouco querido?” – ela falou com a voz cheia de segundas intenções. As coisas com a Vivian tinham ficado para trás há muito tempo.

“Ninguém precisa saber, vai ficar só entre a nós, eu sei que você quer.”

“Sabe mesmo?”- perguntei maliciosamente.

“Conheço você a tempo demais para saber que toda essa tensão é falta de sexo Joseph porque não me deixa cuidar disso?”

“Onde está o Marcelo?”

“Viajando.”

“Você sabe o meu endereço, deixe sua esposa em casa e vai para lá depois que ficarei te esperando.”

“Não vai dar Vivian.”

“Porque não?” - ela perguntou desprevenida.

“Porque eu não quero.” - disse decidido.

“Certo, e se você fosse para que a gente pelo menos terminasse essa conversa? Eu poderia te servir uma bebida e nós teríamos uma noite agradável, sem sexo.” - ela falou e eu queria aceitar, Vivian podia ser o que for, mas era muito mais interessante do que Bianca, sempre fomos amigos durante esse tempo e eu gostava de conversar com ela.

“Ok, vou levar Bianca para casa.” falei e ela sorriu. Que mal teria uma noite de conversa com uma amiga?”

                                               ***

“Onde está a minha mãe Bianca?” – perguntei no outro dia assim que cheguei da casa da Vivian. Eu até tentei voltar ontem, mas acabei bebendo demais e Vivian achou melhor que eu passasse a noite por lá mesmo, tivemos uma noite agradável ela me falou sobre seu casamento e sobre querer se separar do Marcelo e eu falei dos meus problemas para ela. No final acho que ela entendeu que eu não estava mais disposto a transar por transar. Eu queria tudo que eu sentia quando estava com Demetria, era isso que o meu corpo queria.

“Se você tivesse atendido o seu celular você saberia.” – Merda, eu não tinha atendido porque pensei que fosse todas da Bianca.

“Não enrola Bianca.”

“ Demetria passou mal e teve que ir para o hospital e sua mãe viajou de madrugada para poder ficar com ela. Eu não entendo essa devoção da sua mãe com ela. Você deveria contar que ela não passa de uma prostituta Joseph e acabar logo com isso.” Demetria no hospital? Eu tinha mil ligações perdidas no meu celular e não tinha parado para olhar de quem eram, eu pensei que fossem todas da Bianca.

“Como ela está?”

“Não sei, nem fiz questão de perguntar, sua mãe estava bem preocupada. Ela deve ter perdido aquelas crianças no mínimo.”

“Deixa de ser estúpida Bianca e não fala uma merda dessas.”

“Como se você se importasse não é?”– ela rosnou. Eu precisava saber como ela estava, saí de perto da Bianca e liguei para minha mãe.

“Como ela está mãe?” – eu estava com a cabeça martelando de preocupação.

“Eu ainda não sei, acabei de chegar agora no aeroporto.” – ela estava irritada comigo.

“Mãe me desculpa se eu soubesse que isso aconteceria eu...mas eu não fiz nada de errado.”

“Eu desculpo filho, mas você se lembra da prova que eu pedi a você Joseph ? Você me deu ela essa noite. Eu não quero você perto da Demetria, você vai acabar com ela se insistir com isso. – eu não faria isso. - Se quiser se separar, se separe, arrume alguma outra mulher ou várias, o que você achar melhor. Só se afaste da Demetria, você pode ser o meu filho Joseph , mas até eu percebo que você nunca vai conseguir fazer ninguém feliz.” Eu não consegui falar mais nada, a minha própria mãe falando isso para mim? Será que eu era um homem tão ruim assim? Eu sei que não deveria ter passado a noite na casa da Vivian, mas não aconteceu nada, absolutamente nada.Vivian estava pior do que eu e respeitou a minha decisão.

“Eu tenho que desligar Joseph , estarei ocupada o resto do dia então não me ligue.” – ela falou e desligou. Minha mãe estava protegendo Demetria de mim? Joguei com raiva o copo que tinha em cima do escritório na parede. Eu tinha falhado com ela mais uma vez.
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Oi meninas, desculpa a demora, estava em internet e como disse no recado é horrível digitar pelo celular no blog, mas ai estar o capitulo e como prometido com uma mini maratona, espero que gostem, to amando os comentários, e só para as curiosas como eu rsrs o Joe vai correr atras do que deixou fugir dele, porém ele vai fazer muita cagada ainda, quando tudo ta maravilhoso demais alguma coisa acontece e fod* com tudo,pequena pista, grava o que eu falei que vocês vão perceber quando isso vai acontecer,beijos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

RECADO!!!

Oi meninas,como vocês estão? Tô passando aqui só para avisar que não sei quando vou postar,por que ocorreu uma problema com minha internet,então só tenho o celular com a maravilhosa 3G que dura 5 segundos, e como todas sabem é horrível de postar no blog pelo celular, mas prometo que essa semana eu poste e faço um pequena maratona com os capítulos que ficarem atrasados,beijos.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Capítulo cinquenta e sete


Joseph

Minha mãe estava prestes a explodir. Eu acabara de contar que havia pedido o divórcio para Bianca.

“Você não poderia ter esperado?”

“Esperar o que?”

“Esperar tudo Joseph , você está tomando uma decisão precipitada meu filho.”

“Eu não acho.”

“Você já pensou no que o seu pai vai dizer?”

“Ele pode falar o que quiser. Só que eu trabalhei muito duro nos últimos meses. Eu sei que presidente melhor do que eu ele não vai encontrar para assumir o escritório.”

“Você sabe como seu pai é Joseph .”

“Eu não me importo, se ele me tirar da presidência ele vai perder o melhor advogado de Londres mãe, porque eu paro de trabalhar para ele.”

“Filho você está fazendo isso tudo por nada, Demetria não vai ficar com você.”

“Ela vai mãe.”

“Você já pensou no que eu disse? Seu orgulho vai deixar você olhar para aquelas crianças todos os dias e ver o Wil nelas Joseph ? Você vai ser capaz de aceitar que eles não serão seus filhos?”

“Você nunca tratou o Wil diferente de mim mãe, porque eu não posso fazer isso?”

“Porque você é igual ao seu pai Joseph, só por isso.” – ela falou ressentida. Eu nunca quis ser igual ao meu pai, mas quanto mais eu tentava fugir do que ele era, mas eu via seus defeitos em mim. “Eu estou tentando mudar mãe.”

“Seu pai nunca foi capaz de aceitar o fato de que eu não queria voltar para ele Joseph .Ele me traiu, me deixou por causa de uma prostituta e quando foi abandonado por ela me culpou pelo nosso casamento não ter dado certo. –eu sabia que ela ainda sofria por causa disso. - Ele me fez acreditar que a culpa era minha por ele ter sido um péssimo marido. Ele fez de tudo para que eu o perdoasse e o aceitasse de volta. Sabe quanto tempo durou o comportamento exemplar depois que eu voltei? Não durou um ano filho. Na primeira oportunidade que ele teve ele me traiu novamente.”

“Porque você não o deixou mãe?”

“Por que ele não aceita perder Joseph .”eu não era o meu pai.

“Eu vou fazê-la feliz.”

“Vai mesmo?” – ela perguntou incrédula.

“Vou.” – falei e me levantei, eu não queria ouvir mais nada, eu não queria magoar Demetria de novo eu a queria na minha vida e definitivamente dessa vez.


Demetria

“Quem é Ângela?”

“Eu não sei, você tem que abrir o cartão e ver. Eu acho que você vai gostar do que tem lá na sala te esperando.” – fique curiosa e corri para sala,

“Meu Deus!” – tinha um urso lindo e enorme na minha sala segurando dois balões. Uma rosa e um azul. Voltei a olhar a Ângela e sorri, ela me entregou o cartão para que pudesse descobrir quem tinha mandado essa fofura.

“Para mamãe mais linda do mundo o maior urso que eu pude encontrar. Tenha um ótimo dia Anjo, eu não paro de pensar em você...
obs.: Eu espero que vocês três gostem.

 Joseph .”

Era do Joseph ...

“De quem é senhorita?”

“Você não conhece Ângela.” – eu não queria que ela pensasse besteira.

“Onde você vai colocá-lo?” – ela perguntou animada.

“Não sei.” – eu queria colocar no quarto dos bebês, mas...

“Você já leu o que está escrito nos balões senhorita?” – olhei para eles, eu ainda não tinha reparado.

“Amor da mamãe I e Amor da mamãe II” – eu acabei caindo no choro. Eu tinha adorado o presente, o urso, o cartão e principalmente os balões.

“Você gostou?” – Ângela perguntou.

“Eu amei Ângela.” – falei enquanto me sentava no sofá e acariciava os meus bebês.

“Você deveria agradecer quem te mandou menina.” – olhei para Ângela desconfiada, será que ela pensava que eu já estava pronta para seguir em frente?

“Mais tarde.” - E só talvez...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Capítulo cinquenta e seis


Joseph 

Como eu podia sentir ciúmes de alguém que já nem estava aqui? Eu me odiava por ter dado a chance do Wil e da Demetria ficarem juntos, eu achei que fosse mais fácil ver ela grávida e feliz, mas acabou comigo. Eu queria que os seus filhos fossem meus. Eu queria poder ter deixado ela tão feliz assim, ter dado a ela algo que a prendesse para sempre ao meu lado. Quando eu senti o chute na sua barriga eu fiquei emocionado, foi estranho e incrível ao mesmo tempo. Eu tinha que me desculpar pela besteira que eu disse a ela hoje, eu falei a ela que não desistira dela e era verdade. Eu queria o pacote completo, mesmo que eu demorasse a aprender a lidar com o seu passado eu tentaria. Era isso ou teria que viver sem ela e isso não era mais uma opção.
                                              ...

“O que você está fazendo aqui?” – ela perguntou assim que abriu a porta para que eu entrasse. Ela estava linda vestindo uma blusa preta justinha que marca sua barriga e uma calça solta da mesma cor.

“Eu quis te ver de novo.” – eu disse.

“Já está tarde Joseph .”

“Você já jantou?”

“Não.”

“Então vamos jantar, eu lembrei que você não gosta de comer cedo e pensei em trazer alguma coisa para gente.” – ela me olhou desconfiada.

“O que você trouxe?”

“Comida japonesa e italiana, você escolhe.”

“Os dois?”

“Sim.”- ela sorriu.

“Eu estou grávida Joseph , você não pode trazer dois tipos de comidas e esperar que eu escolha apenas um.” –disse divertida. A gravidez tinha feito tão bem a ela, estava diferente e parecia mais...feliz. Vê-la assim me deixava contente. Eu sei como deve ter sido difícil para Demetria perder o Wil, eu já passei por isso e não desejaria isso a ninguém.

“Então nós comeremos os dois.” “Você também vai”?

“É claro que eu vou.” – ela sorriu ainda mais.

                                              ...

“Satisfeita?” – perguntei a ela depois que terminamos.

“Estou.” – ela falou enquanto bocejava.

“Você está com sono não é?”

“Muito Joseph , o dia hoje foi intenso.” “Porque você não sobe e descansa? Eu vou guardar essas coisas e tranco tudo antes de sair.” – olhei para ela e percebi que ela estava em dúvida. Eu queria dormir no apartamento dela, mas não poderia pedir isso a ela, não por enquanto.

“Tudo bem – ela bocejou de novo. - eu só vou aceitar porque estou muito cansada. Obrigada pelo jantar Joseph .” – “Dorme bem anjo.” – antes de ela virar eu e a puxei para lhe dar um beijo na testa, ela me olhou surpresa e subiu.


Joseph

“Não mesmo.”- Bianca gritou.

“Acabou Bianca, eu não amo você.”

“Mas eu amo você Joseph .”

“Isso não importa.” – ela andava de um lado para o outro e eu estava aliviado de finalmente ter tido coragem para fazer a coisa certa.

“Dois meses Joseph , eu preciso de dois meses. – ela falou desesperada. - O aniversário do meu pai está perto e eu não quero que ele se decepcione comigo até lá, por favor, depois da festa você pode fazer o que quiser amor.” – ela falou meio perdida. Eu sei quanto ela valorizava a opinião do pai, essa era uma das poucas coisas que eu e ela tínhamos em comum.

“Tudo bem, eu vou te dar dois meses, mas a minha decisão não mudará e eu não vou dormir na mesma cama que você.” – ela me olhou irritada.

“Porque não aproveitamos esse tempo Joseph , talvez possamos nos entender.”

“Nem adianta tentar mudar a minha cabeça.”

“Tem alguma mulher envolvida nessa história não tem? Eu posso sentir.”

“Não me importa o que você pode ou não sentir, isso não é mais da minha conta.”

“Ainda é da sua conta querido, nós não estaremos separados até que eu assine os papéis.” – olhei para ela nervoso, ela não seria nem louca de atrapalhar o processo do divórcio.

“Não me faça envolver seu pai nessa situação Bianca. Se eu souber que você pretende atrapalhar os meus planos você vai se arrepender.”

“Eu não tenho medo das suas ameaças Joseph , eu sei que você não joga limpo e se eu tiver que fazer o seu jogo eu vou fazer.” – ela disse e sorriu maliciosamente para mim. Saí do quarto e fui até o escritório. Passaram-se dois dias desde que eu vi Demetria. Eu só conseguia pensar na noite que passamos em seu apartamento. O seu sorriso, o seu perfume, a alegria que eu via quando ela falava dos bebês. Eu queria estar com ela, mas toda vez que eu pensava nisso eu me culpava, se eu não tivesse sido tão teimoso e arrogante ela estaria comigo há muito tempo.

“Oi.” – ela cumprimentou ainda sonolenta.

“Te acordei?”

“Mais ou menos, eu estava tentando ler, acho que acabei caindo no sono.”

“Eu queria ouvir sua voz.”

“Hum.”

“O que você fez hoje?” – encostei-me à cadeira esperando, eu não queria desligar.

“Eu tive aula essa manhã e tentei estudar à tarde, eu faltei muito nesse semestre, mas se eu conseguir boas notas nas provas finais eu ainda tenho chance de não ficar para trás.”

“Como vai ser quando eles nascerem?”

“Eu vou ter que trancar.” – ela falou e soltou uma risada.

“O que foi?”

“Eles estão mexendo.”

“Sério?”

“Huhum, você acordou nós três.” – ela falou.

“E queria estar aí Demetria.” – ela não respondeu.

“Você acha que algum dia nós ficaremos juntos?” – perguntei. Eu nunca tive tanto medo de não conseguir alguma coisa.

“Eu não sei.”

“Mais você quer?”

“Eu tenho que desligar Joseph , tenho aula amanhã cedo e preciso dormir.”

“Tudo bem.”

“Boa noite.”

“Boa noite.”

Esse era um daqueles momentos em que eu podia me perguntar que raios eu tinha feito com a minha vida. Estava tudo errado.


Demetria

Assim que eu ouvi a voz do Joseph . Senti um chute na barriga, já estava tarde e eles quase nunca mexiam nesse horário. Eu não queria achar que tinha alguma coisa haver com Joseph . Mas eu acho que passava todas as minhas sensações e sentimentos para os bebês.

Fui para cama e não consegui deixar de pensar no quanto o Wil estaria feliz em fazer parte disso. Eu queria tanto que ele tivesse pelo menos conhecido os nossos filhos. Ainda era difícil pensar nele, e eu tinha raiva quando percebia todas as coisas boas que ele estava perdendo.

Será que seria sempre assim? Ficar perto do Joseph era como se eu estivesse traindo Wil, ao mesmo tempo era reconfortante, pelo menos nos momentos em que ele não me tratava mal. Esse era o meu maior medo, confiar nele e ser decepcionada de novo.
                                                ...

“Eu só vou se você me garantir que vai comer direitinho Demetria, eu já percebi como você come pouco e isso me preocupa.”

“Eu não sou ruim para comer.”

“É sim.” – Ângela me entregou. Isso era um complô dessas duas. Eu não gostava de ser forçada a comer, eu comia na hora que eu sentia fome, para falar a verdade eu estava comendo muito, mas acho que somente os alimentos errados.

“A Ângela vai cuidar de mim Anita, pode ir tranquila.” – ela passaria o final de semana em NY com Carlos, ele seria um palestrante em um congresso importante de advocacia.

“Estarei de volta antes da próxima consulta querida. Essa vai ser a primeira viajem do Joseph depois do acidente e eu queria estar com eles nesse momento.” – é claro que a Bianca iria.

“Eu entendo Anita, não quero que você se preocupe comigo enquanto estiver lá Ângela não vai sair de perto de mim.”

“Ótimo, não quero você sozinha de jeito nenhum.” – eu queria saber quando foi que eu fiquei incapaz de cuidar de mim mesma. Essas duas me tratavam como se eu fosse uma criança de 10 anos. Sorri para Anita para que ela ficasse tranquila. Nunca pensei que diria isso, mas eu gostava de todo esse cuidado comigo. O problema é que essa minha carência sempre fazia com que eu me decepcionasse mais cedo ou mais tarde.