domingo, 27 de março de 2016

Capítulo noventa e dois - EPILOGO

Três anos depois...

Terminei de colocar a minha gravata e observei Demetria se arrumando, era incrível como eu nunca me cansava de olhar para ela, cada dia que passava eu tinha mais orgulho da minha esposa.
Essa noite nós iríamos sair para comemorar a sua formatura e o seu novo emprego na equipe de psicólogos da empresa do Louis. No final eu tive que aceitar a amizade entre eles, eu vi que Louis a respeitava e tinha um carinho muito grande por Demetria e isso me deixou mais tranquilo.

“O que foi amor?” – ela perguntou enquanto colocava seu brinco.

“Nada meu anjo, é só que eu gosto de olhar você.” – falei e ela sorriu. Assim que ela terminou de se arrumar nós fomos até o quarto dos gêmeos, eu tinha pedido que Ângela nos esperasse lá com a Cecíl porque eu queria fazer uma surpresa para a Demetria.

“Eu primeiro...” - Alice falou e saiu correndo até a Demetria. Assim que minha pequena parou em frente à mãe ela entregou uma caixinha a ela, depois foi a vez do Wil e por último a Cecíl com o seu jeitinho tímido.

“O que é isso meus pequenos?” – Demetria perguntou e os três olharam para mim, eu já tinha explicado o que eles deveriam falar.

“O papai falou que era para gente dar o nosso coração para você.” – não era bem coração, era amor o que eu tinha falado mais enfim eu sorri para Alice que estava toda orgulhosa. Eu achava incrível a forma como ela lembrava-me Wilmer, o sorriso largo, o bom humor e o carinho que ela tinha por todos, era impossível não se apaixonar por ela. Wil ao contrário dela era mais fechado, porém muito protetor com a mãe e as irmãs, ele era o meu orgulho.
Já minha Cecíl era um amor, tão manhosa e tímida que chegava a ser fofo, eu amava muito esses três bagunceiros. Demetria abriu as caixinhas e viu os corações de papel que eles tinham pintado e feito para ela.

“Ele falou que é para você guardar mamãe, que você vai cuidar muito bem deles.” – Wil falou.

“Onde você vai guardar mamãe? – Cecíl perguntou.

“Eu vou guardar em um lugar muito especial meus anjinhos.” – ela falou e sorriu para eles.

“Agora é o seu papai.” – Alice era uma dedo duro, eu tinha pedido para ela não falar nada sobre o meu presente.

“Eu vou ganhar o seu coração também?” – ela perguntou divertida.

“O meu já é seu há muito tempo amor.” Ela me olhou apaixonada e enrubesceu. Demetria não conseguia esconder nada de mim e nesse momento eu sabia que ela estava afetada. Era incrível como a nossa química era forte, eu era louco por ela, praticamente um viciado e quanto mais eu tinha, mas eu queria. A entrega dela e a forma como ela me dava o controle do seu corpo e do seu desejo me deixavam fascinado, mesmo depois de tudo que tinha acontecido ela ainda confiava em mim. Depois que ela me perdoou eu nunca mais dei nenhum outro motivo para ela voltar a se decepcionar comigo. É claro que de vez enquanto nós brigávamos, eu morria de ciúmes dela e ela também morria de ciúmes de mim, eu adorava vê-la brava por causa disso. Eu tive que dizer a ela várias vezes que não tinha motivo para ciúmes, Demetria era a única em minha vida, acho que mesmo que eu tentasse eu não conseguiria me envolver com outra mulher, meu corpo tinha uma dona e era ela.

“Você gosta de me fazer chorar não é?” – ela perguntou assim que saímos do quarto dos gêmeos.

“Se for de felicidade sim, eu gosto.” – falei e puxei-a para os meus braços.

“Eu amo ver você assim toda feliz, não tem nada que me deixe mais satisfeito do que saber que você está bem.” – afastei algumas mechas de cabelo do seu rosto, eu sabia que nós tínhamos que sair, mas tê-la aqui tão perto me fez pensar em outras coisas que eu gostaria de fazer mais tarde.

“As vezes eu queria saber o que aconteceu para você mudar tanto Joseph , se eu já te amava antes agora então eu não tenho nem palavras para dizer o que eu sinto. Eu tenho muito orgulho de você.” – ela falou baixinho e emocionada.

“Você realmente não sabe o que aconteceu?” – Demetria balançou a cabeça negativamente e sorriu.

“Você meu anjo, aconteceu você.”

                                                 FIM
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Oi meninas, então é isso mais uma história que se avaba, espero que tenha gostado, beijos.

sábado, 26 de março de 2016

Capítulo noventa e um


Joseph

"Porque tudo de mim

Ama tudo em você

Amo suas curvas e todas as suas arestas

Todas as suas imperfeições perfeitas

Dê o seu melhor para mim

Vou dar tudo de mim para você

Você é o meu fim e meu começo

Mesmo quando eu perder estarei ganhando

Porque eu te darei tudo, tudo de mim E você me dará tudo, tudo de você."



Eu estava tentando controlar o meu nervosismo, mas quando vi Demetria caminhando em minha direção eu não consegui. Ela estava perfeita e o meu coração parecia querer pular para fora, eu me sentia como um garoto de 15 anos apaixonado pela primeira vez. O frio na barriga que eu estava sentindo era algo novo para mim e quando ela sorriu e me olhou eu me senti atingido por todas as melhores sensações do mundo, ela era linda e era minha. Não consegui pensar em nada além do quanto eu a amava, eu seria capaz de tudo por esse amor e eu faria o possível e o impossível para fazê-la feliz. Depois de tudo que ela passou em sua vida ela merecia um pouco de paz e felicidade. Quando ela chegou na minha frente eu vi o brilho dos seus olhos. Eu acho que eu estava mais emocionado do que ela porque eu quase não estava conseguindo disfarçar as lágrimas que queriam cair.

“Eu amo você.” – sussurrei para que só ela ouvisse e dei um beijo em sua testa. Ela não precisava nem responder eu sabia que ela me amava, Demetria era tão transparente que eu sentia o seu amor em cada gesto e olhar que ela me dava.

Demetria

“E eu os declaro marido e mulher.” – o juiz de paz falou. Olhei para o Joseph e vi os olhos dele marejados, ele acabava comigo quando ficava assim. Ver um homem como ele emocionado me deixava ainda mais apaixonada. A cerimônia foi perfeita, Joseph conseguiu me surpreender e quase me fez chorar enquanto eu caminhava até ele. A decoração estava linda e como ele deixou a sua mãe encarregada de tudo eu ainda não tinha visto nada, as tendas para os convidados, o tapete de pétalas de rosas brancas e o coral, tudo foi tão incrível que eu me senti como em um conto de fadas.
Ele tinha concordado em um casamento pequeno e no campo, eu sempre sonhei com isso e lá no fundo eu sempre quis que fosse com ele. Hoje eu percebo que a vida realmente escreve certo por linhas tortas. Joseph mudou a minha vida e eu não digo a de agora, eu sinto que desde o momento em que eu o conheci tudo virou de cabeça para baixo, ele bagunçou só para depois colocar cada detalhe em ordem. Eu o perdoei por tudo que ele me fez, eu entendia o seu comportamento o seu medo de se entregar e principalmente a sua insegurança. Joseph teve que sofrer muito para se tornar o homem que é hoje e isso só o faz mais merecedor aos meus olhos, ele poderia ter desistido de tudo e dar às costas ao que ele sentia por mim, mas não foi o que ele fez.

“Sra. Hudhman eu acho que o seu marido deseja um pouco de atenção.” – Joseph sussurrou em meu ouvido, eu tinha acabado de cumprimentar alguns convidados.

“É só isso que ele deseja?” – eu perguntei percebendo que ele estava cheio de segundas intenções.

“Eu acho que não.” – ele falou sacana e me beijou, fiquei sem graça porque eu sabia que todo mundo prestaria a atenção.

“Você é minha esposa agora anjo, eu posso beijar você a hora que eu quiser.” “Eu sei amor.” – sorri para ele, eu ainda não podia acreditar que tinha me tornado sua esposa.

                                               ***

Passamos a nossa Lua de mel em Toquay na Inglaterra mesmo, porque nenhum dos dois queria deixar a Cecil  por muito tempo. Ficamos dois dias inteiros curtindo um ao outro, quase não saímos do quarto do hotel, Joseph tinha outros planos para mim que envolvia uma cama e sexo, muito sexo. Amei cada minuto da nossa viajem, e combinamos que assim que a Cecil estivesse maior faríamos outra com toda a família.

“Eu não me canso de você.” – ele falou ofegante ao meu lado, me sentei em seu quadril e fiquei por cima.

“Então você tem sorte amor porque eu também não me canso de você.” – nos beijamos e fizemos amor mais uma vez. Na manhã seguinte nós dois voltaríamos a nossa rotina maluca e teríamos que ficar nos esgueirando sempre que quiséssemos ficar juntos, não que isso fosse ruim, pelo contrário era até mais excitante.

Joseph

Olhei Demetria dormindo ao meu lado e agradeci a Deus pelo dia em que a conheci, eu nunca fui homem de muita fé e muito menos que acreditava em destino. Mas era impossível não pensar que tudo estava predestinado, que ela seria a mulher que me tornaria um homem melhor e que me faria enxergar a vida com outros olhos.

Desde que ela me perdoou e me aceitou de volta eu fazia o possível para fazê-la feliz, eu teria a vida inteira para me redimir por tudo que eu fiz a ela e mesmo assim eu ainda achava pouco. Demetria sempre foi uma mulher tão forte e decidida nunca abaixou a cabeça para ninguém e muito menos se entregou diante das dificuldades, essa era uma das qualidades que eu mais admirava nela. E por mais que eu fosse um homem forte e decidido, ela era o meu porto seguro, independente de onde eu estivesse e o que acontecesse é para ela que eu sempre voltaria, ela era a minha casa e com toda certeza o meu destino.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Capítulo noventa


Joseph

Quando ela me beijou eu me forcei para conseguir me controlar, eu não queria apressar nada com o meu desejo desenfreado. Eu não sabia o que era ter sexo desde a última vez que ficamos juntos. Eu estava morrendo de tesão, mas não queria perder nenhum detalhe, eu queria tudo da Demetria e eu teria. O gosto da sua boca conseguia me deixar maluco, eu não conseguia parar nem para pensar direito, eu estava perdido. Quando ela gemeu baixinho eu abri meus olhos e a encarei enquanto nos beijávamos, eu senti tanta falta do cheiro dela, dessa boca gostosa e de tudo que ela representava.

“Demetria...”

“Huumm.” –

“Amor eu preciso saber se você quer isso, porque se você não estiver preparada nos temos que parar.” – eu já estava muito excitado se continuássemos eu não conseguiria parar depois.

“Eu quero Joseph .” – ela falou com voz fraca, merda ela estava tão afetada quanto eu.

“Eu quero amar você anjo, cada pedacinho do seu corpo.” – sussurrei em seu ouvido e percebi quando os pelinhos da sua nuca arrepiaram. Demetria me olhou e começou a tirar o meu casaco, tirei suas mãos e abri seu hobby deixando que ele caísse no chão. Ela usava uma camisola de seda curtinha por baixo que marcava a sua barriguinha linda. Voltei a olhar para ela e fui subindo o vestido até tirar por completo. Admirei seus seios já bem maiores e fui descendo o meu olhar. Eu nunca pensei que o corpo dela pudesse ficar ainda mais sexy, quando cheguei em sua calcinha fiquei sem fala, ela sabia como eu gostava desses shortinhos de renda que ela usava.

“Você tem noção do quanto é linda?” – falei baixinho e não tirei os olhos dela, a respiração dela estava descompassada e eu vi quando ela puxou o ar tentando se controlar. Eu gostava assim...

“Eu preciso sentir você.” – ela falou, eu sabia o que ela precisava, seu corpo não conseguia esconder nada de mim, os bicos dos seus seios estavam durinhos e a pele em volta toda arrepiada, ela estava começando a enrubescer e o vermelho ia descendo por seu pescoço e colo, eu ficava louco quando eu a via assim. Beijei sua boca novamente e fui deixando um rastro até o seu pescoço, o cheiro da Demetria me atiçou e eu tive que mordiscá-la. Ouvi mais um gemidinho e eu sabia que ela já deveria estar louca.

“Deita na cama anjo.” – eu falei e ela me olhou confusa, mas foi. Enquanto observava ela tremendo de expectativa eu fui tirando a minha roupa, olhei cada pedacinho do seu corpo ali na cama, aquela mulher era minha e eu a teria toda dentro de alguns instantes. Meu pau reclamou dentro da cueca. Porra! Ele teria que ser paciente, eu não faria nada com ela ainda, eu tinha outros planos antes. Subi na cama e puxei sua calcinha, abri suas pernas e fiquei entre elas, essa era melhor visão do mundo. Ela entreabriu a boca como se quisesse falar alguma coisa, mas depois desistiu. Aproveitei a sua rendição e fui passando delicadamente meus dedos em suas cochas até chegar por trás no seu bumbum. Puxei-a pelo quadril e quando ela gemeu eu afundei a minha língua em sua buceta, senti seu gosto doce e aproveitei, ela estava tão molhadinha e quente que meu pau latejou ansioso mais uma vez.

“Ahhh...” – ela gemeu, eu não queria sair, não até eu saciar a minha vontade que era muita. Continuei chupando e sugando tudo que ela tinha para me dar, eu não queria parar. Senti quando ela pressionou as pernas contra mim, e provoquei ainda mais, enfiei dois dedos dentro dela e comecei a chupar seu clitóris. Minha Demetria suspirou forte enquanto eu fazia os movimentos de vai e vem, eu deixaria ela gozar assim, eu gostava de assistir ela vindo.

“Joseph não para...” – merda, pela forma em que eu estava excitado eu estava começando a achar que assim que eu entrasse nela eu gozaria.

“E quem disse que eu pretendo parar amor?” – continuei a provocá-la e quanto mais ela se contorcia, mas eu a chupava ouvi quando ela deu um gritinho e suas pernas fecharam com força, meus dedos ainda estavam dentro dela e eu fui capaz de sentir sua bucetinha apertandoos, tirei meus dedos e voltei a chupar a sua entradinha, agora era a melhor parte sua excitação escorria e eu lamberia tudo, cada gotinha do seu prazer, eu amava tudo dela.
Afastei suas pernas e fiquei ali sentindo o seu gostinho, quando eu vi que ela estava recuperada do orgasmo eu lhe dei um beijo molhado e ela suspirou.
“Esse foi o melhor.” – ela sorriu e ao mesmo tempo em que eu senti meu coração quase pular pela boca o meu pau doeu em protesto.

“Eu vou amar você anjo eu não estou aguentando mais...” – falei e voltei a beijá-la, ela já estava encharcada para me receber eu só precisaria manter o controle para não acabar com isso antes do tempo.

Deitei-me por trás dela e a posicionei de lado, essa era uma posição que eu sabia que não seria desconfortável ela. Eu estava morrendo de tesão, mas com muito medo de machucá-la. Quando senti meu pau entrando dentro dela eu cerrei os dentes, ela estava ainda mais gostosa do que me lembrava, tão apertadinha que eu só consegui entrar porque ela está molhada. Assim que meu pau se acomodou dentro eu comecei um vai e vem lento que a fez gemer baixinho, tapei sua boca com a minha e a beijei, a excitação só aumentou e eu fui ficando cada vez mais perto de gozar.

“Joseph mais...” – Mais o que? Mais forte ou mais fundo? Eu estava tentando me controlar só que ela não estava ajudando, ela começou a rebolar a bundinha enquanto eu a penetrava, foda, agora era ela que estava me provocando. “Amor, calma.” – ou ela parava ou eu gozaria.

“Eu preciso de mais Joseph .”

“Se eu te der mais eu gozo.” – sussurrei em seu ouvido. Afundei meu rosto em seus cabelos procurando manter a calma, só que não adiantou muito ela parecia impaciente. Desisti e aumentei o ritmo. Eu precisava de um alívio, eu esperei por muito tempo para tê-la em meus braços novamente eu não conseguiria segurar muito mais.

“Huuummm amor...” – ela gemeu e eu chupei seu pescoço com força, enquanto apertava levemente o bico dos seus seios.

“Você está muito gostosa amor, eu não vou aguentar...” – ela estremeceu em meus braços, Demetria era tão sensível, seu corpo sempre respondeu ao meu com tanta intensidade e entrega que era impossível não deixá-la satisfeita. Seu orgasmo veio mais uma vez e eu me esforcei para sentir tudo, a sensação do meu pau sendo sugado por aquela bucetinha era incrível. Quando ela olhou para mim e disse que me amava eu não aguentei e gozei. Gozei tão forte e intensamente que esse foi de longe o melhor orgasmo da minha vida. Meu corpo sentiu tanto a sua falta que essa foi a única forma de reclamá-la novamente, agora ela era minha e dessa vez era para sempre.

Dois meses depois...

Joseph

“Porque essa demora mãe?” – eu perguntei impaciente, eu já estava nervoso por causa da espera, Demetria tinha entrado em trabalho de parto essa manhã e eu estava desesperado. Eu me lembro das horas infernais que passei dentro do hospital quando ela teve os gêmeos, pensar que eu poderia tê-la perdido ali, eu não queria pensar que isso poderia acontecer de novo.

“Joseph acalme-se, a doutora não falou que ela está bem.” Sim ela falou, mas eu não via hora de colocar os olhos no meu anjo e na minha filha. Eu estava tão orgulhoso em ser pai que eu não conseguia entender como eu pude ter feito as escolhas que fiz no passado. Pensando bem eu acho que entendia, antes da Demetria aparecer na minha vida, eu era um idiota egoísta, eu nunca pensei que eu me apaixonaria por alguém depois que eu perdi a Gigi. Na minha cabeça eu a amava, mas o que eu sentia por ela não chegava nem aos pés do que eu sinto pelo meu anjo hoje. Vi quando Carla se aproximou sorrindo, e meu corpo relaxou um pouco.

“ Foi tudo bem Joseph , ela já está no quarto com a sua filha, você quer ir vê-la?” – é claro que eu queria. Assim que entrei no quarto eu vi o seu rosto feliz e as lágrimas que ela já tinha deixado cair, essa era a minha mulher, a única.

“Amor como você está?” – o parto tinha sido normal e eu sabia que ela deveria estar cansada.

“Eu estou ótima, Joseph .” – sorri de volta para ela, nosso bebê estava em seu colo eu não aguentei ver as duas assim, ela parecia tão plena. Eu tinha tanto a agradecer por tudo que ela estava me dando. Várias vezes eu me perguntei se eu realmente merecia ter ela e os gêmeos na minha vida. Meus pequenos me faziam tão feliz, era um amor tão puro que toda vez que eu os ouvia me chamando de papai eu ficava emocionado. E agora a nossa família estava completa.

“Eu amo você anjo.” – eu sussurrei perto dela, Demetria me olhava encantada e os seus olhos brilhavam tanto que sabia que ela deveria estar muito feliz. “Eu posso ver a minha netinha?” – Minha mãe entrou logo atrás e falou. – “Ela é linda, se parece tanto com o Joseph quando era bebê.” – Demetria sorriu e continuou a conversar com a minha mãe. Afastei-me e tentei controlar a minha emoção, eu não era um homem que chorava assim, mas toda vez que eu percebia a sorte que eu tinha eu não conseguia me segurar, eu nunca quis nada disso, esse nunca foi o meu sonho e agora era o único motivo pelo qual eu queria viver.

Demetria

Eu fiquei tão feliz quando peguei minha princesinha no colo. Saber que ela era minha e do Joseph , que tinha sido um presente em nossas vidas me deixou emocionada, principalmente depois que eu o vi babando em cima dela. Eu não entendia como Joseph nunca quis ser pai, ele era maravilhoso, tão carinhoso e dedicado que eu podia dizer que ele tinha nascido para isso.

“Vocês já escolheram o nome?” – Anita perguntou e eu balancei a cabeça, eu queria esperar, ver o seu rostinho para poder decidir.

“Já.” – O Joseph falou e eu olhei surpresa para ele, eu já tinha conversado com ele sobre isso.

“Joseph ?” – eu perguntei.

“Eu pensei em Cecília, o que você acha amor?” – Ele não poderia estar falando sério, ele sabia que esse era o nome da minha mãe.

“Eu amei...” – olhei minha pequena e gostei de como soaria, minha Cecília.

“Cecília é lindo Joseph .” – Anita falou.

“Você gostou mesmo? Eu só pensei, se você quiser podemos escolher outro.” – ele falou com medo que eu tivesse ficado chateada.

“Eu achei perfeito Joseph , você não poderia ter escolhido um nome melhor.” – sorri para ele e o vi relaxar.

Joseph às vezes ainda ficava tenso ao meu lado, eu acho que ele tinha medo de dizer ou fazer algo que me magoasse. Eu até tentei explicar a ele que seria impossível nunca brigarmos ou se irritar um com o outro, a única coisa que não podia acontecer é ele me decepcionar novamente.

                                                ***

Dois meses passaram voando e com eles o nosso casamento se aproximando, eu estava ansiosa, nervosa e tudo mais que eu poderia estar. Eu casaria com o amor da minha vida e eu não podia estar mais feliz. Joseph passou as últimas semanas trabalhando muito para recuperar o tempo perdido dos últimos meses, mas ele sempre me ajudava com Cecília e os meus pequenos quando chegava do trabalho. Era bom ver a casa cheia, Alice e Wil estavam cada dia mais sapecas e espertos, os dois eram apaixonados pela irmãzinha e o Wil conseguia deixar bem claro que não gostava que todo mundo a pegasse no colo. Meus bebês eram tão diferentes um do outro. Enquanto Alice me lembrava o Wilmer, sempre de bom humor e com um sorriso no rosto. Wil era mais protetor e muito mais decidido, tudo tinha que ser do jeitinho dele.

“Nós vamos ter mais um?” – Joseph se aproximou e falou, eu estava no quarto da Cecília observando ela dormir enquanto ele terminava o seu banho.

“Você ficou louco?”

“Não.” – ele falou com a testa franzida e eu percebi que ele estava falando sério.

“Talvez um dia, bem lá na frente amor, agora eu só quero curtir você e os três.”

Ele sabia que eu já tinha feito planos de voltar para faculdade assim que a Cecília fizesse seis meses e que eu continuaria a trabalhar para o Louis. Ele não gostou muito quando eu falei, mas invés de brigar comigo me deu todo o apoio. Joseph me surpreendia em
detalhes, ele estava se esforçando para ser menos controlador, tratava Ângela melhor e até me escutou quando eu falei para ele não arrumar confusão com Matheus, eu estava muito orgulhosa dele.

“Você está nervosa?” – nosso casamento seria daqui a três dias.

“Muito Joseph .” – me virei para ele e ele pegou na minha cintura.

“Eu também.” – ele falou sério e eu sorri achando graça.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Capítulo oitenta e nove

Demetria

Observei Alice e Wil dormindo tranquilamente na minha cama, ela ainda estava manhosa e eu não queria ficar longe dela, já o Wil passou o dia inteiro seguindo a irmã, eu acho que ele entendia o que tinha acontecido e não queria perdê-la de vista de jeito nenhum. Louis e Edgar vieram visitar a minha sapeca e o Louis achou melhor que eu passasse o dia em casa com eles. Eu gostava do meu trabalho, mas eu não queria ficar longe dela. Ainda sentada na poltrona do meu quarto e olhando meus pequenos eu pensei na mensagem que tinha mandado para o Joseph . Eu achei que ele fosse me ligar depois de receber, mas nada, ele não fez absolutamente nada. Eu estava me sentindo uma idiota.
Meu maior medo é que ele não me amasse mais, e se ele tivesse saindo outra mulher? Senti meu peito apertar, eu não deveria pensar em nada disso, não deveria. Mesmo sem sono eu me aconcheguei do lado dos gêmeos e me obriguei a dormir, amanhã seria outro dia.

Joseph
Meu voo aterrissou, mas invés de ir direto para a Casa Grande eu parei no flat que eu tinha passado os últimos meses, tomei um banho, me barbeei e tentei cochilar alguns minutos. Quando deu 8h00 eu já tinha desistido de esperar e fui atrás dela. Há essa hora eu duvidada que Demetria e os gêmeos estivessem acordados, mas eu não queria esperar. Eu tinha o sistema de segurança da casa e entrei sem problemas, acabei dando de cara com Ângela que me olhou assustada.
“Tudo bem Ângela?” – perguntei me esforçando para não ser grosso com ela.
“Tudo bem sim, a Maria não me avisou que o senhor chegaria.”

“Nem ela sabia Ângela, onde está a Demetria?”
“Ela ainda está na cama senhor e os gêmeos estão com ela.” – melhor ainda. “Eu vou subir.” – falei e passei por ela apressado.

Entrei no quarto e encontrei Demetria deitada, o Wil com a mãozinha em sua barriga e a Alice encolhidinha do outro lado dela. Os três dormiam tão serenamente que eu não queria atrapalhar, mas também não pretendia sair. Um sentimento de posse me invadiu, eles eram meus, a minha mulher e os meus filhos. Eu não deixaria ninguém tirar isso de mim.


Demetria

Acordei com a minha cama vazia, olhei para o lado e não encontrei nenhum dos meus pequenos, achei estranho porque Ângela nunca fazia isso. Sentei-me na cama me espreguiçando e já pensando em tudo que eu tinha que fazer mais tarde, quando olhei para o canto do meu quarto eu fiquei assustada, eu não podia acreditar no que eu estava vendo.
“Joseph ?” – o que ele estava fazendo aqui?
“Bom dia, Demetria.” – ele falou enquanto estudava a minha reação. O que eu respondia? A ficha ainda não tinha caído.
“Bom dia.” – ele continuou me olhando e eu fiquei desconcertada.
“Porque você veio Joseph ?” – perguntei enquanto me levantava da cama e vestia o meu hobby.
“Eu também sinto a sua falta.” – ele tinha vindo só para me dizer isso?

“Você poderia ter me ligado e falado, você não precisava ter tido todo esse trabalho.” – eu senti que ele queria se aproximar de mim, mas recuou.

“Eu precisava sim, você merecia ouvir isso pessoalmente anjo.” – Joseph tinha emagrecido isso era visível, seu rosto não parecia o de um homem que andou se divertindo muito.
“Eu fiquei tão feliz quando recebi a mensagem Demetria que eu não me importei com mais nada, eu só queria voltar e falar isso para você.” – ele falou com a voz meio fraca. Eu não sabia o que falar, eu estava emocionada e ao mesmo tempo assustada eu nunca pensei que ele largaria tudo para vir me dizer isso.
“Eu preciso que você me perdoe anjo. Diga que eu posso voltar para casa e que seremos uma família de novo, por favor.”

“A precisamos conversar antes Joseph .”

“Eu faço o que você quiser, eu só não aguento mais sofrer Demetria, eu não quero ficar sem você de novo.” – eu sentia o sofrimento das palavras dele, eu não podia acreditar que o Joseph estava tão abalado por causa da nossa separação.

“Eu te perdoo por não ter acreditado que esse filho é seu, eu entendo que você pensou que não poderia ter filhos, além disso, foi uma surpresa para nós dois. – ele me ouviu atento. – Mas eu não consigo te perdoar pela forma como você me tratou Joseph , como você pode dizer que me ama e me ofender na 
primeira oportunidade?”

“Eu sinto muito.”

“A questão não é o que você sente, eu não aguento mais ser mal tratada por você, eu não mereço.” – eu falei e o vi fazendo um esforço para não vir até mim.

“Eu não quero mais fazer você sofrer, isso me machuca também, eu só quero fazer você feliz anjo, eu não vou mais magoar você eu...”
“Eu não quero ouvir palavras bonitas Joseph , isso não me impressiona.”

“Eu sei, mas tudo que eu estou falando é de coração, eu não aguento ver você triste meu amor, saber que eu que causei isso então me destrói.”

“Tanta coisa ficou mal explicada Joseph , nós tivemos tantos problemas que eu não sei como eu posso simplesmente esquecer e voltar para você.” – ele me olhou assustado.
“Por favor, eu...”

“As coisas poderiam ter sido tão diferentes, nós poderíamos estar juntos agora entende? Eu amei você e o que eu recebi em troca?”

“Você ainda me ama não é?” – ele perguntou contrariado e dessa vez ele não conseguiu ficar afastado ele veio na minha direção e eu fiquei sem reação.
“Você tem que me amar, porque eu amo você anjo, amo mais do que tudo nessa vida eu não vou aguentar se você disser que não sente mais o mesmo.” – ele falou e passou a mão em meu rosto, ele estava tão próximo que eu não soube nem o que responder, eu sei que tinha mandado aquela mensagem para ele, mas vendo-o aqui, agora eu estava confusa.“Porque tudo tem que ser tão difícil com você? Porque não podemos ser um casal normal? Eu quero uma vida assim Joseph , eu quero ser normal pelo menos uma vez na minha vida. – eu senti as lágrimas caindo e me afastei. – eu quero dar aos meus filhos tudo que eu não tive só que com você vai ser impossível.”

“Não vai ser não, eu sou o único que pode fazer você feliz e você sabe disso. – ele respirou fundo e continuou. – eu vou dar tudo que você merece, nós vamos ser felizes, eu juro.”
“Eu queria tanto acreditar em você.”
“Acredite amor, eu não teria largado tudo se você não fosse importante para mim, eu não teria feito metade das coisas que eu fiz se eu não te amasse, eu achei que eu sabia o que era o amor, Demetria, mas eu só descobri quando eu conheci você. – eu me surpreendi com o que ele falou, eu sempre achei que o amor da vida dele fosse Gigi. – "Nada do que eu senti antes se compara ao que eu sinto por você, eu deveria ter percebido isso antes.” Ele estava me dizendo que eu realmente tinha ouvido? Ele não poderia...

“Diz alguma coisa Demetria pelo amor de Deus.”

“Eu amo você.” – eu falei baixinho, eu poderia brigar com ele e falar tudo que eu achava que ele merecia, mas para que? Eu o amava, eu...
“Mais do que você amava Wil?” – que pergunta era essa?

“Joseph ...” – se ele começasse com o seu ciúme e acusações eu o mandaria embora.

“Você tem ideia do quanto eu sofri no dia que você disse que eu deveria ter morrido? Que era o Wil que você queria? – ele desviou o olhar do meu. Eu fui deixado duas vezes por ele Demetria, duas mulheres que foram importantes na minha vida me abandonaram por causa dele, eu só acho que eu tenho o direito de saber.” – ele estava chorando?

“Eu sinto muito que eu nunca falei nada, mas eu acho que eu preciso explicar como as coisas aconteceram Joseph , porque eu amei sim o Wil, amei muito – nós nunca conversamos sobre isso - e eu achei que não fosse aguentar quando eu o perdi, mas em todo o momento eu me perguntei, e seu eu tivesse perdido o Joseph ? Eu teria seria feliz com ele? As coisas teriam ficado bem? Eu posso ser injusta com tudo o que o Wil significou para mim, mas eu sempre tive certeza que se eu tivesse perdido você eu nunca teria sido feliz com ele, porque eu teria morrido junto com Joseph .” Ele me olhou e eu não sei o que eu vi em seu olhar. Eu tinha acabado de lhe contar a única coisa que eu sempre tive vergonha de admitir até para mim mesma.

“Então você me ama?” – ele deu um sorriso ainda meio triste, balancei a cabeça e ele veio até mim.

“Eu preciso do seu perdão amor. – ele pegou em minhas mãos. – eu quero ser um homem melhor por você.”

“Eu só quero que antes de voltar você entenda Joseph que eu tenho 
muito mais a perder do que você, eu tenho os gêmeos e a nossa filha eu não posso fazer com que eles sofram.”

“Os nossos filhos.”

“O que?”
“Os três são meus filhos.” – ele estava falando sério?

“Eles são meus Demetria, assim como você é minha. – ele me puxou contra ele. - Se você me der uma chance eu vou provar para você que eu mudei e que eu posso ser o melhor marido e pai desse mundo.”

“Essa é última vez Joseph ...”

“Eu não vou precisar de mais nenhuma.” – ele sorriu satisfeito, ele estava me segurando tão perto dele que...
“Joseph o que você está fazendo?” – eu perguntei quando vi ele se ajoelhando na minha frente. Eu não podia acreditar que ele ia fazer. Ai meu Deus!

“Até hoje eu não entendo o que aconteceu comigo quando eu coloquei os olhos em você pela primeira vez, a única coisa que eu pensei foi que eu estava muito fodido. – eu ri – eu fiquei tão impressionado com você, foi a sensação mais louca que já tinha sentido. Eu posso ter demorado a perceber anjo, mas eu acho que te amo desde o primeiro sorriso que você me deu, porque eu não sei se eu já te falei, mas eu amo o seu sorriso. – comecei a chorar e ele se esforçou para continuar. - Eu quero acordar e dormir todos os dias daqui para frente vendo você sorrir e eu quero ser o motivo deles. Eu sei o quanto você odeia promessas, mas eu prometo amor que se você aceitar se casar comigo eu vou fazer você sorrir todos os dias para o resto de nossas vidas.” Olhei para ele estupefata, essa tinha sido a coisa mais linda que ele já tinha me dito.
“Amor?” – ele abriu uma caixinha pequena que tinha em seu bolso e eu vi o anel mais perfeito do mundo.

“Você aceita ser minha esposa Demetria?”
“Eu... Eu aceito.” – eu falei tentando enxugar as lágrimas teimosas que não paravam de cair. Joseph se levantou e colocou o anel no meu dedo e me olhou.
“Esse anel era da minha avó Demetria e ela o deu para o Edgar quando ele pediu a sua esposa em casamento, eu ainda não entendo porque ele me deu, mas eu achei perfeito. – eu também tinha achado. Pelo que ele me contou, meu avô a presenteou depois do nascimento do terceiro filho deles, por isso os três diamantes.” – ele estava sério. – Eu tenho esse anel comigo desde que nós nos mudamos para Nova York amor eu só estava esperando o momento certo sabe? Quando eu descobri que teríamos um filho eu iria te entregar. Mas você não aceitou se casar comigo.”
“Ele é lindo...” – eu falei emocionada.

“Cada diamante desses representa um dos nossos filhos anjo, e eu quero que você os leve sempre com você.” – Como ele podia falar essas coisas tão lindas e esperar que eu não chorasse? Joseph não era esse tipo de homem eu não estava acostumada com esse novo lado dele. Olhei em seus olhos que estavam marejados de emoção e o beijei. Eu precisava dele não tinha jeito. Joseph passou a mão pela minha nuca e aprofundou o nosso beijo, eu me senti amolecer em seus braços, eu senti tanta falta dos seus beijos.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Capítulo oitenta e oito

Joseph

Acordei com uma sensação estranha, depois de ter falado com os gêmeos eu fiquei tão feliz que não consegui pensar em mais nada. Maria evitou tocar no nome da Demetria, e me garantiu que estava tudo bem com ela e a minha filha. Então eu não entendia o que estava sentindo, me levantei e fui tomar um banho gelado para aliviar a tensão. Se aqui era de manhã em Nova York ainda era madrugada e meus anjinhos deveriam estar todos dormindo. Assim que amanhecesse eu ligaria para a Maria e pediria para ela ficar de olho na Demetria, algo dentro de mim dizia que ela não estava bem. Me arrumei e fui para o escritório, eu teria que me preparar para a reunião que teríamos com os novos sócios dentro de alguns dias, meu pai contava comigo para conseguir convencê-los a investir a quantia que ele queria no projeto da nova filial.

“E porque você não me ligou Maria?” – ela estava me contando que o Wil tinha visto o telefone essa manhã e chamado por mim. Meu garotão era esperto e eu sabia que dos dois ele é quem mais sentia a minha falta.

“Eu pensei que você estaria ocupado Joseph .”

“Eu sei que pode parecer besteira Maria, mas não tem nada mais importante para mim hoje do que os gêmeos e a Demetria.”

“Eu sei querido e eu sinto muito por tudo que está acontecendo, eu já tentei colocar algum juízo na cabeça da Demetria, mas ela é teimosa ontem mesmo ela chegou cansada e ainda teve que sair com o...” Maria parou, alguma coisa tinha ai.

“Saiu com quem Maria?”

“Ela teve que ir a um desses eventos de trabalho Joseph, o Louis pediu que ela fosse com o Matheus.” – Matheus de novo, quando esse idiota perceberia que Demetria era minha?

“E ela chegou que horas?”

“Eu não sei querido eu e Ângela já estávamos deitadas.” – respirei profundamente tentando controlar a raiva que eu estava sentindo.

“Maria você acha que algum dia ela vai me perdoar?” – eu odiava sentimentalismos, mas eu precisava saber.

“Ela te ama Joseph .” – eu tinha minhas dúvidas depois da nossa briga sobre o Wilmer. Se ele estivesse vivo era obvio que eles já estariam casados e eu nunca teria tido a chance de ter ela na minha vida. Pensar nisso me doía, saber que eu só tinha ela porque o meu primo não estava mais aqui me fazia me sentir um verdadeiro sacana.

“Cuide dela para mim Maria.” - eu falei com a voz sobrecarregada.


 Demetria

Depois da discussão que tive com o Matheus há alguns dias eu fiquei balançada, a vontade que eu tinha era de ligar para o Joseph e pedir que ele voltasse para casa, mas e as consequências de aceitar ele de volta? E se ele tivesse se envolvido com alguém nesse meio tempo? Meu telefone tocou e eu vi que era ele, senti um friozinho na barriga só que eu não pretendia atender, não quando eu estava me sentindo tão vulnerável.

“Atende menina.”

“Não.” – respondi para Ângela, até ela achava que eu estava errada em ignorar o Joseph do jeito que eu estava fazendo.

“Se você não quer fazer isso por você faça pelos gêmeos e pelo seu bebê, Demetria. Eles não merecem ficar longe do Joseph .”

“Má a issi.” – Wil entrou correndo pelo quartinho do bebê que estávamos terminando de decorar e arrumar.

“ A Lici fez o que amor?” - perguntei para ver se ele ia saber contar o que a Alice tinha feito.

“Issi” - ele falou de novo.

“Eu acho que ela está chorando Demetria.” – Ângela falou e saiu atrás da minha pequena. Segurei na mãozinha do Wil e fui ver o que tinha acontecido pela carinha assustada do Wil os dois tinham aprontado alguma coisa.

“Demetria...” – ah meu deus a minha princesinha tinha caído.

“Como você fez isso Alice?” – Ela conseguiu subir na poltrona, pelo visto, e quando foi descer deve ter caído e batido o rostinho. Peguei-a no colo e ela chorou ainda mais, o galo na sua testa estava bem grande.

“Ligue para o médico deles Ângela e pergunte se eu tenho que levá-la ao pronto socorro.” – falei preocupada.

“Issi.” – Wil apontou para a poltrona que ela tinha caído.

“Eu sei amorzinho, a Lice caiu não foi?” – eu perguntei e ele balançou a cabecinha.

“Mamãe já vai dar um jeito nisso Lice.” – falei e puxei seu cabelinho para trás. O quarto dos gêmeos ficava ao lado do quartinho do bebê e nós sempre deixávamos a porta aberta para que eles pudessem brincar.

                                           ***

“Ela vai sentir um pouco de dor, mas não é nada grave Demetria. Eu só quero que você fique atenta se a dor persistir e ela chegar a vomitar, se isso acontecer eu quero essa sapequinha de volta para que eu possa dar outra olhada nela.” – ele falou e eu fiquei mais aliviada. Voltei para casa já exausta, o dia tinha sido uma correria e com a Alice chorando de dor eu quase fiquei desesperada. Assim que cheguei subi com ela no colo, ela estava manhosa e eu a deixaria dormir comigo.

“E Wil ele não vai querer dormir sozinho.”

“Pega ele para mim Ângela, eu vou dormir com os dois.” – eu falei e ela sorriu, dormir com os dois era quase impossível porque cada um me abraçava de um lado e eu não conseguia nem me mexer durante a noite. Com a Alice aninhada e o Wil observando a irmã dormir eu senti falta do Joseph , eu queria tanto o seu apoio nesses momentos, se tinha uma coisa que me surpreendia nele mais do que tudo era a forma como ele amava os meus filhos.

“Pápá.” – Wil falou antes de colocar a cabecinha na minha barriga e dormir, toda vez que ele se lembrava do Joseph meu coração doía e eu me sentia culpada. Ouvi meu telefone tocar novamente e vi que era o Joseph mais uma vez. Fechei os olhos cansada, e pensando no que eu faria para dar um jeito nessa situação.

 Joseph

“O que você acha Joseph ?” – meu pai me perguntou, nós estávamos no meio da reunião e eu não fazia a menor ideia do que ele estava dizendo.

“Desculpe pai eu não prestei a atenção.”

“Nós estamos querendo saber o que você acha do novo orçamento Joseph .”

Voltei à atenção para a proposta a minha frente e nesse exato momento meu telefone vibrou, eu tinha recebido alguma mensagem, pedi licença e fui ver do que se tratava, com a Demetria grávida eu não ia conseguir continuar a reunião sem ficar preocupado.

                                 “Eu sinto a sua falta.”
Como uma mensagem tinha o poder de fazer meu coração quase pular pela boca? Demetria me reduziu a um bobo apaixonado, um homem dependente que eu nunca achei que fosse me tornar. Eu esperei semanas, dias e horas por um sinal de que ela me queria de volta. Eu sofri mais do que eu imaginei ser possível, eu chorei de saudades, perdi noites pensando nela e no quanto eu queria me redimir por tudo que eu fiz. Eu só precisava de uma chance para provar que podia fazê-la feliz para sempre, e essa chance tinha acabado de aparecer.

“Filho aonde você vai?” – meu pai perguntou assim que me viu passar como um furacão pela mesa em que estávamos discutindo os detalhes do novo projeto.

“Eu tenho que resolver um assunto importante pai.” – meu pai poderia lidar sozinho com o restante da reunião, já eu não queria adiar nem um minuto mais o meu retorno a Nova York.

Pensei em avisar Demetria que eu estava voltando, mas depois decidi chegar de surpresa mesmo, comigo lá seria mais difícil ela mudar de ideia.

                                              ***

“Joseph eu preciso de você aqui amanhã.”

“Não tem como eu já marquei meu voo, amanhã na hora da reunião eu já estarei em Nova York.” – meu pai me olhou furioso, dessa vez eu teria que deixar ele na mão, a minha falta nessa maldita reunião não mudaria em nada as decisões dos sócios, o que eu tinha para falar com eles já tinha sido dito.

“O meu erro foi ter abandonado a minha família por uma mulher Joseph . Eu achei que você tivesse aprendido com isso.” “Aprendi, e é por isso que eu vou para Nova York, eles são a minha família pai.” – Eles eram muito mais do que eu merecia eu sabia disso e é por isso que eu não ignoraria a mensagem da Demetria, se ela sentia a minha falta eu já tinha praticamente morrido sem ela.

Capítulo oitenta e sete


Joseph

“Você está me ouvindo Joseph?” – o gerente de contas do meu pai perguntou só que eu não estava prestando atenção em nada. Tudo que eu pensava era no que eu tinha deixado em Nova York. Antes da reunião eu liguei para Maria e fiquei preocupado quando ela me contou que Demetria não estava bem, por mais que eu tentasse eu não consegui parar de pensar nela e muito menos me concentrar em outra coisa.

“Desculpe eu não consigo, vamos remarcar essa reunião tudo bem?” – falei e deixei meu assistente cuidando dos detalhes, meu coração estava apertado, meu peito doía e eu não sabia mais disfarçar a minha infelicidade.

Saí pelas ruas em busca de um pouco de alívio, eu não sei o que estava acontecendo, mas eu estava me sentindo sufocado, toda essa situação estava me deixando uma bagunça, nem eu me reconhecia mais. Até a minha mãe estava preocupada comigo, só que ela não podia fazer nada, só Demetria me pouparia desse sofrimento todo. Eu passava os dias esperando uma ligação, uma mensagem qualquer sinal de que ela estava sentindo a minha falta, mas nada, eu não tinha nada. Eu achei que eu soubesse o que era sofrer por amor, mas nada se compara a merda da tristeza que eu sentia agora, uma dor no peito tão forte e um vazio desesperador. Hoje eu percebo que eu não posso ter amado Gigi, eu sofri com a perda dela, mas não chegou nem perto do que eu estava sentindo. Demetria era a única, era a minha vida. Ela foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido e eu só fiz mal a ela, acho que nem eu tinha esperanças de que voltaria a tê-la em minha vida novamente.

Demetria

Eu não sei como eu me entreguei a essa situação quando eu tinha tanto pelo que lutar, mas desde que o Joseph viajou para Londres eu não conseguia esconder a dor que eu sentia. Eu passei dias chorando por causa dele. Quando ele veio se despedir dos gêmeos eu não quis falar com ele, simplesmente subi para o meu quarto e me tranquei, Maria e Ângela até chamaram a minha atenção, mas elas não entendiam como isso tudo estava sendo difícil para mim.

“Olha quem eu trouxe para poder animar a mamãe.” – Maria entrou com Alice e Wil e eu sorri ao vê-los, meus pequenos já estavam sentindo tanta falta do Joseph que eu não queria que eles percebessem que eu também não estava bem. Alice correu e me abraçou, e o Wil me olhou com aquela carinha triste que ele tinha quando alguma coisa o perturbava.

“O que aconteceu Wil?” – eu perguntei com a minha pequena no colo toda sorridente. Alice era um anjinho que conquistava a todos com o seu jeitinho. Sempre que eu a via assim toda feliz e sorridente eu me lembrava do Wilmer, eles eram tão parecidos que chegava a doer ver nela os detalhes dele.

“Ele não quer falar nada Demetria, nem comer ele quis essa manhã.” – cortava meu coração ver o Wil assim.

“Lice meu amor você quer ir brincar com a Maria?” – perguntei e ela acenou com a cabecinha e mandou beijinho para a Maria toda feliz.

“Que foi meu bebê?” – perguntei enquanto o pegava no colo. A médica já tinha me dito que não era para eu ficar com eles no colo por muito tempo por causa do problema que tive na primeira gravidez, mas com o Wil era impossível não ter que fazer isso.

“Você quer brincar com a mamãe?” – perguntei arrumando seu cabelinho caído na testa.

“Bicá com pápá.” – ele falou baixinho e meu coração apertou só mais um pouquinho.

“Brinca com a mamãe Wil.” – tentei convencê-lo.

“Nã” – Desde quando ele sabia falar não? Sorri ao ver que me anjinho fazendo carinha de bravo, eu podia estar triste com tudo o que estava acontecendo, mas estar perto deles me trazia uma paz tão grande, a minha maior responsabilidade nesse mundo era fazê-los felizes.

                                  ...

Acordei cedo e fui trabalhar. Louis teria uma reunião logo cedo e pediu que eu o acompanhasse. Depois que terminou fomos almoçar no restaurante de sempre e ele acabou me contando que Matheus pretendia voltar para a NY e montar o seu estúdio. Eu sei como ele deveria estar feliz por ter o filho de volta eu só esperava que isso não significasse mais dor de cabeça com o Matheus.

Por mais que eu tentasse, nós não conseguíamos nos dar bem, ele insistia em falar mal do Joseph , em colocar lenha na fogueira e mesmo que eu estivesse magoada eu não gostava de ouvir ninguém falando mal dele. Joseph podia ter os piores defeitos do mundo, mas eu o amava. Voltamos para o escritório e quem eu encontro na minha sala? O próprio.

“Matheus eu estou ocupada.”

“Eu serei rápido linda, meu pai pediu que eu te convidasse para um evento que vai ter de um dos fornecedores da empresa, como ele não vai poder ir ele gostaria que você fosse comigo.” – Porque então ele não falou nada comigo?

“Tem certeza que é o seu pai quem quer isso?”

“Absoluta pode perguntar a ele.” – porcaria eu não conseguia falar não para o Louis.

“Que horas?”

“Eu te pego as 20:00 linda.” – ele sorriu sacana e saiu me deixando ali contrariada. Assim que cheguei em casa avisei Maria e Ângela que eu teria eu sair e pedi que levassem os gêmeos para o meu quarto enquanto eu me arrumava. Eles passavam o dia esperando que eu chegasse, e o momento que eu mais gostava era quando eles vinham me receber.

Sai do banheiro vestindo um roupão e fui escolher o vestido que usaria. No mês anterior eu fui obrigada a renovar o meu guarda roupa por causa das mudanças do meu corpo. Eu confesso que estava estranhando a diferença entre uma gravidez e outra, a minha sorte é que essa estava sendo mais tranquila e sem sustos mesmo com tanta coisa acontecendo.

“Como o Wil se comportou hoje Ângela?” – eu tinha que perguntar porque nos últimos dias ele andava muito estranho.

“Bem menina, o Joseph fez uma chamada de vídeo essa manhã e pediu para falar com ele e Alice você precisa ver a felicidade deles.” – fiquei surpresa com isso, eu sabia que ele ligava sempre e perguntava, mas chamada de vídeo?

“Legal Ângela.” – falei e voltei ao meu vestido, eu não queria pensar no que ele fazia ou deixava de fazer.

“Ele perguntou por você Demetria.”

“É?”

“Ele está tão diferente, parece cansado sabe? A forma como ele falou com os gêmeos me deu até pena.”

“Deve ser o trabalho, Anita me falou que ele teria muita coisa para resolver.” – encerrei o assunto e fui dar um beijinho nos meus bebês antes de me vestir, o Wil estava deitado na minha cama com o dedinho na boca prestes a dormir enquanto a Alice fazia a maior bagunça para chamar a atenção dele.

                                               ***

“Você definitivamente é mulher mais linda aqui hoje.” – Matheus falou e me entregou a taça de água com gás que eu tinha pedido.

“E você o mais mentiroso.”

“Até parece que você não percebeu os olhares que recebe Demetria. Mesmo grávida eu acho que a metade dos homens aqui devem estar babando por você.” – sorri sem graça para ele, eu não sei quanto aos outros homens, mas eu via a forma como o Matheus me olhava e eu não gostava.

“Eu estou cansada Matheus podemos ir para casa?” – nós já tínhamos feito o que era para fazer e cumprimentado todo mundo que era importante, eu só queria ir para casa agora e descansar um pouco. Eu estava com seis meses e mais cedo ou mais tarde eu teria que diminuir o meu ritmo. Chegamos à minha casa e Matheus parecia um pouco contrariado. Ele queria entrar comigo, mas eu nunca o convidaria a essa hora da noite. Ainda no carro eu tentei me despedir, mas ele começou a falar sobre o Joseph e questionar o que eu sentia por ele.

“Você é uma idiota se acha que o Joseph está em Londres sozinho, eu sei como ele é Demetria.” – eu pensei sobre isso mil vezes, eu ficava doente só de imaginar ele com outra.

“Eu não quero falar sobre isso Matheus.”

“Ele deve estar se divertindo e depois vai voltar arrependido e você vai fazer o que? Aceitar ele de volta?” – eu não queria ouvir nada do que ele estava falando eu já estava sofrendo com ele longe pensar no que poderia estar fazendo era muito pior.

“O que eu vou fazer não é da sua conta.” – falei irritada para ele que segurou meu braço e me puxou para perto dele, eu estava desconfortável dentro do carro com ele.

“Me solta Matheus, qual é o seu problema?”

“O meu problema é ter que ver você sofrendo por um homem que se te amasse mesmo não teria ido embora” – tentei puxar o meu braço, mas ele não largou e se aproximou de mim prestes a me beijar.

“Matheus eu não vejo como isso afeta você. Eu estou grávida do Joseph e se você acha que eu teria coragem de...” – eu achava isso nojento, eu nunca iria para cama com um homem estando grávida de outro.

“Eu posso esperar se é o que te preocupa, eu sou bem paciente quando eu quero.” – que babaca.

“Eu amo o Joseph, Matheus.”

“Mas será que ele ainda te ama linda? Você acha que ele ficou esse tempo todo longe de você e não foi para cama com ninguém? Não seja ingênua Demetria, você sabe que o Joseph não é assim” – que merda eu não queria chorar na frente do Matheus, mas tudo que ele estava falando só me deixou mais insegura.

“Fique longe de mim Matheus.” – eu falei nervosa.

“Isso vai ser impossível, você sabe que eu vou montar o meu estúdio na cidade e eu não pretendo me afastar do meu pai por sua causa. Então teremos que nos ver muito. Eu vou esperar paciente o momento em que você vai perceber que não vale a pena esperar pelo Joseph .”

“Deixe-me sair.” – eu pedi já que ele tinha trancado o carro.

“Eu adoro mulher brava.” – ele falou e sorriu, como ele podia levar tudo na brincadeira assim?

“Demetria...” – ele me chamou e eu olhei antes de sair.

“Você merece alguém melhor do que ele você sabe disso não é?” – sai e bati a porta com força, eu estava me sentindo enjoada depois dessa discussão.

Se eu merecia ou não alguém melhor do que o Joseph , já não me importava mais, porque ele era o único que eu queria. Nós tivemos muitos momentos ruins, mas os momentos bons, o apoio que ele me deu quando o Wilmer morreu, a forma com que ele se preocupava com os meus filhos e o fato dele ter abandonado tudo em Londres para vir para Nova York comigo significou muito mais para mim.

Passei a noite pensando no que eu tinha feito, eu o afastei e o expulsei da minha vida, eu sabia como ele sentia falta dos gêmeos e como ele estava magoado por não estar ao meu lado durante a gravidez. No fundo eu sei que fiz isso tudo por raiva e birra eu queria que ele sofresse como eu sofri, mas agora eu já não sabia o que fazer, as coisas meio que fugiram do controle.

Capítulo oitenta e seis


Demetria

“Gande mãã” – Wil falou enquanto passava a mão na minha barriga já redondinha. Eu tinha acabado de fazer cinco meses.

“É um bebê meu amor.”

“Bebê?” – ele perguntou curioso.

“Sim amorzinho um bebezinho lindo igual a você e a Alice.”

“Issi...” – ele apontou para irmãzinha que estava dormindo do outro lado da cama.

“Vem aqui Wil, porque a gente não dorme um pouquinho também?” – ele colocou a cabecinha e as mãozinhas na minha barriga ‘abraçando’ o bebê e fechou os olhinhos.

No dia seguinte eu teria mais uma consulta com a doutora e ainda não sabia se o Joseph iria aparecer, eu estava um pouco arrependida pela forma com que o tratai da última vez que nos vimos. Ninguém mais tinha me falado nada sobre sua viajem e eu estava ficando angustiada...

                                            ***

Saí do consultório um pouco sem graça, Joseph tinha aparecido de surpresa e eu não estava preparada, eu não o via há dias e confesso que fiquei abalada com a sua presença.

“Eu não sabia que você viria.”

“A Carla me ligou avisando que sua consulta seria hoje e eu quis vir.” – eu vi a forma como os dois conversaram durante a minha consulta.

“A Carla...” – merda eu estava morrendo de ciúmes. - “Pelo visto vocês se tornaram amigos?”

“Sim.”

“Joseph sobre aquele dia...”

“Eu não sei se quero ouvir sobre isso aqui Demetria, porque não vamos para o meu flat e conversamos por lá?” – ele falou de forma tão distante que a minha vontade era de mandá-lo ir à merda e o deixar falando sozinho

“Então?”

“Tudo bem.” – eu precisava me desculpar com ele.

Joseph

Chegamos ao meu flat e eu vi quando ela começou a olhar ao redor observando tudo até os detalhes.

“Eu não trouxe ninguém aqui Demetria pode parar de pensar besteira.”

“Eu só vim porque eu queria me desculpar Joseph , eu acho que exagerei aquele dia.”

“Você acha?” – eu não queria soar irônico. – “Mas ao menos aquele dia serviu para mostrar que eu não significo nada para você não é?”

“Eu não quis dizer nada daquilo Joseph .” “Se ele estivesse vivo você estaria com ele não estaria?” – Eu não queria perguntar isso, mas eu nunca fui um homem de fugir da verdade.

“A sua falta de resposta já me diz que o que eu precisava saber Demetria.” “O que você quer, afinal? Depois de tudo o que aconteceu você queria que eu falasse o que?”

“Eu queria que você dissesse que me ama, só isso.”

“Eu falei isso mil vezes para você e o que você fez? No primeiro problema você me largou Joseph , me abandonou e me deixou sozinha para lidar com tudo.” “E eu já pedi desculpas para você, eu quero estar aqui por vocês Demetria, eu quero te ajudar, quero voltar para casa.” “Não.” – ela falou sem pestanejar. “Não? Eu estou te oferecendo mais do que ajuda eu estou te oferecendo o meu amor Demetria e você diz não?”

“Você não percebe que eu não quero você na minha vida e nem na dos meus filhos? Eu não quero que eles sofram quando você der as costas para nós de novo Joseph .”

“Eu estou tentando Demetria, tem semanas que eu espero o dia que você vai me perdoar que você vai perceber que eu mudei e que eu preciso de vocês. – passei  a mão pelo cabelo. Mas toda vez que eu tento chegar perto de você eu sou atacado com sete pedras.”

“Eu tenho que ir.” – ela fez como se fosse sair, mas eu entrei na sua frente. Ela me ouviria até o fim agora.

“Olha eu tenho que viajar daqui a uma semana Demetria, se você me pedir para ficar eu fico, se você falar que me quer de volta eu juro que eu desisto dessa viagem, eu só preciso que você me peça isso.” – as lágrimas começaram a descer do rosto dela e eu odiava quando isso acontecia, eu me sentia tão impotente por não conseguir fazer feliz a mulher que eu amava.

“Eu não vou pedir isso Joseph .”

“Eu preciso de você amor...” – eu estava morrendo de vontade de sentir ela nos meus braços, eu não aguentava mais de tanta saudade.

Nós dois já estávamos próximos e não foi difícil chegar até ela e beijá-la, eu precisava desse beijo tanto quanto eu precisava dela.
Ela cedeu a minha iniciativa e passou a mão pela minha nuca, pressionei meu corpo ao dela e adorei sentir sua barriguinha. Desci minhas mãos até ela e subi sua blusa delicadamente para poder sentir as mudanças do seu corpo. “Me perdoa amor.” – Se eu conseguisse que ela se entregasse eu conseguiria o perdão dela, eu tinha que tentar. Voltei a beijá-la só que dessa vez mais intensamente ela deu a porra de um gemido que fez meu pau já duro pulsar dentro da minha calça. Merda.

"Não dá Joseph . Não dá.” – ela se afastou e eu fiquei sem reação.

“Eu não posso fazer isso, me desculpe.” – ela falou e saiu me deixando ali com a porcaria de uma ereção dolorida e um coração partido.

Demetria

“Menina o que aconteceu agora?” – Ângela veio me perguntar assim que entrei no meu quarto, eu cheguei desesperada em casa e ela viu quando eu subi as escadas apressada.

“Nada.” – falei e continuei a chorar

“O que ele fez agora querida?”

“Ele vai embora Ângela, ele vai me deixar...” – eu estava morrendo de medo de perdoá-lo, mas eu também não queria que ele fosse embora. Eu precisava dele, os meus filhos precisavam dele. “A Maria me falou que vai ser rápido Demetria, ele volta logo querida.”

“E se ele não voltar? E se ele conhecer outra? Eu o amo Ângela eu não vou aguentar isso.”

“Então porque você não pede que ele fique?” – eu nunca pediria isso.

“Eu queria que ele tomasse esta decisão, sabe? E se depois ele se arrepender e jogar a culpa em cima de mim?”

“Vocês são dois orgulhosos que estão perdendo tempo, invés de sentar e conversar ficam se magoando e se torturando, - ela falou preocupada. - o Joseph não é o homem frio que eu conheci querida, a vida dele são as crianças, ele faria tudo por vocês.”

“Então porque ele vai viajar?” – eu estava com tanto medo de perdê-lo, eu não sei se suportaria, mas eu não pediria para ele ficar, eu sabia melhor do que ninguém o quanto o trabalho era importante para ele.

“Vem aqui menina.” – deitei a cabeça em seu colo e chorei, chorei tudo que estava engasgado há meses na minha garganta. – “Vai ficar tudo bem Demetria, você vai ver.” – eu não sabia mais se ficaria tudo bem, eu não sabia mais de nada.
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Oi menias eu estava meio sumida, mas foi por causa de uma gripe de merda que me pegou,porém agora eu to melhor e vou tentar postar para vocês,pois estou trabalhando e saio de la tarde e cansada ai vocês ja viram chego em casa só o bagaço, beijos.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Capítulo oitenta e cinco


Um mês depois.



“Demetria está tudo bem?” – Anita me perguntou, mas eu tinha parado de ouvir quando ela falou que o Joseph teria que voltar a Londres com urgência para resolver um assunto pessoal do escritório e teria que ficar pelo menos uns dois meses por lá.

“Está sim Anita é que eu me distraí.”

Continuamos conversando e eu logo desliguei. Eu não via o Joseph desde aquele dia em que eu me descontrolei e falei aquelas coisas horríveis para ele. Eu sei que o magoei porque ele mesmo pediu que Maria levasse os gêmeos até a casa dele agora. Tomei um banho e fui ver como meus bebes estavam. Eu sinceramente não poderia imaginar a minha vida sem os meus dois anjinhos, eu tinha que ser forte por eles e pelo bebezinho dentro de mim, mas cada dia que passava eu me sentia mais infeliz.

“Dá il” – oh meu deus, minha princesinha agora tinha aprendido a chamar o irmãozinho de il e não o deixava em paz nem um segundo, era ele se afastar dela que ela começava a chamar por ele.

“iiiil...” – Alice falou contrariada porque ele não estava prestando atenção nela.

“Wil dá o urso para a Alice um pouquinho dá meu filho.”

“Meu.” – ele contraiu o rostinho ficando emburrado.

“Toma esse aqui minha princesa.” – entreguei o outro ursinho para ela e me sentei para brincar com eles um pouco. “Meu.” – Wil falou e apontou para o urso que a Alice segurava. “Ah meu anjinho pode parar.”

“Meu Issi, dá.” – ele falou nervosinho e eu ri, eu já podia até imaginar como esses dois seriam daqui há alguns anos.

Joseph

“Isso não é adiável Joseph .” – minha mãe insistiu para que eu estivesse em Londres até a próxima semana no máximo. Eu ainda não tinha conseguido esquecer as palavras duras que a Demetria jogou na minha cara na última vez que nos vimos. Aquilo mexeu muito comigo, me doía ter que lidar com isso tudo de novo. Será que eu sempre viveria na sombra do Wilmer? Eu sei que Gigi o amava. Eu demorei em me dar conta que ter forçado aquele casamento destruiu a vida de três pessoas, a minha, a dela e a do Wilmer. Eu não queria que isso acontecesse de novo, não queria que Demetria ficasse porque não tinha outra escolha, mas isso também não significava que eu estava feliz em ter que me ausentar.

Eu estava nervoso porque teria que viajar e ficar longe com Demetria grávida, isso me deixava preocupado. O problema todo é que o meu pai precisava de mim para fechar os contratos da nova filial do escritório, entre reuniões, acordos e planejamentos isso levaria uns dois meses do meu tempo.

“Você vai conversar com Demetria sobre isso meu filho?”

“Eu tenho que conversar mãe, se eu e ela estivéssemos bem eu a levaria comigo, mas eu sei que vai ser impossível. Ter que deixá-la aqui é a última coisa que eu gostaria, mas eu entendo que o assunto é importante.” Uma pena que entender não era se conformar, porque eu estava inconformado desse assunto ter aparecido logo agora quando eu estava com a cabeça cheia de problemas e morrendo de saudades da minha Demetria.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Capítulo oitenta e quatro



Joseph

Saber que ela estava passando mal me deixou louco, eu deveria cuidar dela, eu deveria estar com ela em todos os momentos e não recebendo essas migalhas.Quando ela notaria que eu a amava de verdade? Eu já não sabia o que fazer e nem para quem pedir ajuda, minha vida estava um vazio tão grande que nem o meu trabalho que sempre foi tão importante para mim conseguia me preencher.

                                  ...

“Joseph aconteceu alguma coisa com Demetria essa manhã? Maria me perguntou ao telefone.

“Por quê? Como ela está?” – eu não tinha conseguido pregar no sono até agora, eu não conseguia parar de pensar nela.

“Eu não sei ela chegou triste e não quis comer nada, está trancada no quarto até agora.”

“Eu estou indo pra ai Maria.”

                                              ***

“Demetria?” – falei baixinho enquanto entrava no nosso quarto. Encontrei-a toda encolhida vestindo só uma camisola de seda.

“Vai embora, por favor” – ela respondeu sem me olhar, pela voz eu podia apostar que ela estava chorando, me sentei de frente para ela na cama e acariciei seu cabelo.

“Anjo eu não quis te deixar triste.” – Ela não falou nada, mas se levantou e ficou sentada do meu lado tentando limpar as lágrimas.

“Me desculpe por tudo que eu te fiz amor, de verdade. Eu sei o quanto eu te fiz sofrer, o quanto eu te machuquei e decepcionei, você não merecia nada disso.”

“Eu queria odiar você Joseph , eu queria muito isso, queria nunca ter te conhecido e nunca ter te amado – ela falou e chorou ainda mais, ela não estava falando sério não é?”

“Me perdoa anjo.” – quando eu tentei tocá-la ela se afastou.

“Por favor.” – supliquei para ela que me olhava irritada.

“A vida é muito injusta Joseph por que quem deveria ter morrido naquele maldito acidente era você e não o Wil.” – ela gritou e isso foi direto no meu coração, eu fiquei em choque.

“Nada disso aconteceria se você tivesse morrido, eu estaria feliz com ele e os meus filhos eu...” – ela voltou a chorar e eu não soube o que dizer. Me levantei da cama atordoado. Se eu tivesse morrido eu nunca teria tido a chance de ser pai, tanto para os gêmeos quando para a minha filha, era isso que ela queria? “Você está falando sério?”

“Estou, eu queria que fosse o Wil que estivesse aqui comigo, ele nunca me faria sofrer, nunca.” – isso doeu.

“Tudo bem, vou deixá-la em paz.” – olhei para ela vendo a raiva em seus olhos. Talvez ela tivesse razão, deveria ser o Wil a estar aqui com ela e não eu. Sai do quarto destruído. Demetria tinha acabado de me quebrar em mil pedaços.

terça-feira, 15 de março de 2016

Capítulo oitenta e três


Joseph

Demetria estava me evitando desde o nosso beijo e eu já não sabia mais o que fazer. Isso havia deixado de ser desespero há muito tempo e virado tortura.Apressei o passo até o consultório eu já estava atrasado para a consulta.

“Desculpe o atraso – falei assim que a vi. – Está tudo bem Demetria?” – perguntei, ela parecia um pouco abatida. “Sim eu só não acordei me sentindo bem. Estou com um mal estar horrível.” “Mal estar como assim? Porque você não me falou eu teria te buscado. Meu Deus! Eu espero que você não tenha dirigido sozinha até aqui.”

“Calma, Joseph , eu vim de táxi tudo bem? E olha não é a primeira vez que eu me sinto assim, daqui a pouco vai passar.”

“E se não passar?”

                                               ***

“Como assim é normal, ela está passando mal isso nunca é normal.” – falei irritado para a doutora, eu estava com medo que alguma coisa acontecesse com ela e a minha filha. Lembrei-me do sofrimento que foi a sua primeira gravidez e fiquei ainda mais preocupado.

“É só um desconforto senhor Hudhman, eu vou receitar um remédio para ela e pedir que ela descanse, mas isso costuma passar sozinho.”

“Não quero que ela tenha que esperar passar, o melhor é que seja medicada o quanto antes Dr. Carla.”

Demetria

“Você não muda nunca não é?” – eu perguntei assim que saímos. “O que foi que eu fiz agora?”

“O que você fez? Você simplesmente se consultou por mim.”

“Não começa Demetria, eu estava preocupado com você e com a minha filha vai me crucificar por isso também?” – ele falou irritado e eu achei melhor ficar quieta.

“Será que eu também não posso ficar preocupado com vocês? Já não basta toda essa merda de distância entre a gente eu ainda tenho que fingir que não me importo com o que acontece com vocês duas?” – ele estava desesperado.

“Não foi isso...”

“Eu não aguento mais Demetria, eu não aguento essa situação. Você tem noção de que eu já estou perdendo a cabeça? Eu não quero ficar longe de você isso está me consumindo, isso dói. Porra!!! – cortou meu coração o ouvir falando tudo isso.

“Joseph ...”

“Eu tenho que ir, me desculpe tudo bem? Você já sabe como eu sou um idiota, uma explosão a mais ou menos não vai mudar mais nada.” – ele falou e saiu me deixando para trás.

Capítulo oitenta e dois



Duas semanas depois...

Joseph

“Quer merda!” – eu esbravejei irritado, eu tinha acabado de estacionar o carro na garagem da Casa Grande e o carro do Matheus já estava por aqui. Isso se tornou comum nos últimos dias e cada vez que eu via a forma como ele agia ao redor da Demetria eu me irritava ainda mais.Será que ele não se dava conta de que ela estava grávida? Eu sentia um ódio só de pensar naquelas mãos sujas tocando a minha mulher. Para piorar Demetria agia como se fosse normal e eu era obrigado a aceitar ele perto dela e perto dos meus anjinhos.

“Você chegou cedo Joseph .” – Demetria falou assim que me viu, ela estava vestindo apenas a porcaria de um biquíni com uma camisa por cima aberta que mostrava tudo, sua barriguinha era tão pequena ainda que se eu não conhecesse tão bem o corpo dela nem diria que ela estava grávida.

“Onde está o Matheus?” – foi a primeira coisa que me veio na cabeça assim que coloquei os olhos nela. Demetria era linda eu sabia que ele estava esperando o momento certo para atacar.

“Está lá fora.”

“Pelo amor de Deus, Demetria! Vista alguma coisa, eu não quero você assim perto daquele idiota.”

“Eu não vou deixar você ofendê-lo.” – ela respondeu malcriada.

“Olha eu não vim aqui para brigar, eu acabei adiantando o meu trabalho e pensei em pegar logo os dois.” – mentira eu deixei tudo para resolver na semana seguinte, tinha semanas que eu não conseguia me concentrar naquela papelada chata, graças a minha mãe Demetria deixou que eu ficasse com os gêmeos uma ou duas vezes por semana, só que quanto mais eu ficava com mais saudade eu sentia quando eles estavam longe.

“Eu vou buscar os gêmeos.” – ela ia sair, mas eu a segurei e a puxei.Eu me aproximei dela e ela me olhou assustada, ela estava com medo de mim? “Não me afaste mais Demetria.” – pedi enquanto acariciava seus cabelos, eu não ia descontar a minha raiva nela, por mais irritado que eu estivesse.Eu não aguentava mais essa situação, eu precisava da Demetria na minha vida porque eu sabia que nunca seria feliz sem ela e as crianças. Demetria se afastou, mas eu a puxei de volta eu não aceitaria o que ela queria, eu já tinha dado tempo demais para que ela pensasse.

“Você é minha, você sabe disso não é?” “Joseph .” – eu não queria ouvi-la me mandando embora e nem me dizendo para me afastar. Quando olhei para ela e vi aqueles olhos azuis lindos me encarando eu não consegui controlar o meu desejo, tinha semanas que eu estava indo dormir com uma puta de uma ereção por causa dela.
A pressionei contra o meu corpo e a beijei, foda-se se ela gritaria e me xingaria depois. Eu queria sentir o seu gosto e nada me impediria. Fiquei maluco quando percebi que ela se rendia ao meu abraço e que não lutou contra o meu beijo e nem me afastou, ela parecida tão ansiosa e desesperada como eu.

“Demetria.” – puta que pariu, eu queria matar o Matheus. Demetria se afastou rapidamente e parecia sem graça, à dúvida voltou a me corroer novamente será que eles estavam juntos?

Demetria

Quando eu estava começando a sentir de novo todas aquelas sensações intensas e o desejo me consumindo por causa do beijo do Joseph eu ouvi Matheus me chamando e senti como se tivesse levado um banho de água fria. Eu ainda estava atordoada e quente e fiquei muito sem graça por ter me deixado levar assim.

“Eu vou pegar os gêmeos Joseph .” – falei e sai com a cabeça baixa, Matheus sabia que eu amava o Joseph , ele sabia a história toda e mesmo assim não desistia. Hoje ele me surpreendeu quando apareceu aqui e eu não pude deixar de recebê-lo, ele sabia que eu era grata ao Louis e usava isso contra mim. No começo ele até tentou se entender com Alice e o Wil, mas não foi nada fácil pelo menos não com o Wil que não podia ver ele que já emburrava a cara e fazia birra, meu anjinho parecia entender que eu não ficava confortável perto do Matheus.

                                           ***

Assim que o Joseph saiu eu tentei dispensar o Matheus, mas ele foi cabeça dura e decidiu ficar.

“Eu não entendo você.” – ele falou sentando-se do meu lado na beirada da piscina, eu ainda estava com a minha saída de praia por que eu odiava a forma como ele me olhava.

“Como assim?” – perguntei.

“Você e o Joseph , ele já não te fez sofrer o suficiente? O meu pai me contou todas as besteiras que ele fez e você ainda tem coragem de beijá-lo?” –engoli em seco isso já estava passando dos limites. “Matheus você não tem nada a ver com isso.”

“Eu tenho, você não percebe que ele é um idiota? Que ele vai te magoar de novo? Eu achei que você fosse melhor do que isso Demetria.” – ele falou e se levantou me deixando sozinha com meus pensamentos, no fundo ele estava certo?

segunda-feira, 14 de março de 2016

SORRY !

Oi meninas desculpa nao ter postado hoje, comecei a trabalhar hoje e só saio da loja oito da noite, então imagina como estou cansada, mas para compensar a minha falta de compromisso vou postar dois capítulos amanha um as 19:00 e outro as 20:00, beijoooos.

 

domingo, 13 de março de 2016

Capítulo oitenta e um


Joseph

“Joseph meu filho o seu pai está começando a ficar preocupado.” – essa era a terceira vez que a minha mãe me ligava essa semana.

“Ele tem reclamado do seu desempenho filho, você tem deixado muito a desejar.”

“Mãe como você quer que eu tenha cabeça para o trabalho quando a minha vida está uma merda?”

“Já chega Joseph , dê um jeito nessa situação eu não aguento mais vocês dois sofrendo por orgulho.” “Ela não está sofrendo.”

“É claro que está! Ela te ama meu filho.”

“Se ela me amasse ela teria me perdoado mãe.”

“Joseph,  você realmente pediu perdão a ela? Quero dizer perdão por tudo que você fez, não só pelo último erro.” - eu não tinha pedido eu sempre preferi fingir que nada tinha acontecido a pedir perdão. O soco que eu dei nela, a traição com a Bianca, a forma como eu a tratei, eu não pedi perdão por nada disso. Merda, eu tinha muito pelo que me redimir.

Demetria

Essa seria a minha segunda consulta com a Doutora Carla e eu estava ansiosa para ver meu bebezinho. “Demetria.” – ouvi a voz do Joseph que sentou-se ao meu lado. Eu tinha avisado a ele que teria uma consulta. Sua mãe me pediu que eu não o afastasse dos gêmeos e muito menos que o deixasse de fora das consultas, fiz isso por ela e não por que ele merecia.

“Você acha que podemos descobrir o sexo do bebê hoje?” – ele perguntou puxando assunto.

“Eu espero que sim. “eu não sei se tinha alguma preferência entre menino ou menina, eu iria amá-lo da mesma forma.”

“Eu queria que fosse uma menina.” – ele murmurou e eu me surpreendi. Joseph era tão orgulhoso e vaidoso. Eu pensei que ele gostaria de ter um herdeiro para assumir o seu lugar no futuro.

“Eu só quero que esse bebê seja feliz Joseph , o sexo não me importa.” – falei e me levantei a enfermeira estava na porta nos esperando.

“Demetria olha como o seu bebê está grande.” - a médica comentou mostrando meu bebezinho na tela.

“Não me parece grande.” - Joseph falou e a doutora sorriu.

“É normal Sr.Hudhman, ela só está de 15 semanas ainda, a partir de agora que ele vai se desenvolver.– a Doutora falou, mas ele não tirava os olhos da tela. –Vai sentir a diferença na próxima ultrassonografia, os bebês crescem muito rápido nessa fase.”

“E eu posso dar parabéns aos papais, porque vocês terão uma menininha.” Eu fiquei tão feliz quando ela contou, outra menininha para o Wil cuidar seria perfeito. No fundo eu não sabia se ele lidaria bem com um irmãozinho Wil era caprichoso e um pouco carente ele seria o único príncipe da casa e cuidaria das irmãs. Depois de ter perdido os meus pais e passar por tudo que eu passei saber que eu estava construindo a minha família me deixava emocionada, eu nunca deixaria que nada de ruim acontecesse a eles. Olhei para o Joseph que parecia desconfortável, ele nunca soube lidar muito bem com seus sentimentos, mas eu consegui perceber que ele também estava emocionado.
Saímos do consultório em silêncio. Joseph estava aéreo e eu confusa com os meus sentimentos. Eu queria tanto que esse momento fosse especial para nós, que ele pudesse acompanhar a minha gravidez e ficar comigo só que o que eu não se conseguiria perdoá-lo dessa vez.

 “Eu posso vir na próxima consulta com você?” – desde quando o Joseph pedia alguma coisa?

“Nossa! Você realmente está me perguntando? Nada de ordens?” – eu zombei e ele ficou sem graça.

“Posso vir?”

“Pode.”– caminhamos até o meu carro.

“Almoça comigo?”

“Não posso eu tenho que voltar para o escritório.”– o Louis estava ansioso esperando para saber o sexo do meu bebê.

“Certo.” –ele sussurrou e voltou a ficar quieto, apenas me observando com aquele olhar frio. Confesso que eu queria o seu sorriso, saber se ele estava ou não feliz com a novidade, mas eu não perguntaria eu queria sair de perto dele antes que fizesse alguma besteira. Me despedi e entrei no carro, um pouco mais aliviada pela distância.

sábado, 12 de março de 2016

Capítulo oitenta

Joseph

Eu era um idiota por ter ficado longe dela nessas últimas semanas. Como eu pude deixá-la sozinha enquanto meu ciúme e raiva me afastavam? Eu sempre soube que ela era a única, só que meu orgulho impediu que enxergasse a verdade. Eu acabei de pedi-la em casamento, eu não pedi desculpas, nem disse que a amava. Eu só queria que ela dissesse sim e esquecesse todo o maldito passado. Mas eu acho que ela não ia esquecer. “Você ficou louco.” Demetria estava furiosa comigo e eu sabia que ela tinha toda a razão, eu ferrei com tudo dessa vez e o pior é que eu estava começando a achar que não teria perdão. Vê-la tão magoada e nervosa por minha causa só reforçou o fato de que eu era um idiota, se não fosse pela minha teimosia eu poderia estar ao lado dela e do meu filho agora.

“Não faz isso com a gente.” – eu implorei para ela.

“Você vai embora ou não?” – ela perguntou.

“Eu...” – eu não queria ir merda, eu queria estar com ela o tempo todo.

“Por favor, vai embora eu estou cansada.”

“Só me diz se o nosso filho está bem, me fala um pouco sobre ele e a consulta, sei lá qualquer coisa.” – eu já estava desesperado.

“Joseph .”

“Só isso, me fala e eu vou embora.”

“Eu estou cansada, além do que eu já conversei sobre tudo com a sua mãe. Se você quiser saber qualquer coisa pergunte a ela.”

Ela estava irredutível e eu arrasado, como eu pude desconfiar dela? Eu queria implorar, pedir que ela me perdoasse, dizer o quanto eu a amo, mas pelo visto não adiantaria de nada, será que eu sempre a decepcionaria?Olhei para ela pela última vez antes de sair e senti um aperto no peito, ela parecia mesmo cansada, mas também parecia decidida a me ver longe.


Demetria

Essa noite eu teria um jantar com Louis e o seu filho que tinha chegado para passar uma temporada em NY, como ele era fotografo e tinha o próprio estúdio ele poderia ficar o tempo que quisesse. “Que bom que chegou Demetria.” – Louis falou educado como sempre.

“Desculpe o atraso Louis é que o Wil fez tanta birra essa noite que ficou impossível sair mais cedo.”

“Demetria eu quero te apresentar o meu filho Matheus.” – o cumprimentei e sorri ao ver seu largo sorriso. Eu ainda não conhecia o filho do Louis, mas eu não podia negar que ele era bonito.

“Meu pai falou que você era linda, mas eu estou impressionado.” – ele disse e eu fiquei sem graça, eu odiava esse tipo de comentário.

“É um prazer Matheus.” – ele apertou a minha mão por mais tempo do que o necessário.

Depois de quase duas horas eu percebi porque Louis não queria que seu filho se envolvesse em seus negócios, ele era tão impulsivo e despreocupado com as coisas, um espírito livre que não se prendia a nada.

“Demetria eu vou pedir que o Matheus te leve essa noite tudo bem?” – Só aceitei porque sabia que o Louis deveria estar cansado.

“Claro Louis não tem problema.”

                                             ***

Matheus tinha sido esperto em manter uma conversa sobre o meu tema preferido, porque tirando isso nós não tínhamos nada em comum.

“Qual a idade deles?”

“Acabaram de fazer um aninho.” – a festinha que a Maria e o Edgar preparam para eles na semana passada foi uma surpresa tão boa, os dois adoraram e eu fiquei aliviada por não ter deixado essa data passar em branco.

“Meu pai me contou sobre o Wilmer, eu o conheci há alguns anos e sinto muito pela perda.” – engoli em seco e voltei a minha atenção para a vista, eu não falaria sobre o Wilmer com ele.

“Eu sinto muito se estou sendo intrometido é que você me surpreendeu. Quando meu pai disse que queria me apresentar a você eu pensei que você seria totalmente diferente.”

“Hum.” - Matheus tinha uma cara de safado que não me enganava nem um pouco.

“Você preferia ter vindo com meu pai, é por isso o seu mau humor?” - olhei para ele séria e o peguei sorrindo.

“Eu estou brincando relaxa.” - ele parecia estar se divertindo e eu preferi continuar quieta. Eu tinha tanta coisa na cabeça, o Wil que andava irritadinho, o meu bebezinho que estava crescendo cada dia mais e o Joseph.
Pedi ao Matheus que me deixasse em frente a minha casa, eu não queria que ele entrasse e nem que Maria e Ângela viessem me encher de perguntas. Conversamos um tempo dentro do carro, Matheus foi galanteador o tempo todo, mas apesar de divertido não me passava uma boa impressão. 

“Eu adorei a noite linda.” – ele falou de repente me pegando de surpresa. “Matheus eu acho melhor eu entrar.” – falei séria.

“Você não precisa ter medo de mim, eu não mordo” – Ele me deu um sorriso e se aproximou como se fosse me beijar só que nesse momento, por sorte, fomos interrompidos pela buzina e o farol alto do carro do Joseph . O que ele estava fazendo aqui há essa hora?

“É o Joseph, Matheus, eu tenho que ir.” – disse e sai apressada do carro.

                                               ***

“O que você está fazendo aqui?”

“Maria me chamou, o Wil acordou depois que você saiu e começou a fazer birra, pelo que eu entendi, ela não queria atrapalhar o seu encontro e acabou me ligando.” – Bufei de raiva pela forma irônica com que ele falou.

“Eu já cheguei então...”

“E eu não vou embora sem vê-lo.” – ele falou sério sem me olhar, pelo que eu conhecia do Joseph ele estava se segurando para não explodir. Subimos e encontramos Wil gritando e esperneando nos braços da Ângela. Eu não sabia mais o que fazer, eu não podia proibir o Joseph de ficar com eles, mas essa situação já estava ficando complicada, Wil era quem mais sofria com os dias em que o ele não aparecia. “Vem cá meu garotão.” – Joseph o pegou no colo e Ângela me olhou irritada. Ignorei e me sentei na poltrona do quarto me sentindo exausta. Eu tinha passado a manhã com os gêmeos, trabalhado a tarde e depois saí para jantar.

“Está tudo bem menina?” – Ângela perguntou preocupada, ela ficava em cima de mim o tempo todo com medo que eu passasse mal como na primeira gravidez.

“Sim eu só estou um pouco cansada.” suspirei e me aconcheguei. Joseph ainda estava ninando o Wil e se eu não estivesse com tanta raiva dele eu até poderia achar isso a coisa mais fofa do mundo.
Quando Ângela saiu para ir se deitar Joseph tinha acabado de colocar meu bebê no berço e eu estava meio sonolenta.

“Onde você esteve essa noite Demetria?” – ele perguntou num tom baixo, mas que dava muito bem para perceber a sua raiva.

“Não te interessa.” – falei enquanto saia do quarto, se nós fossemos ter uma discussão que fosse longe do quarto deles.

“Como não me interessa? É o meu filho que você está carregando.”

“Sim é o seu filho, mas o corpo é meu e eu faço o que eu quiser com ele.” – tudo bem que eu não tinha feito nada, mas... 

“Demetria...” − ele veio atrás de mim até o quarto.

“Vai embora Joseph , o Wil já foi dormir e eu não tenho nada para falar com você.”

“Quem foi que te trouxe?”

“Ninguém.”

“Se você não me falar eu descubro sozinho, seria muito mais fácil se fosse sincera comigo.”

“O filho do Louis me trouxe.”

“Eu quero você longe dele. Merda! Ele não vale nada Demetria, está me entendendo?” – ele perguntou nervoso. “Eu não vou me afastar dele só porque você quer.”

“Demetria eu não quero brigar, a única coisa que eu quero é que possamos nos acertar, esquece o Matheus, esquece todo o resto. Só me de mais uma chance e eu prometo.”

“Não me prometa mais nada Joseph .” eu não queria ouvir mais nenhuma promessa dele.

“Por favor.”

“Não, eu já tomei a minha decisão, agora pode ir embora.” - falei enquanto entrava no banheiro do meu quarto, batendo a porta com força.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Capítulo setenta e nove


Joseph

“Joseph eu não sei se esse vai ser o melhor momento para você fazer isso.” – minha mãe disse cautelosa ao telefone.

“Eu tenho que fazer mãe, eu não aguento mais ficar longe dela.”

“Espera mais um pouco Joseph , conversa com ela antes.” – eu não queria conversar merda, eu só queria a certeza de que ela seria minha de novo.Terminei a ligação e fui para o quarto dos gêmeos, eu estava com o Wil no colo esperando ele tomar a mamadeira, meu garotão estava esfomeado pelo visto, Ângela falou que ele não quis comer nada durante o dia, precisei sair para trabalhar e só tinha conseguido voltar agora. Demetria ainda não tinha chegado e eu já estava impaciente.

“Ele está mamando Ângela.” – ela tinha reclamado que ele quase não tinha comido.

“Era só o que me faltava, se ele começar a comer só quando você decide aparecer ele vai morrer de fome.” – ela falou irritada.

“Eu não pretendo me afastar novamente Ângela, então mesmo que você não me suporte você vai ter que aprender a lidar com isso. Você está aqui porque a Demetria e os gêmeos gostam de você porque se dependesse de mim e pela forma como você me trata eu já teria te despedido há muito tempo.” – falei irritado.

“Desculpe eu não quis passar dos limites.” – ela falou e abaixou a cabeça me deixando sozinho com os gêmeos.

                                                ***

“Oie amorezinhos.” – Alice e Wil ficaram animados assim que a viram entrar. Eu fiquei de longe observando, eu estava morrendo de saudades dela, saudades do seu cheiro, do seu gosto, do calor do seu corpo eu não queria mais ficar longe.

“Mãmã.” – Alice gritava. Minha garotinha estava se tornando uma agitadora de primeira enquanto o Wil agarrava o pescoço da Demetria, chegava a ser engraçado.

“Eu te ajudo.” – peguei Alice no colo e deixei Wil matar a saudades dela, Alice era mais fácil de distrair do que o meu garotão.

“Qué” – ela falou me olhando confusa, eu sabia que ela queria a mamãe dela, mas ela teria que ser paciente.

“Calma anjinho.” – “Páp áqué.” - ela falou apontando para a Demetria que me lançava um olhar furioso, só que dessa vez eu não tinha culpa.


Demetria

Eu não tinha a menor ideia do que o Joseph estava em casa. Não era para ele estar aqui, eu deixei claro que o queria longe de mim e dos meus filhos. Ouvir a minha princesa chamando-o de papai me desestabilizou ainda mais, eu não deveria ter deixado ele se aproximar tanto dos meus bebês assim.

“Joseph eu quero você fora daqui.” – falei assim que Alice e Wil se acalmaram. Eles tinham ficado tão contentes quando me viram, eu nunca fiquei tanto tempo longe deles e estava morrendo de saudades.

“Não.” – ele parecia apreensivo. “Como assim não? Ou você sai daqui ou eu saio Joseph , mas eu quero você bem longe de mim.” – ele me puxou para perto dele e fez com que eu o olhasse. “Casa comigo Demetria?” - Ele me olhou preocupado e nervoso. Ele não podia falar sério não é? Depois de tudo que ele me fez passar nessas últimas semanas, ou melhor, nos últimos anos ele realmente achava que eu aceitaria? “Você ficou louco.” – esbravejei, como ele podia? Eu passei as últimas semanas esperando ele reconhecer o erro dele e agora ele vinha com esse papinho de querer casar comigo? “Me escuta, por favor.”

“Não, eu não vou te escutar, eu não quero ter mais nada a ver com você. Eu te avisei Joseph , você me abandonou.” – eu gritei nervosa e comecei a chorar, eu não queria chorar ele não merecia as minhas lágrimas. Joseph me olhou atento em seguida para a minha barriga. Eu já estava de quase quatro meses, mas ainda não dava para perceber que eu estava grávida.

“Eu preciso de você eu sei que eu errei, mas eu quero estar perto do meu filho quando ele nascer Demetria.” “Agora você acredita que é seu?” “Eu fui a um especialista amor e ele me explicou tudo.”

“Não me chama de amor Joseph , nunca mais. Eu não sou mais nada sua, você é um idiota arrogante, você deveria ter acreditado em mim quando eu falei.” – eu estava com tanta raiva que sabia que tinha que me controlar.

“Eu acho melhor você se acalmar Demetria.” – ele falou de forma seca.

“Ou o que?” – o provoquei.

“Ou nada, eu só estou falando que acho melhor você ficar calma porque isso não vai fazer bem para o nosso bebê.” Então agora ele era nosso?

“E desde quando você se preocupa com o bebê?”

“Não faz isso Demetria, por favor, me escuta. Eu sei que podemos consertar as coisas...”

“Nunca.”

“Eu não vou desistir de você Demetria.”

“O problema é seu.”